CAPÍTULO 22:

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Ouvindo os pássaros cantando próximos da janela meio aberta quando abriu os olhos ainda bastante sonolento, viu que estava agarrado num travesseiro, e disse:

— Que horas são? — Sua voz estava bastante rouca, e a garganta fisgava. Não sabia dizer se o motivo foi porque dormiu sem secar devidamente o cabelo ou se foi por causa dos gritos da noite passada. Preferia acreditar na primeira opção com certeza, mas sabia que de fato era sobre a segunda.

— São três horas. — Ouviu a voz de Bakugou responder de outro cômodo. — Da tarde.

— Como é que é?! — Saiu da cama num único pulo, empurrando a porta do quarto e encontrando dois alfas que encaravam seu espanto.

Kirishima e Katsuki estavam na sala, comendo algumas guloseimas enquanto algo passava na televisão e eles conversavam paralelamente. Izuku se surpreendeu com o estado do apartamento, afinal estava tudo arrumado e limpo, muito diferente de como deixaram um pouco antes de dormir durante a madrugada.

Eijirou deixou escapar uma risada abafada quando farejou o ar e viu as pernas do ômega descobertas e cheias de hematomas, assim como seu pescoço e uma parte da clavícula que ficava exposta por causa da camisa larga.

— E eu pensando que você tinha perdido o jeito. — Deu de ombros num tom irônico, dirigindo-se ao loiro antes de voltar sua atenção para a TV.

— S-são mesmo três horas da tarde? — Tentou ignorar aquele comentário que deixou-o envergonhado a princípio.

— São sim. — Apontou para o próprio relógio que utilizava no pulso, mas o esverdeado caminhou pelo corredor até sua bolsa, de onde pegou seu celular esquecido e abandonado.

— Eu dormi por todo esse tempo!!? — Perguntou retoricamente, enfim sentindo as dores da noite passada e resmungando ainda mais surpreso com os efeitos colaterais do que fizeram. Izuku percebeu que suas roupas estavam limpas e dobradas dentro de sua bolsa, e agora sua mente somente questionava que hora da manhã Katsuki havia levantado para arrumar todas aquelas coisas assim afinal.

— Uh-hum... — Confirmou mesmo sabendo que não precisava. Ele esperava pelo retorno do mais novo até a sala, ouvindo-o resmungar de pé enquanto o teclado digital de seu celular fazia um barulho alto e apressado. — Tinha algum compromisso para hoje?

— Na verdade sim. — Respondeu, voltando pelo caminho que havia feito e entrando para o banheiro rapidamente.

O esverdeado riu um pouco alto quando tirou a camisa e pôde observar o próprio corpo na frente do maior espelho do lugar. Estava acostumado a se meter em situações onde tinha que esconder as dores e hematomas do corpo, mas aquelas marcas eram quase uma obra de arte na sua pele clara e macia. Ele riu mais do que o necessário, até ouvir a voz do artista, de longe.

— Não me diga que está se admirando no espelho. — Rindo de onde estava, balançou a cabeça negativamente.

— Por um acaso você tem uma blusa de gola alta aí?

— Eu tenho! — Eijirou se levantou num impulso involuntário e foi para seu quarto buscar a roupa. De fato ainda ficaria grande em Izuku, mas serviria para esconder grande parte (se não todas) das manchas para o que quer que tivesse a fazer.

    O ruivo lançou a blusa de algodão escura para Bakugou, que pegou o tecido num reflexo rápido quando já se levantava para ir até o banheiro, a porta não estava trancada, então ele entrou sem avisar.

— Não é que ficou bom mesmo. — Escorado na porta já fechada em suas costas, observou as costas nuas do menor, que afivelava seu cinto.

— Desculpe por ter que ir tão de repente... — Lamentou meio cabisbaixo, esticando uma das mãos para pegar a blusa. — Eu queria cozinhar algo para almoçar com vocês.

『 𝐏𝐫𝐨𝐦𝐢𝐬𝐞𝐝 𝐭𝐨 𝐀𝐥𝐩𝐡𝐚 』 Onde histórias criam vida. Descubra agora