Décimo Oitavo

666 112 51
                                    

_______________◇______________

Seokjin pode ver uma sombra de pânico surgir por trás dos olhos escuros de seu sequestrador, deixando claro que nada daquilo era esperado. Provavelmente o gênio deve ter pensado que sua família nunca o encontraria. 

Riu de tal pensamento. 

Jeongym lhe olhou torto, irritado com a confiança que Jin carregava mesmo naquela situação deplorável. Viu que os capangas que lhe acompanhavam também pareciam perdidos e encaravam o Kim com espanto, então precisou tomar as rédeas da situação novamente. 

— O que estão olhando porra?! Vão ver que merda foi essa! — gritou com os dois homens, que saíram apressados em seguida. 

Sobrando apenas ele e seu prisioneiro, voltou a se recostar na cadeira em que se sentou e encarou o outro. Jin mantinha a cabeça erguida, encarando-o de frente, com um olhar provocativo que lhe dizia "seu fim está próximo". Sorriu maior. 

— O que é essa carinha? Está pensando "meu salvador chegou, ele irá combater os homens maus"? Está enganado querido, não há como Namjoon ganhar. — disse Jeongym, com a voz em tom de deboche. 

— Pode dizer o que quiser, eu sei que ele virá. — Jin retrucou, a confiança inabalável. 

— Sim, eu também sei. Kim NamJoon é genial, eu admito. Então, para vencê-lo é preciso jogar baixo. — soltou no ar, criando um suspense que arrepiaria qualquer um. 

— Vá em frente seu merda, nós dois sabemos como você não tem escrúpulos. Crápula. — respondeu o Kim, a raiva crescendo em seu íntimo ainda mais ao vê-lo sorrir. 

— Oh! Ainda não superou Jinnie? Não consegue aceitar que seu precioso bebê não está mais entre nós e que seu ventre se tornou incapaz de gerar por minha causa? Águas passadas amor. — cada palavra foi dita numa lentidão torturante, perfurando Seokjin com lembranças amargas. 

Por um momento, foi afetado. Aquele assunto era difícil para si, não conseguia superar. Não queria superar, queria se vingar. Queria tomar de Gym tudo que ele havia lhe tirado e enviá-lo pessoalmente ao inferno. 

Engoliu a vontade de chorar, por saudade, por dor, por raiva. Apenas seguiu com sua face neutra olhando para o responsável por seu maior trauma. 

— Ouça-me bem, Cho Jeongym. Seu primeiro erro foi ter tocado em meus filhos. Seu segundo, foi ter voltado a aparecer em minha vida. E agora, seu terceiro e último erro, será ter me deixado sozinho com você nesta sala. 

O Cho não teve tempo de reagir, em questão de segundos teve sua face acertada por um potente soco em seu queixo. Desnorteado, só teve tempo de erguer seus braços para proteger sua guarda dos ataques que pareciam vir de um leão furioso. Eram fortes, rápidos e não lhe davam brechas para defesa. 

Com muito custo, conseguiu empurrar o Kim um pouco longe, criando uma distância mínima. Porém, mal respirou e o mais velho estava ali novamente, dessa vez derrubando-o no chão e tomando controle de seus movimentos. 

Não sabia que Jin havia aprendido aquelas coisas, merda. Ao sentir uma ardência incomoda na altura da costela, foi que percebeu a adaga afiada nas mãos do moreno. Viu com horror, o Kim abrir uma fenda em sua pele. Lentamente, com um ódio perceptível. 

O sangue jorrou para fora, uma grande quantia em pouco tempo. Seguindo aquele ritmo, não conseguiria escapar tão cedo do cerco de seu inimigo. 

Com o respingo do sangue do carcereiro sobre seu rosto belo, Seokjin parou apenas ao ter a certeza de que ele não levantaria tão cedo. Olhou-o profundamente antes de avisar. 

CommissionOnde histórias criam vida. Descubra agora