『 𝐏𝐫𝐨𝐦𝐢𝐬𝐞𝐝 𝐭𝐨 𝐀𝐥𝐩𝐡𝐚 』

CAPÍTULO 5:

— Falando no diabo... — Asui aponta o olhar para a entrada do local e logo abaixa a cabeça.

Na porta passava um homem alto, de cabelos pretos e olhos azuis, brincos e piercings espalhados pelo rosto, o penteado bagunçado, e passos firmes. Ele segurava a mão de seu companheiro, este que tinha cabelos verdes assim como seus olhos e sardas no rosto.
Kirishima segurou o pulso de Katsuki, afim de evitar que ele fizesse algo que pudesse de arrepender mais tarde. Afinal, quando o loiro viu aquela cena, rosnou num tom mediano, que assustou seus colegas.

— Quem é esse aí? — Perguntou, enquanto ainda olhava diretamente para o maior ao lado de Izuku.

— É um Todoroki. Touya Todoroki. — Asui diz baixo.

— A família Todoroki é conhecida e respeitada pelo histórico impecável de alfas dominantes... Suas empresas multinacionais lucram tanto que afetam diretamente na economia do país... — Mirko falava com um pouco de repulsa. — Desde companhias petrolíferas à rede de aparelhos eletrônicos. Esses desgraçados tem o que quiser, quando quiser...

     Katsuki somente bufou, e viu seu ômega agarrando-se no braço de Touya, enquanto se aproximavam de uma roda repleta de grandes alfas.
Um pouco mais acomodados com o local, depois de convencer Bakugou de não arrumar problemas, Kirishima subiu alguns andares acompanhado de Tetsutetsu para dançar numa das maiores pistas do prédio. Mirio encontrou dois amigos da faculdade e foi passar um tempo com eles. Asui permanecia ao lado do loiro, sentados em banquetas de costas para o balcão de bebidas, e Mirko foi ao banheiro.

— E sobre a família de Izuku? — O alfa insistia em olhar de soslaio para o lugar onde estavam os dois.

— A familia dele é igualmente poderosa e tem um legado de alfas dominantes... Com exceção dele. Nasceu um ômega e com baixa resistência à feromônios... — A menor pediu uma bebida, já estava ficando entediada. — A familia Midoriya é dona de uma empresa automotiva que vale alguns bilhões de dólares, e Izuku, mesmo que sofra bastante por ser o filho bastardo, é o queridinho das mídias. Tê-lo é como uma relíquia para qualquer um, menos para sua família, claro. Eles abominam a ideia de ter um sucessor ômega, mas não há muito o que fazer, né?

— É... Acho que não...

— Ele tem alguns problemas na universidade... Na verdade tudo sobre ele é bem polêmico.

— Ah é?

— Sim.. Nós estudamos juntos desde o primário, e ele sempre tinha problemas. Na maioria das vezes era defendido pelos professores mas isso quando as coisas aconteciam dentro do colégio. Soube que ele sofreu alguns abusos tanto fora quanto dentro de casa. Nunca teve muitos amigos, mas sempre tirou boas notas e se mostrava ser bastante inteligente. No ensino médio teve uma ex-namorada problemática além da conta, uma alfa rica e louca. Agora se envolveu com o primeiro na linha de sucessão dos Todoroki. De tempos em tempos ele da um jeito de aparecer nas redes de fofoca do país. — Ela pegou sua bebida, e deu alguns goles pelo canudo de inox. — Mas por que tanta curiosidade? Não vá dizer que quer se meter com um Midoriya e um Todoroki.

— E se eu quiser?

— Você vai ser esmagado. — Mirko entrou na conversa, voltando com punhos cerrados. — Se eu fosse você, desistiria dessa ideia.

— Bom. Você não é. — Deu de ombros. Katsuki sabia muito bem que podia fazer o que quisesse, mas faria as coisas do jeito certo, com calma e cuidado para que nada desse errado. Dessa vez parecia ter que enfrentar ainda mais obstáculos, mas com certeza absoluta não hesitaria.

    Dois andares acima, já cansados, Kirishima e Tetsutetsu vão até algumas cadeiras estofadas que ficavam pelos cantos, para não ocupar tanto espaço. Eles riam após terem se divertido dançando com outras várias pessoas. A energia era uma das melhores que Kirishima já havia experimentado, gostava da liberdade.