Capítulo 46 🥀

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Crystal

Tortura. Era exatamente o que eu estava sentindo desde o começo dessa viagem estúpida.

Primeiro eu tive que suportar essa turma irritante e infantil todo o caminho até aqui, segundo eu estava dividindo o quarto com duas mulas, terceiro essas atividades cansam minha beleza além de serem completamente sem graça e inúteis e é claro... Por último tem aqueles dois.

Ter que aguentar aquele casalzinho nojento por toda parte era sem dúvidas o pior. Qual a porra do problema deles? Estão sempre felizes, se beijando e sorrindo. É nauseante. Mas eu iria dar um jeito neles, um jeito permanente dessa vez.

E foi assim que eu comecei o meu plano naquela manhã. Só que na verdade eu nem sabia bem o que ia fazer, mas esperava ter uma ideia boa o suficiente até o fim daquela caminhada.

— Opá, desculpinha Victor. – Sorri após esbarrar nele, empurrando a Jones e me afastando, indo até as meninas.

Puxei a Carly um pouco mais para a frente do grupo e mostrei a ela o que eu consegui.

— Olha, parece que as aulas da Sarah de como ser mão leve fizeram efeito. – Balancei o celular do Victor na cara dela sem ninguém perceber e ela riu.

— Você não desiste nunca né? O que pretende com isso? – Ela me olhou desconfiada.

— Ainda não sei, talvez mandar uns nudes meus como se fosse o Victor para me fazer de vítima. – Ri com ela indo para a frente do grupo quando o treinador chamou. – Mas isso ainda é pequeno, tem que ser algo maior...

Aquela trilha era horrível, tínhamos que atravessar algumas árvores caídas e também pedras, além dela ser quase que completamente subida por estarmos indo ao topo da montanha, a neve não facilitava nada e aqueles dois batendo fotinhos e namorando me fazia revirar os olhos a cada 15 segundos.

— Meninas, olhem aquilo, aqueles esquilos estão brigando. – Evan disse parando ao nosso lado e apontando.

— An Evan, acho que isso não é briga. – Carly arregalou os olhos horrorizada. – Meu Deus. (Adm tá morrendo aq KAKAKAKAKAKKA)

— Oh. – Ele disse começando a rir. – Bom a gente brigava assim Crystal, lembra?

— Que nojo. – Disse o empurrando na neve e seguindo o caminho.

— Hum... Meus pés doem! – Sarah reclamou do meu lado.

— É lógico sua estúpida, você veio com botas de salto! Nem sei como você está conseguindo andar na neve com isso. – Carly cruzou os braços bufando.

— Mas... Ficaram tão lindas. – Disse apontando para os pés. – E a Lena quase me cegou com essas botas! Não vou perder a chance de mostrar a ela que EU ganhei!

Falando neles, aqueles outros quatro também estavam presos nos seus próprios mundinhos românticos, tanto que nem notaram que os amiguinhos estavam ficando para trás.

— Bom jovens, chegamos ao meio da montanha! – O guia tentou bater palmas mas estava todo mundo indignado por aquilo ser apenas a metade e ele desistiu. – Agora a trilha se divide em duas, mas é só seguirem a placa e ninguém vai se perder.

— An... Para onde a outra trilha vai? – Levantei a mão perguntando. – É um caminho mais curto de volta para o hotel? Assim, só para saber mesmo.

— Não, está é uma nova trilha que ainda está sendo construída. Vai dar num lago enorme quando ficar pronta, a essa época do ano ele fica quase congelado, é um passeio bem romântico, o rio que passa pelo hotel deságua nele, então se seguir o rio, volta para o hotel. Mas não é nem um pouco seguro tentar ir por ali agora, a trilha não esta acabada e pode até causar uma avalanche. Ainda mais com a nevasca que esta prevista para hoje a noite. Agora todos seguindo comigo...

De repente eu tive uma ideia brilhante.

— Esperem. – Segurei as duas antes que começassem a andar e deixei o grupo se afastar um pouquinho de nós. – Venham me ajudar.

— O que vai fazer? – Sarah perguntou quase caindo por conta das botas.

— Os “pombinhos” não querem ficar sozinhos? Vamos deixá-los BEM sozinhos então. – Disse tentando tirar aquela placa da neve. – Caramba me ajudem, rápido!

