Capítulo 2 🥀

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Bárbara

Não não não, EU tinha que contar! Eles não podiam descobrir assim!

Eu estava em choque e só me movi por que a pessoa atrás de mim me empurrou.

Calma Bárbara, não é hora de surtar.

Caminhei até a diretora sorrindo forçadamente. Peguei o certificado, tirei a foto e desci do palco sem olhar na cara de ninguém. Me sentei nas cadeiras que eles separaram para os alunos e enfim procurei pelas meninas que não sentaram perto de mim por termos que ficar na ordem alfabética. As duas me olharam incrédulas e eu gesticulei que depois conversávamos.

Continuei vendo os outros alunos subirem ao palco, Victor era o último e quando o chamaram, ele olhava diretamente para mim.

O olhar dele era uma mistura de raiva e mágoa que quase me fez chorar, ele nem sequer fingiu sorrir para as fotos. Ele se sentou algumas fileiras a minha frente e eu tentei chamá-lo a todo custo mas, ou ele não ouviu, ou estava me ignorando.

A diretora disse mais algumas coisas sobre finais e recomeços e depois encerrou a cerimônia, tentei ir atrás do Victor mas alguém me parou antes de encontrá-lo.

— Nossa então você vai embora? – Perguntou aquela vozinha extremamente irritante. – Meu dia não podia ficar melhor.

— Oi Crystal. – Me virei e a encontrei junto com as amigas (tá mais para servas).

— Você vai mesmo embora nerd esquisita? – Quem diria que um apelido maldoso iria pegar não é mesmo? Até por que crianças não são nada cruéis. E olha que eu não uso mais óculos desde os 10. – Mas de quem eu vou colar assim? Porra garota você era minha salvação.

Esse foi o Evan, namorado da Crystal senhoras e senhores, um doce não?

Revirei os olhos e me virei pronta para ir embora.

— Não vejo a hora de você ir. Essa escola esta precisando mesmo de uma renovação. Ai talvez o Victor veja que tem que andar comigo, e não com seu grupinho idiota.

— Bárbara! – As meninas surgiram correndo até mim. – Que papo foi aquele de intercâmbio na Austrália?

Crystal saiu rebolando e rindo com suas amigas. E as meninas olharam feio para elas.

— Elas estavam te perturbando de novo?

— Eu sei me defender! – Resmunguei apesar de ser mentira, todos sabem que eu sou uma covarde.

— Ok ok. – Suspirei arrependida por ter sido grossa, elas só querem me ajudar.

— Me desculpa, e eu vou explicar tudo, só que tem que ser para todo mundo junto.

— Tá, os meninos foram para cantina, vamos.

Seguimos até lá e os meninos estavam sentados em uma mesa, Victor olhava para baixo, Adam e Marcos tentavam falar com ele mas Victor parecia não querer ouvir, só tinha a gente ali, sentei na mesa com eles, suspirei e comecei a contar tudo sobre a viagem.

...

— Esses cupcakes estão horríveis. – Lena disse depois que cuspiu o dela.

Já estavamos ali a meia hora em total silêncio depois que terminei de falar, todo mundo estava com uma cara triste.

— É que são cupcakes veganos, não tem leite ou ovos e nem manteiga. – Expliquei dando de ombros.

— Não acredito que vamos ficar um ano sem você! – Ela me abraçou de repente começando a soluçar.

— Ah Lena. – A abraçei de volta, a deixando chorar no meu ombro. – Vai passar mais rápido do que você imagina.

Victor se levantou e saiu andando para dentro da escola, Lena me largou e mandou eu ir logo falar com ele. Só tinha um lugar que eu sei que ele iria.

A quadra de basquete.

Victor ama basquete me disse várias vezes que faria o teste para o time do ensino médio, é o sonho dele jogar profissionalmente. Não acredito que eu vou perder isso.

Como eu previ ele estava lá, sentado na arquibancada com a bola na mão, me aproximei ficando na sua frente.

— Ei, você fugiu, tá tudo bem?

Nossa Bárbara essa foi boa, é lógico que ele está bem sua tonta! Não viu a cara de felicidade dele?

— Sei lá, acabei de descobrir que a pessoa mais importante na minha vida vai me abandonar. – Me sentei ao lado dele e o encarei.

— Hum, não sabia que o Aquaman ia embora. – Ele riu minimamente e olhou finalmente para mim.

— Eu disse pessoa e não animal. – Aquaman era o gato do Victot, eu sei estranho, mas eu achava fofo.

— Sabe que eu não vou te abandonar né?

— Não, mas vai embora por um ano. – Fiquei calada. – Quanto tempo até você ir?

— Um mês. – Abaixei a cabeça, me xingando por não ter contado antes e ele riu sem humor.

— E quando você estava pensando em me contar Bárbara? Quando estivesse no avião? Quando chegasse na Austrália?

— Eu... Eu estava com medo da sua reação Victor...

— Até minha mãe sabia Bárbara! Ela veio me falar que isso era importante para o seu futuro, que não era para eu me sentir triste e tal...

— Por que a minha mãe deve ter contado para ela, Victor por favor tenta me entender...

— Não, VOCÊ tenta me entender. Não dá para ver que eu tô com medo? Eu não posso cuidar de você do outro lado do mundo Bárbara!

— Você não precisa mais cuidar de mim Victor!

— Você diz isso agora mas aparece uma única pessoa que te trate de um jeito escroto e você corre para mim, ou para Tainá, ou para Lena! Vê se enxerga Bárbara, essa é a realidade. E vai me matar estar longe demais quando você chorar!

— Uau, agora você foi babaca. – Me afastei. – Eu não sou um bebê Victor e é só um ano. Eu posso falar com qualquer um de vocês sempre que eu quiser, SE eu quiser.

— Então vai ser assim? Muita coisa muda em um ano. – Ele se levantou e me encarou, ainda tinha muita raiva no olhar dele. – Eu preciso ir para casa, minha mãe tá me esperando...

Victor jogou a bola no chão e saiu andando sem falar mais nada. Abracei meus joelhos sentindo algumas lágrimas descerem, principalmente lágrimas de raiva, eu nem lembro a última vez em que eu e o Victor brigamos.

Acho que agora já é uma boa hora para começar a surtar.

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𝐖𝐇𝐄𝐍 𝐖𝐄 𝐅𝐄𝐋𝐋 𝐈𝐍 𝐋𝐎𝐕𝐄... || 𝑩𝒂𝒃𝒊𝒄𝒕𝒐𝒓.Onde histórias criam vida. Descubra agora