Votem e comentem
Azriel não sabia quanto tempo havia estado apagado, podia ter sido minutos ou horas. O céu já estava escurecendo quando sua consciência foi recobrada junto de uma dor insuportável em seu abdómen. Ele tonteou, ainda com os flashes passando por sua cabeça, recobrando a memória. Lotte.
Ele virou o corpo rapidamente, ainda com a visão turva e dolorido. A besta estava caída em seus pés, morta em uma poça do próprio sangue negro, com Reveladora da Verdade cravada em seu crânio. O macho não conseguia entender, mas de alguma forma aquele monstro conseguia ser mais forte do que um illyriano. O animal era feito para caçar e matar, e o objetivo da vez era a jovem humana caída ao seu lado.
Ela estava pálida demais, os lábios murchos e coberta de sangue negro. Nas mãos e nos cabelos, a perna ainda aberta devido as garras da besta. O coração batia lentamente e ela não estava respirando corretamente, como se estivesse com dificuldade. O rosto estava tão macilento e não havia cor. Azriel puxou o laço, apenas para ter certeza antes de se desesperar. Estalou e voltou, ela estava ali, fraca e machucada, mas ainda era real. Não iria sumir e ele precisava levá-la para sua corte.
Os poderes ainda não haviam voltado, mesmo com a jovem inconsciente a camada de poder ainda estava presente em sua pele, a proteção intacta brilhando para o encantador. Ele precisava chamar Rhysand ou Cassian, ele precisava logo de alguém para conseguir levá-la. Ele poderia voar, mas sentia que seria um tempo gasto demais e Lotte já estava fria como gelo, tremendo involuntariamente. Talvez estivesse com dor devido ao veneno também, o que piorava a situação.
Sua mão começou a ir lentamente até o rosto de Lotte, para acariciá-la. Apenas por tocar sua pele delicada, ele só queria ter essa sensação, como um conforto. Ele havia sido burro, um completo inconsequente, lutando com a besta invés de voar com Lotte para um local seguro. Ele não havia pensado, apenas queria manter todos seguros e acabar com a besta. Entretanto não havia priorizado sua parceira, colocando-a em uma situação de risco iminente, e agora, ela estava por um fio, gelada e coberta de sangue. Era um desgraçado mesmo, Cassian riria de si por ter levado uma surra e depois o espancaria por ter colocado a loira em perigo. E pela Mãe, ele merecia, toda a punição. Mal havia estado com ela e já cometia um erro, falhando com sua promessa de protegé-la independentemente de qualquer coisa.
Cada vez mais perto dela, os sifões de cobalto começavam a brilhar, piscando e pulsando, sendo atraídos pela loira. A camada de proteção começava a piscar também, falhando em alguns pontos, com Lotte tremendo mais. Ele não havia notado até sentir seus poderes adormecidos gritarem para serem libertos, batendo contra aquela anti-magia ferozmente. O poder estava voltando conforme ele chegava mais perto, os sifões brilhando como estrelas.
Onde você está?
Ele ouviu a voz de Rhysand em sua mente, a preocupação evidente. Azriel não se importou em responder conforme chegava perto de Lotte, os poderes voltando como um tornado e sendo puxados como imãs para a jovem. Ele a tocou e sentiu no mesmo instante o choque, como um raio percorrendo o corpo dela. Então ela tremeu inconscientemente, como se realmente tivesse sentido uma onda de energia passar por seu corpo, parando apenas quando Azriel desencostou sua mão.
Os sifões.
São os sifões.As sombras sussurravam em sua mente, tentando alertá-lo. Elas estavam certas, os sifões do macho a feriam ou a impediam de usar a proteção. Desde o baile, o macho se perguntou diversas vezes sobre as pedras, acreditando que tinha um novo objetivo com elas, porém agora ele já não acreditava que fosse para si o poder recémdescoberto. Eram para Lotte, de alguma forma, como se os sifões fossem feitos para quebrar a anti-magia dela, como um neutralizador. Por isso a energia sobrenatural, por isso o choque quando ela o tocou no baile.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Portadora da Luz: Entre Dois Mundos
FantasiaCharlotte Evans era mais uma garota típica e normal vivendo em sociedade num planeta chamado Terra. Uma jovem tímida, mas tagarela e criativa. Uma alma pura, um coração bom. Ou uma leitora, uma assídua leitora. Sua vida inesperadamente é c...