Capítulo 13 - Elizabeth Walsh

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Newfoundland - 1997


Com olhos fixos na chaleira, Elizabeth Walsh estava se permitindo um pouco de tempo antes de encarar o futuro.

Sua neta.

Ter Lori em sua casa significava que Lena seguiria o caminho destinado a ela, não importava qual fosse o seu sacrifício, sua filha teria a vida que estava destinada a ter.

— Você desenhou? — A voz da neta a fez virar e encarar a realidade.

Mas ao invés de olhar a pintura, olhou a neta, para cada detalhe dela.

Lori, a garotinha que muitas vezes visitou em sonhos, agora era uma jovem mulher.

Tão linda quanto à mãe.

Sua pequena Lena.

— Sim. — Pegou a chaleira e a levou até a mesa. — Lena ama pintar, eu faço vários desses por dia para distrai-la. — Serviu ambas as xícaras, e enquanto o fazia, sentiu Lori se aproximar e sentar ao seu lado. — Você gosta de desenhar. — Afirmou com um sorriso se formando nos lábios. — Eu sempre soube que alguém da minha família herdaria meu dom.

Lori sorriu e Elizabeth teve de se esforçar para não derrubar a chaleira. Mesmo que soubesse que aquele encontro aconteceria, não estava preparada para ele, mas tão pouco daria um passo atrás, queria saber sobre a neta e não deixaria nada atrapalhar aquele momento.

Aquela era sua única chance de conhecê-la.

— Fui à sorteada, por ambos os lados da família.

Elizabeth sentiu um arrepio na nuca.

— A kryptoniana. — Murmurou.

Lori assentiu a olhando com curiosidade.

— Minha mãe não desenha com frequência, mas é muito boa também. — Lori encarou a xícara de chá. — Sabia que eu viria.

Elizabeth assentiu pensativa.

— Estive esperando por isso, faz parte do nosso destino esse encontro.

— Por que eu e não ela?

Elizabeth sorriu com tristeza.

— Você tem uma missão, você é a que através do tempo consegue mudar o mundo.

Lori não falou, mas Lizzie viu os olhos azuis da neta brilhar em surpresa.

— Sua mãe é especial, não preciso conhecer o futuro para saber disso, mas não é a missão dela manusear o tempo, essa missão é sua.

— Tem razão. — Lori murmurou um tanto tímida. — Então sabe que faço parte das lendas do amanhã?

— Sim. — Foi sua vez de experimentar o chá que tinha preparado. — Sara Lance, meu clã a conhece muito bem.

— Posso imaginar. — Lori se remexeu na cadeira. — Eu sei que vir até aqui estava predestinado, você me avisou em meus sonhos que esse momento chegaria. — Lori abaixou o tom e a olhou com cuidado. — Me chamou até aqui para impedir o acidente?

Elizabeth sentiu um arrepio em todo o corpo, um arrepio ruim, desses que te fazem querer se esconder.

Fugir.

Mas não podia fugir, queria, mas não podia.

— Não, isso não é possível. O que está decidido, não pode ser mudado, isso afetaria a todos de forma negativa. — Elizabeth deixou a xícara no prato. — Suas mães correriam um grande risco e você nunca existiria.

Time After Time - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora