No limite

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Addison

Fiquei sentada no chão da minha sala por umas três horas aproximadamente. Estava perdida, eu sentia dor, não tinha forças para levantar.  Minha irmã veio me encontrar e me ajudou a levantar. Acabei cortando a mão enquanto recolhia os cacos de vidro do chão, esse corte havia me dado quatro belos pontos.

As primeiras semanas sem Grey foram difíceis, tinha muito trabalho, muito material para selecionar. Estava exausta, precisava de uma nova secretária com urgência. Minha irmã é uma excelente arquiteta, mantinha uma empresa em Paris e trabalhava à distância, então não estava disponível para me ajudar na editora. Estava literalmente levando a SIP nas costas e isso estava me deixando ainda pior.

Pete aparentemente havia voltado para Londres, nunca mais o vi, nem voltou a me incomodar. Aquelas suas últimas palavras me assustaram de certa forma, me soou como ameaça e isso me tirou o sono durante toda a semana. Devido ao seu sumiço, fiquei meio que sem resposta sobre o divórcio. Não sabia para onde enviar os papéis e se enviasse, qual seria sua reação. Queria evitar a todo custo que voltasse a encontrá-lo.

A última semana eu fiquei quase todas as noites sozinha, minha irmã estava saindo com Carina. Eu estava feliz por Amelia, todos os seus relacionamentos eram curtos e nada animadores, mas ela estava curtindo muito, e parecia ser recíproco.

— Addison, vou jantar no apartamento de Carina. Não quer ir comigo? Ela iria adorar te ver. — Amelia entra na sala colocando brincos na orelha.

— Não, estou sem clima, sem fome e sem tempo. Preciso trabalhar. — forço um sorriso para mostrar que estou bem.

— Addison, eu percebi que não tem dormido nem comido direito, estou ficando preocupada. — senta ao meu lado no sofá.

— Não esquenta Amy, estou bem. Vai se divertir com sua "Amiga." — faço aspas com os dedos.

— Tem certeza? Eu posso ficar para te fazer companhia se preferir. — insiste.

— De forma alguma. Você deve ir, eu vou ficar bem. — tranquilizo-a e ela sai.

Levei alguns materiais para analisar em casa, então levanto e vou até a minha bolsa para pegá-los e percebo um pedaço de papel que caiu da minha bolsa. Pego o papel e leio o que estava escrito:

"Estou mais perto do que imagina..."

Eu conhecia bem aquela letra e isso me fez arrepiar. Olho ao redor com sentimento de insegurança, suas últimas palavras voltam à minha mente com força total.

"Você vai me pagar, Addison..."

Tento ignorar aquele bilhete, estava segura em casa. Pete queria apenas me intimidar, mas não daria essa chance. Rasgo o papel, jogo na lixeira da cozinha e volto para o sofá com meu material de trabalho e tento me concentrar nele, mas está sendo difícil.

Começo a sentir um vento frio no apartamento e percebo a janela da cozinha aberta, me direciono até ela para fechá-la, dou uma olhada para a rua e sinto-me como se estivesse sendo vigiada. Sinto o frio percorrer meu corpo, fecho a janela,  tento afastar esse pensamento e volto para o sofá e retomo meu trabalho. Mas me concentrar está praticamente impossível, Pete mais uma vez estava conseguindo o que queria.

Começo a suar frio, minhas mãos estavam encharcadas. Sinto-me tonta, enjoada. Deixo os papéis do trabalho na mesa de centro e me deito no sofá e me cubro com um cobertor, mas o frio está insuperável, sinto-me tremer.

Amelia havia voltado e me encontrado encolhida do sofá. Aproxima-se de mim e me dá um beijo na testa.

— Addison, você está ardendo em febre. — senta ao meu lado.

You're My Person - MeddisonOnde histórias criam vida. Descubra agora