XXI

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Estava conversando com Sarah na piscina quando Rafe veio até nós e disse que precisava dar uma saída rápida para resolver algumas coisas, mas que voltaria em meia hora. Ele me deu um selinho e saiu correndo.

- Estranho. - Sarah comentou. - Ele desmarca todos os compromissos quando quer passar o dia com você.

- Ta tudo bem. - Relaxei na espreguiçadeira. - Nós vamos na casa do Jhon B mais tarde?

- Claro. - Ela se animou. - Por acaso o JJ vem te buscar de novo? - Ela me olhou sorrateira.

- Pode falar. - A olhei com tédio.

- Para duas pessoas que se conheceram brigando, vocês tem se dado muito bem.

- Você e Kiara tinham razão sobre ele ser uma pessoa legal. - Admiti.

- O Rafe tem ciúmes de vocês.

- Não tem motivo.

- Tem certeza?

- Como assim, Sarah? - Estranhei a pergunta.

- Amiga, sei que as coisas entre você e Rafe vão bem, mas eu vejo a sua cumplicidade com JJ, é uma coisa que você não tem com o Rafe.

- É diferente, JJ e eu somos amigos.

- Jhon B e eu também éramos.

- Está me deixando confusa. - Suspirei.

- Você e Rafe ficam ótimos juntos, mas você e o JJ, é demais. - Sarah estava mesmo tentando me jogar pro JJ?

- Eu gosto do Rafe. - Sorri ao dizer isso. - Gosto mesmo.

- Eu gosto de ouvir isso. - Ela segurou minha mão. - Mas só estou te dizendo essas coisas por quê se um dia você acordar e perceber que gosta do JJ, não tenha medo de terminar com o Rafe por minha causa. - Ela me encarou. - Eu sei que você é bem capaz de fazer isso.

- Obrigada. - Apertei sua mão.

Ficamos tomando banho na piscina até Rafe voltar e me convidar para um passeio, estranhei a mudança de itinerário, já que tínhamos combinado de passar o dia na piscina com Sarah. Saímos pela porta dos fundos da mansão e seguimos pelo caminho de terra que daria no antigo ancoradouro da casa, Sarah e eu tínhamos feito o Ward construir uma casa na árvore pra brincarmos quando éramos pequenas, Rafe foi escalado para ajudar o pai e não ficou nada feliz, mas quando soube que era pra mim, mudou de ideia. Essa casa da árvore era onde nos encontrávamos quando eu dormia na casa deles e fugia de madrugada pra trocar beijos desajeitados com ele, era importante pra nós na época de nossa adolescência, só não sabia que ela ainda existia.

- Não derrubaram? - Sorri quando vi a velha casa.

- Não. - Ele sorriu. - Quer ver por dentro?

- É seguro?

- É. - Ele segurou minha mão e saiu andando na frente.

Rafe subiu as escadas de madeira e abriu a portinha, precisamos nos abaixar para entrar na casa e não conseguíamos ficar em pé lá dentro, então nos sentamos de frente a janela que dava vista pro mar.

- Se lembra quando vínhamos aqui de madrugada? - Ele segurou minhas mãos.

- Lembro. - enlacei meus dedos nos dele.

- Eram os momentos mais felizes, por quê eu tinha você só pra mim.

- Você é um fofo.

- Eu tenho um motivo pra te trazer aqui. - Ele parecia nervoso.

- Qual?

- Gaia, já faz um mês que estamos tendo essa relação sem nome. - Ele sorriu. - Eu sou um cara que dá nome a tudo, se não eu fico perdido. Eu não sei bem como fazer isso, por quê é uma coisa que eu nunca fiz, mas a verdade é que já sabe que sou completamente louco por você. - Ele soltou minhas mãos e arrumou o cabelo. - Você é incrível e eu sou uma pessoa melhor quando está comigo e eu quero que fique pra sempre.

- Rafe.. - Eu já conseguia adivinhar o que ele iria fazer.

- Sei que isso pode parecer precipitado, mas não é, de jeito nenhum. - Ele pôs a mão no bolso e tirou uma caixinha de veludo. - Gaia, estrela da manhã e da minha vida, namora comigo? - Seus olhos me observavam, ansiosos e cheios de lágrimas.

- Meu Deus. - Respirei fundo. - Claro que quero. - Pulei em seu colo e ele segurou minhas coxas.

- Minha namorada. - Me deu um beijo. - Aqui. - Ele pôs o anel em meu dedo.

- É lindo. - Lhe dei outro beijo. - Você é lindo.

- Você é linda. - Ele acariciou meu rosto. - Minha linda.

- Saiu pra comprar o anel? - Perguntei enquanto ele beijava meu pescoço.

- Sim. - Ele suspirou. - Queria algo bonito e a sua altura.

- Isso não é um diamante, é? - O anel era um pouco extravagante, um diamante no centro, cercado por várias outras pedrinhas, não é uma coisa que eu compraria pra mim. Mas cavalo dado não se olha os dentes.

- É. - Ele disse sem me encarar. - Sei que não gosta de coisas caras, mas quando bati os olhos nele, pude vê-lo no seu dedo.

- Você é exagerado. - Lhe dei um tapinha no ombro.

- Tapa de amor não dói. - Ele me beijou. - Nunca tire isso do dedo. - Ele segurou meu queixo. - Só vamos trocar por outras alianças.

- Tudo bem. - O abracei. - Eu gosto desse plano.

Saímos da casa na árvore com sorrisos enormes e voltamos pra mansão, encontramos todos os Camerons na cozinha e todos os olhares se voltaram para nós.

- Família. - Rafe sorriu e apertou minha mão. - Quero apresentar pra vocês a minha namorada. - Ele ergueu minha mão e mostrou o anel.

- Ai meu Deus. - Sarah arregalou os olhos e se aproximou de mim. - Que lindos. - Ela me abraçou e começou a pular.

- Demorou ein, meu filho. - Ward abraçou Rafe.

- Tava tomando coragem. - Ele riu e coçou a nuca.

- Parabéns. - Rose me abraçou. - Vocês ficam lindos juntos.

- Não que você já não seja, mas, bem vinda a família, Gaia. - Ward me abraçou.

- Obrigada. - O abracei de volta.

- Achei que você fosse mais inteligente. - Whizee brincou. - Meu irmão não é grande coisa.

- Ei, pirralha. - Rafe puxou o cabelo dela de leve. - Deixa pra contar os podres depois que ela casar comigo.

- Gaia é, oficialmente, minha cunhada. - Sarah pulou em nós dois. - Amo vocês.

Bem, eu estou namorando oficialmente agora, devo admitir que isso não estava nos meus planos, muito do que já me aconteceu não estava. Mas a felicidade que venho sentindo é muito maior do que aquilo que planejei. Minha mente tentava a todo custo me afastar da parte difícil, ter que conciliar o namoro com Rafe e meus amigos, mas até agora nenhum dos dois lados tentou interferir em nada e espero que continue assim. Eu sou capaz de tomar minhas próprias decisões, eu acho.

AYO - JJ MaybankOnde histórias criam vida. Descubra agora