Sexto

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Anna tentava se apressar, o som dos saltos ecoavam por todo o corredor superior da mansão enquanto a mulher se dirigia até a sala de reuniões. Sabia que estava atrasada, mas acabou ficando presa em algumas fotos editoriais que estava fazendo e por isso perdeu a hora.

Às vezes era bem difícil manter essa vida dupla, sendo uma modelo de renome e embaixadora de marcas famosas como a prada e então ao anoitecer se tornar a herdeira da máfia italiana que precisava lidar com aliados e inimigos. Cansativo.

E agora ainda tinha a visita irritante de Yoongi, aquele coreano abusado que devia ter ficado no próprio país e não vir atormentar sua vida. Respirou fundo antes de se deixar levar pela raiva, já que sabia da razão dele estar ali. Um casamento, o Min queria se casar consigo!

Só de pensar queria rir, jamais faria algo do tipo para benefício dos negócios. Não era a porra de uma moeda de troca.

Parou ao se deparar com as portas brancas talhadas, respirou fundo e então as abriu. A cada pedaço revelado do interior da sala, era possível ver a quantia de pessoas ali e devia imaginar que o Min também estaria. Anna sorriu cordial e pediu desculpas pela atraso, recebendo repreensões através do olhar de seu progenitor. Se sentou à direita do homem que naquele momento apenas escutava, estavam negociando com os britânicos.

— Mrs Whisper gostaria que recebessem essa quantia em sua empresa e após a lavagem enviasse para uma conta na Suíça. — explicou um dos enviados da Inglaterra.

A Bianchi quis revirar os olhos e sabia que seu pai também perderia a paciência logo, era a décima vez que aquele grupo ia até lá para pedir que ajudassem no processo da lavagem de dinheiro. Porém, além de muito mais arriscado por ser uma moeda diferente, eles não precisavam se envolver nisso porque já tinham serviços o suficiente.

— Como eu disse nas últimas vezes que veio, eu não quero e não vou ajudar nisso. Se quiserem me fazer uma proposta de verdade, com lucros melhores, talvez eu possa ouvir. — respondeu Giuseppe, o charuto caro queimando na ponta dos dedos e o olhar superior sempre no rosto.

Yoongi tinha a expressão impassível, ainda que seus olhos não saíssem da mulher belíssima a sua frente. Como Anna podia ser tão bonita e tão desgraçada?

— Senhor, ele quer—

— Ele disse que não, consegue entender ou quer que eu desenhe? — cortou Anna, encarando o representante internacional com os olhos afiados.

Parecendo em choque com sua fala, o homem se calou e tudo ficaria bem se acabasse por ali. Mas, ingleses tinham o feio costume de sempre querer ter a última palavra.

— Quem é você para falar assim conosco?! Ponha-se no seu lugar vadiazinha. Vá fazer suas fotos e quem sabe eu tenha a pena de comprar um pôster, para minhas necessidades como homem sabe? — exclamou o outro homem, que estava ao lado do anterior.

Por um momento, Anna ficou estática. O primeiro britânico que falou estava em choque, Yoongi parecia conter um sorrisinho, seu pai estava com o cenho franzido e o autor de tal frase estava em pé com uma pose altiva ridícula. Sabia que seu progenitor iria querer defendê-la, então pediu que o mesmo ficasse em silêncio.

Se pôs em pé, respirando fundo e decidida a tentar conversar antes de partir pra agressão.

— Babaca! Não é porque sou modelo que um merda como você pode vir tirar sarro do meu trabalh—

— Exatamente! Calada bonequinha. — interrompeu o britânico, não entendendo a razão para seu companheiro estar quase escondido em baixo da mesa.

Para uma primeira reunião fora do país até que estava se saindo bem, precisava mostrar pulso para aqueles italianos que deixavam mulheres participar de reuniões daquele calibre. Porém, sua mente ficou totalmente confusa ao ver a mulher sorrir e continuar o encarando ao invés de sair da sala.

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