CAPÍTULO 6:

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"There will come a soldier"
"Who carries a mighty sword"
"He will tear your city down"
"Oh lei, oh lai, oh lord"

   Eu seguia aquela bela voz por dentre as árvores, não estava longe, mas o eco que seguia pelo cânion podia confundir qualquer lupino, tenha ele a melhor audição ou não. Era uma voz majestosa, caminhando suavemente pelo vale e invadindo as ravinas.

"Oh lei, oh lai, oh lei oh lord"

   Corri de um lado para o outro, saltando os pequenos riachos e desviando dos troncos caídos. O meu corpo somente seguia aquela canção como se minha vida dependesse dela, eu nem mesmo precisava pensar em mover minhas pernas já que elas faziam isso por conta própria. O topo já estava próximo e meu coração palpitava como nunca senti, talvez pela adrenalina da altura que subi, ou pela voz que me chamava ao seu encontro.
Bem na ponta, sentado com as pernas à deriva, os cabelos voando com o vento, que também carregava sua linda voz como uma benção a quem pudesse ouvir, as mãos firmes no chão, e os braços frágeis arranhados e cheios de cicatrizes. Quando percebeu minha chegada, virou lentamente o rosto e então, eu finalmente pude ver.

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     Num sobressalto assustado, Katsuki se levanta da cama bastante cedo. Fazia muito tempo que não tinha sonhos ou lapsos de memória, na maioria das vezes eram coisas ruins mas dessa vez se lembrou de uma música que seus pais o ensinaram quando ainda era um filhote.
A sensação nostálgica preencheu seus pulmões num suspiro longo e denso. Colocou uma calça de moletom preta e amarrou seu cordão na frente, passou as mãos pelos cabelos loiros e olhou-se brevemente no espelho.
Manhã de domingo, não tinha com o que se preocupar além do comportamento de Kirishima, se ele realmente estivesse se apaixonando por alguém que não o ama, poderia até mesmo ficar doente, e isso precisava se resolver. Quando saiu do quarto, o ruivo também já estava de pé, fazendo algumas das tarefas que deixou para fazer de última hora.

— Bro, meu celular ficou com você ontem? — Perguntou, com a atenção voltada para a tela do laptop em seu colo.

— Não, por quê teria ficado comigo? — Se dirigiu ao banheiro para escovar os dentes.

— Ah merda... Então eu o perdi ontem.

— Você é burro ou o quê? — Secou o rosto, e logo em seguida ouviu a campainha tocar.

— Atende aí, tô' ocupado. — Reclamou.

— Como você conseguiu pedir comida sem o celular? — Falou alto e abriu a porta.

— Eu só passei para devolver o— Izuku e Katsuki se encaram por alguns segundos em silêncio, e o menor se permite olhar o corpo do loiro, completamente calado. Ele usava uma blusa moletom branca com uma jaqueta amarela por cima, jeans escuro e coturnos do mesmo tom.

— Devolver o? — Bakugou não pode deixar de sorrir pelo canto dos lábios, era um ótimo sinal.

— P-Perdão... Kirishima deixou o celular no carro ontem e eu disse que passaria aqui para devolver e... E ver se precisava de alguma coisa mas... A-Acho que não precisa de nada certo?? — Tropeçando nas próprias palavras, colocou as mãos em todos os seus bolsos procurando pelo aparelho telefônico. — A-Aqui está.

— Obrigado. Sem isso Kirishima não come. — Pegou o celular da mão do esverdeado, e deu-lhe um sorriso.

— Se você cuidasse de mim do jeito certo não precisaríamos de delivery. — Izuku ri quando escuta isso vindo do ruivo.

『 𝐏𝐫𝐨𝐦𝐢𝐬𝐞𝐝 𝐭𝐨 𝐀𝐥𝐩𝐡𝐚 』 Onde histórias criam vida. Descubra agora