Capítulo 30 (FINAL)

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DOIS ANOS DEPOIS

As coisas na vida de Lucero e sua família não tinham mudado muito. Eles continuavam felizes, o casal apaixonado e as crianças crescendo cada vez mais inteligentes. Lorena continuava aguardando aparecer alguma foto dentro do seu colar e depois de mais algumas conversas com a mãe, estava até gostando da ideia de ser a guardiã de alguém. Ela também tinha resolvido andar com ele no pescoço assim como Lucero e quando perguntavam, todos diziam que simplesmente era um amuleto da sorte que elas usavam juntas. Em um fim de semana normal, Lucero terminava de se arrumar para ir com sua família ao parque como de costume, mas quando abriu o guarda roupa para pegar seu colar, ela se deparou com um conhecido envelope amarelo com o nome de Lorena no verso. A mulher o pegou tremendo, ela sabia que tinha chegado a hora da sua filha e ela, por ser sua guardiã, era a responsável por orientá-la como Nathan fez com ela na sua época, mas antes que pudesse abrir e ver quem estava dentro daquele envelope, Lorena apareceu a chamando.

− Mamãe, podemos ir? O papai está pronto.

Lucero se assustou e guardou o envelope antes que Lorena visse, pegando o colar e fechando a porta do guarda roupa. Ela precisava conversar com a filha o quanto antes, mas deixaria para depois do passeio, pois aquele poderia ser o último normal da família.

− Claro, estava só colocando meu colar. – Lucero falou normalmente, colocando o colar enquanto saía do quarto com Lorena.

Lucero e Lorena caminhavam tranquilamente, até que antes delas chegarem à sala onde Manuel e Heitor as esperavam, a mulher parou a filha. Ela não podia demonstrar, mas estava muito preocupada com o futuro.

− Filha, eu te amo, não se esqueça nunca. – Lucero falou emocionada, abraçando Lorena de lado.

− Eu também te amo, mamãe, mas por que você está falando assim do nada? – Lorena sorriu para Lucero.

− Porque eu quero que você se lembre sempre que pode contar comigo e com seu pai. – Lucero falou, ajeitando o cabelo de Lorena atrás da orelha.

− Eu sei, e sou muito grata pela família que você me deu. – Lorena apertou Lucero e beijou seu rosto longamente.

Lucero também sorriu e foi para a sala ainda sem soltar Lorena, encontrando Manuel brincando com Heitor no colo.

− Até que enfim, vocês demoraram. – Manuel se levantou.

− Nós estávamos conversando. – Lucero sorriu para Lorena. – Vamos com a mamãe? – ela estendeu os braços para Heitor.

Manuel entregou Heitor a Lucero e lhe deu um selinho antes de ajudá-la a colocar as crianças no carro. Por fim, eles saíram animadamente para o parque enquanto ouviam e cantavam canções infantis às alturas. Nenhum dos dois diria que um dia estariam ali, juntos e com dois filhos se ambos só viviam para o trabalho até encontrarem o amor e o desejo de unirem as próprias vidas eternamente. O casal se encarou sorrindo, como sempre compartilhando o pensamento de que não trocariam aquela realidade inesperada por nada, porque estavam juntos, se amavam e amavam ainda mais aqueles dois loirinhos que dançavam no banco de trás do carro, a parte principal da vida e do amor dos dois.

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Ao chegarem ao parque, como sempre Manuel e Lucero deixaram as crianças brincando por ali e estenderam uma toalha na grama verde, se sentando abraçados enquanto observavam Heitor e Lorena correrem de um lado para o outro. Era naquele momento que eles queriam que o tempo parasse e que tivessem sempre seus dois filhos felizes, brincando e juntos a eles para que pudessem protegê-los. Manuel encarou Lucero que sorria olhando para as crianças. Ele achava incrível em como a sua vida tinha mudado tanto em tão pouco tempo, pois desde que cresceu podia jurar que o mais importante para ele seria sua carreira, mas ao conhecer Lucero, tudo isso foi para segundo plano, era ela a sua prioridade e mesmo quando ela o deixou, ela continuou sendo a única coisa que o movia, a prova disso eram as músicas dele que sempre tinham a ela como inspiração, fazendo com que até a dor que ela o causou lhe trouxesse coisas bonitas. Depois de anos, quando ele achava que nunca mais teria luz nos seus dias, sua mulher voltou e ainda lhe trazendo um presente, uma filha que ele sempre sentiu que era para ser dele de um jeito ou de outro. Lucero foi e continuava sendo a melhor parte da vida dele, pois todos os dias ela lhe mostrava que ele poderia ser mais feliz ao lado dela, mas nenhuma felicidade se comparava ao momento em que ela se tornou sua esposa. Ali, onde se amaram pela primeira vez como marido e mulher, ele percebeu que tudo que tinham vivido havia valido a pena para estarem juntos sem mais nada que pudesse separá-los. Dali em diante só aconteceram coisas que os juntou mais ainda, como a chegada de Heitor, cada descoberta ao lado de Lucero era um motivo a mais para Manuel ser uma pessoa, marido e pai melhor. Ele ainda tinha algumas dúvidas sobre o fato de Lorena ser uma guardiã como a mãe, mas não tinha mais medo do que poderia acontecer, afinal eles estavam juntos e dispostos a irem até o fim do mundo por ela.

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