Capítulo 15

133 7 1
                                    

NO DIA SEGUINTE

Lucero se acordou cedo e pegou os papéis com as informações sobre Lorena, indo até o endereço indicado. Era um lugar bastante calmo, por isso ela preferiu ir sozinha, querendo que todos soubessem da menina quando já estivesse tudo certo com a adoção e ela nem sabia como aquilo funcionava, pois nunca pretendeu adotar nem cachorro, quanto mais uma criança. Ela suspirou, chegando ao local. O internato era bastante rústico por fora, mas parecia ser aconchegante por dentro, levando em conta o tamanho da casa. A mulher bateu na grande porta de madeira e logo uma freira a abriu.

− Bom dia. – a freira cumprimentou.

− Bom dia. Você é a?

− Irmã Fabiana, muito prazer. – Fabiana estendeu a mão para Lucero.

− O prazer é meu, irmã, eu sou a Lucero. – Lucero aceitou o cumprimento de Fabiana. – Eu gostaria de falar com a diretora da instituição. É possível?

− Claro, ela está esperando por você. Entre, por favor. – Fabiana deu espaço para Lucero.

Lucero entrou, agradecendo e olhando confusa para Fabiana. Como a diretora estava a esperando se nem ela conhecia ninguém ali? Não era possível que até aquilo Nathan estivesse encaminhado para ela. A mulher seguia a freira, olhando tudo ao redor, vendo que era tudo como ela imaginava, rústico e aconchegante. Elas andaram por um longo corredor e Fabiana parou em uma sala, onde abriu a porta e colocou apenas a cabeça para dentro.

− Com licença, madre superiora, a pessoa que a senhora esperava chegou.

− Mande-a entrar.

Fabiana deu espaço e Lucero entrou devagar, observando o lugar que tinha o mesmo padrão dos outros cômodos do orfanato. A madre era uma senhora já de idade, de expressão séria, mas acolhedora e um hábito mais escuro que o de Fabiana.

− Seja bem vinda, Lucero, eu aguardava ansiosamente por você.

− Vocês querem uma água ou um café? – Fabiana ofereceu.

Fabiana e a madre encararam Lucero que ainda pensava em como todo mundo já sabia que ela iria ao internato naquele dia até perceber os olhares voltados para ela.

− Hã, não, eu estou bem, obrigada. – Lucero sorriu de leve.

− Eu também não quero nada, irmã Fabiana, obrigada. Pode se retirar. – a madre falou.

− Com licença. – Fabiana curvou a cabeça em respeito a madre, se despediu de Lucero com um sorriso e saiu.

A madre encarou Lucero, séria, mas com a expressão suavizada. A mulher entendia que por ela ser a responsável do lugar tinha que impor respeito, ainda que não fosse tão brava quanto parecia.

− Bom, deixa eu me apresentar direito, Lucero. Eu sou Eliane, a madre superiora e diretora desse internato, muito prazer. – Eliane apertou a mão de Lucero. – Você está aqui pela menina Lorena Queiroz, não é isso? – ela perguntou, folheando um livro grande que tinha em cima da sua mesa.

− Sim, mas antes eu posso perguntar só uma coisinha? – Lucero fez careta e Eliane assentiu, cruzando os braços sobre a barriga. – Como a senhora sabia que eu viria hoje?

Eliane suspirou. Era a pergunta que todos os novos guardiões que tinham protegidos no internato faziam.

− Eu sempre sei de tudo, Lucero. – Eliane se levantou e abriu um armário que tinha por trás da sua mesa, procurando algo em uma pilha de envelopes igual o que Lucero tinha e por fim encontrando. – Vocês acham que por sermos católicas não nos deparamos com coisas místicas, mas sim, eu entrei nessa desde que esse internato foi me deixado de herança pela minha guardiã. Aí está o dia em que você chegaria com sua foto e todas as informações sobre você. – ela voltou a se sentar e abriu o envelope em frente a Lucero.

O Poder Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora