Capítulo 31 🥀

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Victor

A primeira coisa que vi, ou melhor, senti, foram as escadas. Estava tudo tão escuro que eu não conseguia enxergar um palmo à frente da mão.

— Tem alguém aí? – Minha voz fez um eco me arrepiando, fui tateando o ar até sentir o corrimão da escada então subi, parando de frente para um corredor comprido, de repente uma porta se abriu  iluminando um pouco aquele lugar, o corredor me era familiar, tentei pensar de onde eu conhecia o lugar, até a silhueta de alguém aparecer ali.

— Victor... – Uma voz doce me chamou e a silhueta estendeu a mão pra mim, assim que a peguei ela deu um pequeno riso e me puxou para o quarto.

A porta fechou atrás de mim e a garota se virou me deixando finalmente ver quem ela era.

— Bárbara? – Ela estava de pijama, o seu favorito que sempre me deixava um pouco constrangido por ser tão curto. – O que que está acontecendo? Por que eu estou aqui?

Olhei pela janela, já devia ser bem tarde, lá fora estava completamente escuro e silencioso.

— Você estava preocupado lembra? Veio aqui para mim te ajudar e cuidar de você. – Ela me puxou e me fez sentar na cama, se sentando ao meu lado. – Me conte seus problemas sabe que eu sou toda ouvidos.

— Sei lá, é um pouco de tudo sabe, já é segunda, o jogo é daqui dois dias, não sei se vou me sair bem. A professora me deu um sermão para aumentar minhas notas ou vou estar fora do time e provavelmente vou repetir de ano, e principalmente... Tem você.

— Eu? – Ela subiu as pernas e abraçou os joelhos me fazendo ter que olhar para frente para não perder o foco.

— Desde que você voltou Bárbara, toda mudada... Não vou falar linda, por que linda você sempre foi, só conseguiu ficar ainda mais. – Ela ficou vermelha me fazendo rir um pouco. – O ponto é, você estava tão... Madura e independente, que me fez começar a sentir coisas. Coisas que eu não sentia a muito tempo por você. Primeiro achei que fosse raiva e ciúmes por você não precisar mais de mim para te proteger e defender. Mas aí descobri que não era isso que me dava raiva, eram os outros caras. – Ela me olhou confusa. – Você pode não perceber todos os caras babando em você Smurfette, mas eu percebo. E quando algum tentava te cantar ou chamar para sair, eu ficava irado, eu fico irado. Só Deus sabe o quanto queria e ainda quero quebrar a cara de cada um deles... Dizer a eles que você é minha e ninguém mexe no que é meu.

— E por que não faz isso? – Ela sorriu tímida.

— Porque... Você não é minha. Pelo menos, não do jeito que eu quero agora. – Abaixei a cabeça nas mãos gemendo frustrado.

— Então... Só me faça ser sua Victor. – Ela puxou meu ombro me fazendo olha-la, quando ela tinha se aproximado tanto? Eu podia sentir seu coração batendo descompassado, ou será que era o meu próprio? Bárbara se ajoelhou na minha frente subindo no meu colo e eu a trouxe para ainda mais perto.

Segurei o rosto dela entre as mãos e a beijei, tentando demonstrar tudo o que eu sentia, mas sem ser desesperado, como ela merece ser beijada. Bárbara suspirou, entreabrindo os lábios, como um convite e eu mordi seu lábio inferior aprofundando o beijo.

A empurrei delicadamente até ela estar deitada e eu estar por cima, a beijando mais e mais, ela agarrou meu pescoço e enroscou as unhas no meu cabelo, arranhando.

— Bárbara eu...
.
— VICTOR, ACORDA! – E eu caí da cadeira com o Marcos gritando no meu ouvido.

Levei apenas alguns segundos para entender tudo o que aconteceu, e o olhei com raiva.

— MARCOS! Por que você tinha que me acordar logo agora? – Se eu estava bravo? Eu estava cuspindo fogo. – Você estragou tudo!

— Desculpa atrapalhar seu sonho erótico. É que a aula já acabou. – Ele disse rindo. Observei e realmente, só tínhamos nós dois naquela sala, que sorte, por que seria embaraçoso gritar com ele na frente de todo mundo.

𝐖𝐇𝐄𝐍 𝐖𝐄 𝐅𝐄𝐋𝐋 𝐈𝐍 𝐋𝐎𝐕𝐄... || 𝑩𝒂𝒃𝒊𝒄𝒕𝒐𝒓.Onde histórias criam vida. Descubra agora