Capítulo 12

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Lucero simplesmente pulou nos braços de Manuel e o abraçou com força sem conseguir conter o choro. Ela não queria encontrá-lo justamente para evitar que aquilo acontecesse, mas ele já estava ali, ela precisava de um abraço dele pela última vez. Manuel a apertou e fechou a porta com dificuldade.

− Eu sabia que tinha algo de errado. – Manuel levou Lucero para o sofá e se sentou com ela, enxugando suas lágrimas. – O que foi, hein, bella? Pode me contar o que está acontecendo com você.

Lucero queria contar tudo a Manuel, mas não podia. Ele tinha projetos de vida que não incluíam mudar de país e ser pai e não seria ela a fazer ele desistir de tudo, ele era uma pessoa normal, não era como ela que já tinham feito uma escolha para sua vida sem que ela quisesse e mesmo assim era obrigada a aceitá-la.

− Eu não quero falar. – Lucero falou sem encarar Manuel.

Manuel sabia que Lucero raramente falava dos seus problemas e nunca a tinha visto tão mal, por isso não era hora de tentar descobrir o que a afligia e sim de apoiá-la.

− Está bem. Eu vou buscar uma água para você. – Manuel nem esperou resposta e se levantou, indo para a cozinha.

Em questão de segundos, Manuel chegou com o copo de água e entregou a Lucero que tomou rapidamente, largando o copo na mesa de centro e voltando à posição inicial, encarando o chão. O silêncio reinou por alguns instantes e Lucero se jogou nos braços do amado.

− Eu só quero ficar assim com você.

− Então vem aqui. – Manuel se ajeitou no sofá com Lucero no colo. – Vamos ficar juntinhos. – ele beijou a cabeça dela.

Lucero ficou algum tempo com a cabeça no peito de Manuel, mas de repente a levantou e segurou em seu rosto, olhando nos seus olhos. Como ela sentiria falta daqueles momentos.

− Eu te amo, Manuelito. – Lucero beijou Manuel.

Manuel aprofundou o beijo, acariciando a cintura de Lucero. Eles se beijaram por minutos até que ela se levantou e o ajudou a fazer o mesmo, começando outro beijo. Ela queria fazer amor com ele pela última vez e ele queria fazê-la se sentir amada para que ela melhorasse do que fosse que estava a machucando tanto. Ele a guiou para o quarto sem parar o beijo como tantas outras vezes antes, mas quando estava sentada por cima dele já na cama, Lucero se deu conta do que estava fazendo e o soltou, se levantando. Não era justo que ela o amasse daquele jeito para abandoná-lo no dia seguinte.

− Não, não, eu não posso. – Lucero colocou a mão nos lábios.

− O que aconteceu, Lucero? – Manuel se inclinou na cama para olhar para Lucero, confuso.

− Eu não estou bem, Manuel, foi um erro você ter vindo até aqui. – Lucero começou a chorar.

− Meu amor, por favor, me fala o que você tem, eu quero te ajudar. – Manuel se levantou preocupado e tentou abraçar Lucero, mas ela se afastou.

− Não, eu quero que você vá embora, é isso. – Lucero falou nervosa e correu para o banheiro, se trancando.

Manuel ficou ainda mais preocupado e tentou abrir a porta, mas viu que estava trancada e bateu. Lucero nunca tinha ficado daquele jeito e o pior de tudo era que ela não queria ser ajudada e nem mesmo desabafar.

− Lucero, abre, vamos conversar. Você está me preocupando.

− Eu já disse que quero ficar sozinha. Sai daqui, por favor. – Lucero soluçou.

Lucero sabia que estava agindo com infantilidade, mas simplesmente tinha perdido novamente a coragem de encarar Manuel. Ele, por sua vez, estava sem reação e começando a achar que o problema dela tinha a ver com ele, mas ele não tinha o que fazer se ela não queria desabafar e nem resolver, só não podia deixá-la sozinha naquele estado, teria que chamar alguém para cuidar dela.

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