Terceiro

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O Min se segurava para não revirar os olhos a cada maldita frase que saia da boca daqueles velhos, estava em uma reunião de última hora marcada pelos anciãos e por isso não pode arranjar uma desculpa para escapar dessa vez.

Precisou ficar ali, apoiado sobre os joelhos assim como todos os demais e ouvir todo o falatório sem sentido de homens afogados em seus próprios desejos egoístas. A sala com estrutura tradicional era como uma releitura das grandiosas construções antigas. A decoração tipica e reforcada nos detalhes luxuosos seriam de encher os olhos, se todos ali já não vivessem aquela realidade há séculos.

Yoongi encarava um vaso chinês belíssimo, com uma estampa floral azul sobre a porcelana branca, que estava sobre uma mesinha no canto e fora ganhado como presente na época da dinastia Han. Era muito mais interessante do que olhar os rostos enrugados daqueles velhos.

— Está me ouvindo jovem? É loucura isso que está planejando fazer! — exclamou o senhor, era o que estava falando desde o inicio.

— Chui tem razão, não temos um bom contato com a máfia italiana e você ainda tem as responsabilidades daqui para gerenciar. — concordou um outro, mais novo que o primeiro e ainda assim parecia decadente na visão do Min.

— Eu não estou planejando, eu já planejei e eu vou fazer. Não se preocupem com o que não é da conta de vocês, senhores. —  respondeu Yoongi apático, o que causou ainda mais revolta nos outros presentes.

— Moleque malcriado!

— Criança insolente!

Gritavam alguns dos senhores dali, o pai de Yoongi e atual líder permaneceu em silêncio. Min Donghae era um homem quieto e de mais ações que palavras, outrora tinha conversado com o filho e foi convencido a não se preocupar. Confiava em seu garoto, sabia que ele seria o orgulho daquele clã mesmo com toda a rebeldia.

No fundo, admirava toda a coragem e ousadia que o mais novo tinha ao encarar o mundo e seus problemas. Aqueles velhos resmungões se escondiam atrás de suas máscaras de títulos e agiam arrogantes, seria bom ter alguém que os colocasse na linha.

— Muito bem, eu tenho um avião para pegar agora e estou cansado desse falatório sem sentido. Reunião encerrada. — avisou Yoongi se levantando.

Arrumou as vestes tradicionais que usava, olhou para todos os espectadores raivosos e sorriu pequeno.

— O que pensa que está fazendo?!— gritou um dos homens ali, vermelho em raiva.

O Min sorriu, erguendo ambas as mãos logo em seguida e mostrando o dedo do meio para todos. Ao chegar na direção de onde estava seu pai, fez pequenos corações com os dedos e piscou maroto antes de sumir casarão a fora.

Um burburinho revoltado se iniciou na sala de reunião e internamente, Donghae queria rir. Seu filho era uma pérola mesmo, restava apenas torcer para que as coisas dessem certo no estrangeiro.

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— Esteja ciente de que, se pensar em me trair, vou estar atrás de você no segundo seguinte pronto para te dar sua passagem pro inferno. — disse Yoongi para a pessoa do outro lado da linha.

Isso enquanto levava um copo de whisky até os lábios secos, apoiando as costas no assento macio de seu jatinho. A aeromoça parecia interessada demais em si e aquilo amaciava o ego do Min, que poderia aproveitar daquilo se não estivesse indo de encontro a futura noiva.

— Eu sei, você vai amaldiçoar todas as gerações da minha família e blá-blá-blá. Relaxa, vou tomar conta das coisas por aqui e você foca em conquistar a loirinha brava. — respondeu Chae, com um tom de provocação ao fim da frase.

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