『 𝐏𝐫𝐨𝐦𝐢𝐬𝐞𝐝 𝐭𝐨 𝐀𝐥𝐩𝐡𝐚 』

CAPÍTULO 27:

Kaminari olhava atônito para o mais alto acompanhado de Kirishima logo atrás. Izuku estava perplexo, ele não se lembrava do rosto de Denki em sua primeira vida, perguntava-se por quê diabos ele não estava em suas memórias? Teria o reconhecido com certeza se esse fosse o caso! Se lembrava de alguém com mais ou menos a mesma estatura, mas as imagens de suas lembranças estavam borradas e embaralhadas.

— Ah... Você descobriu... — O loiro abaixou o rosto, mas levantou-o rapidamente na sequência. — Eu posso explicar!

— Estou ouvindo. — Deu alguns passos para frente e abaixou o olhar para Kaminari.

   Bakugou já não continha as lágrimas mas mantinha-se inexpressivo, Izuku por outro lado não conseguia entender o que porra estava acontecendo. Denki nunca esteve presente em nenhuma de suas vidas passadas então por que Katsuki o chamava de príncipe???!

— Me desculpa, eu... — Antes de continuar, votando-se para olhar o esverdeado que estava claramente confuso, Denki trouxe sua própria mão esquerda até o rosto e estalou os dedos depois de assopra-lós. — Agora você também deve se lembrar...

A expressão de Izuku se transformou em poucos segundos, completamente descrédito e horrorizado por causa das memórias que invadiram sua cabeça abruptamente, junto de uma fragrância extremamente nostálgica de laranja lima, tudo junto num único golpe.

— Quando percebi que estava cego pelas minhas próprias ilusões já era tarde demais, eu não podia desistir... Metade do meu povo havia morrido por causa da peste e da fome que minha própria maldição causou, e quando os remanescentes tentaram deixar a ilha foram pegos pelas tempestades. Enquanto isso eu ficava cada vez mais e mais impaciente para pegar o grimório de volta e... — Puxou de volta todo o ar que havia perdido enquanto disparava a contar a verdade sem explicar muito bem a sequência correta da linha do tempo.

Atropelando todos os acontecimentos anteriores, o de cabelos dourados estava falando da época em que Katsuki esteve fora por aproximadamente dez anos. Nesse tempo, Kaminari utilizou o grimório para aprender e ajudar o reino na ausência de seu rei.

— Quando finalmente pude pegá-lo, me certifiquei de fazer com que vocês se esquecessem disso. Não é nada difícil trancar algumas memórias quando elas já se desgastaram na mente de alguém... É que... Quando você me deixou... — Encarou os olhos carmesim do alfa, este que não parava de chorar em um silêncio completo. — Quando você me deixou eu peguei seu grimório... Eu ajudei seus exércitos e todo o reino pelo período que esteve fora, e quando eu descobri que poderia fazer muito mais que isso eu já tinha conseguido desenvolver maneiras de preservar minha estrutura física.

Depois de provar um pouco daquele poder novo, precisava arrumar um jeito de desenvolver melhor suas novas habilidades. Também precisava pegar o livro de volta, é claro, e isso significa que Kaminari esteve por perto até encontrar a oportunidade perfeita para roubá-lo bem debaixo de seus narizes. (Capítulo VI)

— Duas gerações antes de conseguir roubar o livro, eu precisava voltar para casa e trabalhar melhor no aperfeiçoamento de tudo que tinha aprendido, e eu também já sabia que em breve Izuku estaria de volta... Assim forjei minha própria morte e fiz o general mentir sobre mim... Blasfemei contra inúmeras divindades para conseguir praticar as coisas que li, mas quando parei para olhar ao meu redor não havia sobrado nada além de ruínas.

A verdade era que: por todo esse tempo Kaminari esteve vivo! Depois que descobriu como usar as habilidades daquele grimório, planejou cada um de seus passos até o momento em que não fosse mais capaz de esconder seus segredos.

Primeiro ele aproveitou a saída de Katsuki para poder usar o livro, depois forjou a própria morte para poder praticar e preservar o conhecimento adquirido e por fim, conseguiu tomar posse do grimório durante a terceira vida de Izuku, quando de muito longe encontrou a oportunidade perfeita para mexer com suas memórias.