Com muita força conseguimos tirar aquilo do chão e trocar a direção. Os dois estavam muito para trás para notar algo, perfeito. Limpei as pegadas do grupo da melhor forma que consegui e empurrei as duas para trás de uns arbustos quando ouvimos eles se aproximarem.

— Para onde eles foram?

— Ta bom calma, hum, é só seguir a seta viu? Eles foram por aqui. – Ele caiu na armadilha direitinho.

— Victor eu não sei... – A Jones ainda desconfiou e eu não evitei revirar os olhos pela milionésima vez hoje.

— Bárbara, eles não colocariam uma seta apontando para a direção que não devemos seguir sem nenhum aviso. Vai por mim, é por aqui. – Ele a puxou naquela direção e nós os vimos se afastarem.

— Venham, vamos embora daqui. – Disse saindo de trás dos arbustos com um sorriso maldoso.

— Crystal espera, você tem certeza? Eu posso ser vingativa e tudo o mais, mas eu não sou assassina. – Ela apontou para a direção que eles foram. – Isso é doentio! Se acontecer algo a eles, nós vamos ser presas!

— Eu não tenho psicológico para ir para cadeia! – Sarah disse arregalando os olhos.

— Ah calem a boca. Não vai acontecer nada grave com eles. No máximo vão passar um friozinho. O lance é que um vai culpar o outro por terem entrado nessa situação, eles vão brigar e bye bye casalzinho feliz. Agora venham, se não vamos perder os outros também. – Elas me seguiram ainda meio relutantes.

Por sorte ninguém notou nossa saída, e nem a deles. Mas isso não duraria para sempre e isso me fez pensar na utilidade que o celular do Victor teria para mim, só que eu não poderia contar mais com aquelas duas.

— Bom girassóis, essa foi nossa última atividade juntos. – Srta Grace disse e dessa vez várias pessoas bateram palmas. – Como eu sei que estão todos exaustos, vamos deixar o resto do dia livre para vocês dormirem e descansarem, só não esqueçam o jantar e a chamada depois ouviram? Ninguém pode perder...

E assim que eles nos liberaram, fui até uma sala vazia do hotel e peguei o celular do Victor digitando uma mensagem para o Adam.

“Cara, eu e a Bárbara escapamos para ficar um pouco sozinhos, vocês poderiam nos cobrir essa noite por favor?”

E a reposta veio rápida. Por sorte eu sabia o jeito que o Victor falava e digitava, para ninguém desconfiar.

“Huum nossa, não esperava isso de vocês em... Não esquece de usar proteção e pode deixar a gente cobre vocês, mas da próxima avisa antes, as meninas já estavam começando a ficar preocupadas”.

“Idiota, fala para elas que está tudo bem, eu arranjei outro quarto aqui no hotel para nós dois, ah e fala que o celular da Bárbara acabou a bateria, se elas quiserem falar com ela tem que ser por aqui. Mas se elas não falassem seria melhor sabe”

“Há há sei, pode deixar que ninguém vai atrapalhar a noite de vocês, até amanhã”

“Até”

Sorri enquanto digitava a última mensagem, foi tão fácil.

Passei o resto do dia de bom humor e a melhor hora foi no jantar quando a Lena e o Adam responderam a chamada no lugar do Victor e da Bárbara. E nem o treinador, nem a srta Grace desconfiaram, também eles já estavam de saco cheio da gente.

— Mas, por que eles fizeram aquilo? Não era para estarem desesperados atrás daqueles dois? – Carly perguntou quando estávamos voltando ao quarto.

— Ah Carly e eu vou saber o que se passa na mente deles? Vai ver eles acham que os dois estão transando por ai ou sei lá. – Deitei na minha cama com um sorriso gigante no rosto.

Não me levem a mal, tenho certeza que não vai acontecer nada ruim... Ao Victor. Ele é forte, é um atleta, consegue aguentar umas situações mais extremas, já a Jones...

𝐖𝐇𝐄𝐍 𝐖𝐄 𝐅𝐄𝐋𝐋 𝐈𝐍 𝐋𝐎𝐕𝐄... || 𝑩𝒂𝒃𝒊𝒄𝒕𝒐𝒓.Onde histórias criam vida. Descubra agora