Capítulo 4

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Horas depois, Lucero via as paisagens verdes passarem rápido pela janela, até que o carro estacionou em frente a um hotel fazenda.

− É aqui? – Lucero perguntou estranhando.

− Sim, ele tem um estúdio aqui. Vamos. – Ernesto desceu do carro.

Lucero também desceu do carro após Alex, encantada com o lugar à sua frente. Era uma aparência bastante rústica e charmosa, havia parede de madeira com o nome do hotel fazenda e o símbolo de um cavalo na fachada e logo na entrada, tinha algumas cadeiras coloridas acolchoadas e uma mesa de centro do mesmo material da fachada com um jarro de flores enfeitando.

− Bom dia, senhora. – uma mulher se aproximou para receber Lucero.

− Senhorita, por favor. – Lucero corrigiu.

− Senhorita, me desculpe. – a mulher abaixou a cabeça, mas logo levantou e Lucero deu um sorriso rápido, indicando que estava tudo bem. – Eu sou a Nair, fui encarregada pelo menino Manuel para recebê-los. Sejam bem vindos.

− Obrigada, Nair. Onde está o Manuel?

− Ele está a esperando no estúdio, senhorita, e aproveitando para adiantar algumas coisas, por isso não veio esperá-la pessoalmente.

− Sei. Ele costuma vir gravar todos os CDs dele aqui?

Ernesto e Alex se encararam estranhamente ao ouvirem o interrogatório de Lucero sobre Manuel, pois nunca a viram tão interessada assim em nenhum outro parceiro de trabalho.

− Só quando é especial para ele. O menino herdou esse lugar dos avós e apesar de não administrar, sempre passa um tempo aqui e faz questão de se manter a par de tudo que acontece.

Lucero assentiu, franzindo o cenho. Por que aquele disco seria tão importante para Manuel? E pelo que ela tinha percebido, Nair o conhecia bem e o adorava, pois ainda o chamava de menino mesmo ele sendo um pouco mais velho.

− Bom, se a senhorita quiser, pode guardar suas coisas antes de ir para o estúdio. – Nair sugeriu.

− A gente pode fazer isso e você seguir direto para o seu compromisso, Lu. – Ernesto falou.

− É melhor mesmo, eu já devo estar bastante atrasada. Obrigada. – Lucero sorriu, entregando a bolsa a Ernesto.

− Então eu vou acompanhando os meninos para mostrar as instalações e a senhorita pode seguir por esse caminho que vai encontrar o estúdio. – Nair apontou a parte de trás da casa.

Lucero assentiu, agradecendo, e saiu por onde Nair indicou enquanto ela seguia seu caminho com Ernesto e Alex para dentro de casa. Lucero andava pela grama, observando e sentindo o ar puro que a natureza oferecia e tanto lhe agradava, até que ela encontrou um lugar que parecia ter isolamento acústico de fora e ao ver o símbolo da música na porta, ela deduziu ser o tal estúdio e abriu a porta, entrando de vez e tendo seus ouvidos preenchidos pela voz grave de Manuel, fazendo a sua pele se arrepiar. Ela ainda queria entender o que ele tinha que qualquer ato lhe causava uma sensação estranha. O homem estava de costas para a porta e com o barulho dos instrumentos, não deu para ouvir que alguém entrava, mas mesmo assim se sentiu observado.

− Lu, que bom que chegou. – Manuel se aproximou para beijar o rosto de Lucero, mas ela o parou.

− Mas eu não vim por causa de você, vim por toda a equipe que se prejudicaria se ficasse na mão. Que maluquice é essa de me chamar de repente sem nenhum contrato assinado? Você sabia que eu estava trabalhando, cuidando das minhas próprias obrigações? – Lucero reclamava sem parar.

Manuel não conseguiu prestar atenção em uma palavra que Lucero disse, apenas observava o seu visual simples que a deixava ainda mais linda. Ela usava um short jeans, uma regata preta, coque no cabelo cacheado e o rosto sem nenhuma maquiagem. Ele nunca a tinha visto daquela forma, pois ela sempre estava muito bem arrumada na empresa, mas o seu jeito natural o deixou ainda mais encantado por ela.

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