Vigésimo

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– Onde você vai Hoseok? Não vai deixar sua madrasta sozinha numa noite tão linda não é? 

A voz irritante da chinesa chegou até os ouvidos do Jung, que revirou os olhos com todo aquele drama fajuto. Hangying desde que voltou de sua viagem romântica, se dizia decidida a "conquistar os filhos do marido, para que se tornassem uma família de verdade". Agora, ela estava parada no hall da mansão com sua melhor expressão de cinismo ao tentar descobrir onde o enteado iria. 

Hoseok nada disse, apenas vestiu seu casaco favorito e que foi lhe dado como presente por Yoongi, trazido uma viagem a Milão. Ao passar ao lado da mulher – indo em direção a porta para sair – fez questão de manter o contato visual, de maneira tão fria que a Ling precisou desviar os olhos e encolher os ombros. 

Um dos seguranças do lado de fora, como se pudesse prever a saída de seu patrão, abriu a porta para o Jung. O herdeiro sorriu agradecendo, porém se virou minimamente para trás, apenas para dizer algumas palavras a usurpadora em sua casa. 

– Sabe, Hangying, eu realmente não sei porque continua se dirigindo a mim. Eu já disse que não entendo sua língua medíocre, querida. – se explicou com a voz suave, e o sorriso venenoso nos lábios. 

A Ling ficou vermelha de ódio na mesma hora, havia sido ofendida e sua nacionalidade jogada no lixo com apenas algumas frases. Coreano desgraçado!

O Jung ainda saiu com a mesma elegância de sempre, indo direto para o automóvel vermelho veloz que foi trazido para si. Saiu queimando os pneus, sem se importar com mais nada. 

Huiling, mais ao fundo, seguia com suas vestes de empregada, mas seus olhos queimavam de raiva como os da irmã. Estava pronta para resmungar e ofender o herdeiro Jung quando a outra lhe impediu, com um levantar de mãos. 

– Até as paredes desse lugar ouvem, e devem servir aos Jung cegamente também. – resmungou voltando para o andar de cima, deixando claro que não era para a menor dizer nada. 

No entanto, se há alguma coisa em que a juventude é banhada, é em teimosia. 

– Espere até amanhã à noite, herdeiro de merda. Não vai ter tanta pose quando estiver de joelhos para nós. – sussurrou a garota, com a expressão sombria no rosto. 

Porém, logo precisou voltar sua pose de empregada boa moça ao ver que outros funcionários passavam por ali. 
Faltava bem pouco para as coisas serem feitas. 



[...]


A velocidade sempre foi do agrado de Hoseok, principalmente se com ela viesse a sensação deliciosa de adrenalina. E tudo ainda melhorava, quando vinham as curvas fechadas e podia arrasar com seus drifts perfeitamente executados. 

Infelizmente chegar na mansão Kim foi bem rápido, o que acabou com sua brincadeira temporária. Estacionou em frente ao casarão e desceu do carro, apoiando-se na lataria carmesim. Pegou seu celular e enviou mais uma de suas mensagens curtas e objetivas. 

"Vamos."

Não passou cinco minutos e Taehyung apareceu, deslumbrante como sempre e com aquele sorriso que desarma o Jung, mesmo que ele não admita em voz alta. O Kim estava usando um casaco marrom sobre peças mais justas, como a calça jeans colada e camisa branca que mostrava a definição de seu corpo. Lindo. 

Se aproximou todo contente, com uma caixa típica para joias entre os dedos da mão esquerda. Hoseok franziu o cenho para tal objeto, mas logo foi distraído. 

– Oi meu amor! – cumprimentou Taehyung, levando a mão livre para o rosto frio do menor, acariciando ali. 

– O que está aprontando, Kim? – o mais velho foi direto, porém não teve sua resposta. 

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