NO OUTRO DIA
Lucero nem percebeu que tinha adormecido ali mesmo no chão com a mão no queixo, ela estava psicologicamente exausta e abalada, mas tratou de disfarçar quando o médico apareceu ali dizendo que Nathan estava bem, acordado e queria vê-la. Ela não queria que ele a visse mal naquele momento, já não bastava todos os momentos difíceis que ele tinha passado, apesar de saber que ele perceberia no exato minuto em que a olhasse como sempre.
− Estrela! – Nathan falou animado quando viu Lucero no quarto.
− Que susto você me deu. Como você está, hein? – Lucero se aproximou de Nathan a passos rápidos e o abraçou com cuidado.
− Estou bem, só com uns ossos danificados. – Nathan riu, apontando a própria barriga, e Lucero sorriu de leve. – Ih, mas você parece pior que eu e nem venha dizer que é cansaço. – ele advertiu.
Lucero suspirou. Nathan a conhecia tão bem que ela nem sequer podia inventar desculpas para ele.
− Pois é. Você já deve saber que quem trouxe você para cá foi o Manuel e nós conversamos. – Lucero suspirou novamente.
− Ah, então quer dizer que apesar de tudo, o plano deu certo? – Nathan percebeu o que falou e colocou a mão na boca, arrependido.
− Nem adianta fazer essa cara que eu já sabia que você e a Lorena estavam por trás disso. – Lucero apertou os olhos.
− Bom, a gente só fez pensando no melhor. – Nathan deu de ombros.
− Mas não deu muito certo porque brigamos feio. – Lucero abaixou a cabeça.
− Não me diga. O que aconteceu? – Nathan se ajeitou na cama com dificuldade.
− Eu resolvi acabar com aquela história dele achar que eu era casada, contei toda a verdade, mas ele não acreditou em mim e ainda disse que não queria mais passar um minuto na minha presença. – Lucero terminou de falar com a voz embargada.
− Amiga. – Nathan falou com pena e estendeu os braços, fazendo Lucero correr até ele novamente.
− Ele me odeia. – Lucero falou baixo com a cabeça no ombro de Nathan.
− Hum, não acho que seja para tanto, se não ele não fingiria tanta indiferença. Não se esqueça de que até você precisou de um tempo para assimilar tudo e você era diretamente envolvida, imagina ele que ainda tem que lidar com a dor do abandono.
− É, você está certo, vamos ver o que o tempo dirá. – Lucero forçou um sorriso, levantando a cabeça do ombro de Nathan, mas sem se soltar do abraço. – Mas esse não é nem o momento e nem o local de falar sobre isso. Você já sabe quando vai ter alta? – ela sorriu de leve, acariciando o rosto dele.
− Como o médico disse que não foi grave, graças a Deus, acho que saio hoje mesmo assim que ele fizer a visita.
− Acho melhor você ficar na minha casa pelo menos até tirar essas faixas.
− Isso, aí você cuida de mim. – Nathan sorriu sapeca. – Lucero, eu já te vi de órfã, fazendeira, advogada, assassina e até de anjo, mas será a primeira vez que vou ver de enfermeira. – ele riu se referindo às personagens que ela já interpretou nas novelas.
− Besta. – Lucero também riu, negando com a cabeça. – Se continuar me zoando, eu te espanco mais. – ela brincou, mas logo ficou séria e respirou fundo. – Aproveitando que estamos falando nisso, o que pensa em fazer para achar os agressores?
− Ai, amiga, pelo pouco que eu vi, a polícia nem se importou com o que estava acontecendo. Você acha que vão querer procurar alguém? – Nathan suspirou.
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O Poder Do Amor
FantasiLucero Hogaza era uma atriz e cantora no auge do seu sucesso. Ela se considerava uma pessoa normal, cheia de sonhos e completamente apaixonada pelo trabalho e pelo seu público. Sua vida vira de cabeça para baixo quando encontra um colar em formato d...