Décimo Terceiro

859 120 40
                                    


_________________◇_________________

Seria ingênuo demais pensar que acordaria com a loira deitada junto a si, mas isso não impediu Yoongi de fantasiar tal cena. Estava cansado do jogo de gato e rato, tinha tantos outros problemas para resolver que não lhe cabia dedicar tempo para essa brincadeira dos dois. 

E não é que desejasse que a Bianchi se declarasse perdidamente apaixonada depois de uma foda, porém queria ao menos ter a chance de continuar a aproximação que vinha tendo com a mulher. 

No entanto, Anna não estava nem um pouco disposta a isso. 

A herdeira da máfia simplesmente fugiu, com uma desculpa esfarrapada do trabalho como modelo e pegou um avião para Milão na tarde seguinte à noite de ambos. O Min tentou conversar, mas a loira não trocou mais do que duas palavras e nem olhou em seus olhos. 

A Bianchi se despediu de Celine após o almoço e dirigiu apenas um olhar singular para Yoongi, saindo de casa com suas malas feitas e passaporte em mãos. 

— Eu não sei o que aconteceu entre vocês, mas a minha irmã está muito esquisita. Resolva isso, logo. — Celine avisou com um semblante sério, deixando claro que apesar de quieta ainda era uma Biachi. 

Então saiu do mesmo cômodo que o Min, indo para o escritório de seu pai pois o mais velho ainda estava viajando e precisava de alguns documentos escaneados. Yoongi suspirou, se a cunhada soubesse que a dificuldade da situação era justamente a irmã. 

Pegou o celular no bolso da calça social e respondeu algumas mensagens rápidas, dentre elas algumas de Hoseok que parecia desesperado para lhe contar sobre a festa após as acusações na mansão Lee. Porém, antes que pudesse dar atenção ao melhor amigo, uma ligação de um número desconhecido surgiu na tela do aparelho. 

Estranhou, mas o número era da Itália então pensou ser algo envolvendo Giuseppe. Um arrepio ruim percorreu seu corpo no mesmo momento, como um presságio. Preocupado, atendeu no segundo toque. 

— Senhor Min? Você é o senhor Min? — perguntou uma voz afobada do outro lado. 

— Sim, sou eu. Quem é você e o que quer? — indagou Yoongi sério, porém suas mãos começaram a tremer em ansiedade. 

— Eu sou Luigi, estava acompanhando o senhor Giuseppe nessa reunião com os Ricci. Houve um acidente, as discussões aumentaram e os homens do Francesco acabaram atirando. — explicou o empregado, com a voz trêmula. 

Yoongi sentiu seu mundo desabar por um instante, Giuseppe era como um segundo pai e tinha-o em seu coração com muito carinho. Se algo acontecesse com ele, não saberia como lidar. Tentou recobrar o lado racional, escondendo seu medo do luto no fundo da mente. 

— Onde vocês estão? Me mande a localização agora, estou indo aí — ordenou o Min, já indo atrás de seu casaco e as chaves do carro. 

Não deu tempo para o homem dizer mais nada, deslizou a chamada e se enfiou no automóvel mais rápido que possuía ali na mansão. Saindo em disparada da propriedade, diminuindo um pouco ao entrar na rodovia e conferindo o endereço enviado pelo homem. 

Estavam em um hospital, o que não era um bom sinal. Apertou o volante com força o suficiente para esbranquiçar a ponta de seus dedos, a sensação de inutilidade preenchendo seu ser como raízes envenenadas. 

Se estivesse com o mais velho nessa reunião, jamais permitiria que algo lhe atingisse. Mesmo que Giuseppe fosse dessa vida há anos, os tempos mudavam e as pessoas se tornavam ainda mais filhas da puta. 

Iria fazer os Ricci pagar caro por cada mísero arranhão feito no patriarca, e que eles rezassem para que Anna não descobrisse do ocorrido.

Caso contrário, toda a Itália seria banhada em sangue.

CommissionOnde histórias criam vida. Descubra agora