Cansado de ver tantos casais e me sentir a pessoa mais azarada do mundo, resolvi me levantar do banco e sair andando em direção a sala de aula.
Passei pela secretaria e lembrei exatamente do primeiro dia que vi Lorenzo. Ele tava tão lindo. Como que eu poderia adivinhar que a partir daquele momento minha vida ia virar uma total desgraça? cruzes.
Subi as escadas mais longas da minha vida e fui em direção a sala. Lá estava Lorenzo, sentado lá trás com dois amigos, Fábio e Rafael. Fábio era um garoto que só vivia de maconha e cigarros. Engraçado que Rafael vivia de bebida alcoolica, fumava cigarros e maconha mas era só por bobeira, diferente de Fábio que era um viciado já. Mas enfim, voltando...
Como que Lorenzo poderia já estar dentro de sala de aula se eu estava no pátio e não vi ele passando? que estranho isso, mas né.
Pedi licença a professora e fui me sentar, não sentei lá trás. Sentei na terceira cadeira da primeira fileira. Gabi estava distante de mim, assim que eu a vi, só sorri pra ela e ela me devolveu o sorriso. Fico triste com essa situação, mas não foi eu que escolhi isso. Amo tanto a minha amizade com ela, morro de saudades das nossas conversas íntimas sobre tais garotos, amo trocar segredos com ela e os melhores conselhos do mundo são dela. Impossível não sentir saudade.
A aula prosseguia normalmente, e a aula era de biologia e não lembro muito bem o assunto mas a professora começou a falar de animais
- Professora, a senhora não acha que "veados" são animais imundos?
A sala inteira começou a rir.
Adivinha quem tinha falado isso?
Isso mesmo, Lorenzo e no exato momento em que ele falou, ele olhou pra mim, e a turma toda tinha percebido a piada, então todos os olhares estavam pra cima de mim. Não consegui fazer outra coisa a não ser abaixar a cabeça.
Sentia meu rosto queimando e mesmo que passassem milhares de respostas e pensamentos pela minha cabeça eu não conseguia falar uma sequer palavra, queria tanto sair correndo dali, nunca me senti tão frágil.
- Calem a boca! Não entendi essa sua pergunta, Lorenzo. Isso foi alguma implicância com algum aluno?
A professora falava com ele, parecendo que tava cuspindo as palavras na cara dele, parecia que se ele respondesse alguma coisa que ela não gostasse, ela ia voar em cima.
- Não professora, viajei aqui, me desculpa.
Falou cínico, abaixando a cabeça, pra abafar as risadinhas.
- Ah bem! Ótimo. Pensei que estava querendo ganhar alguma advertência, suspensão ou expulsão. Não quero NINGUÉM rindo na minha aula agora. Uma sequer risada, já pode sair direto da sala e ir pra diretoria, e o último teste que vocês fizeram vou anular colocando um 0 lindo.
Silêncio reinava dentro de sala. Eu olhava pra todos, disfarçadamente, claro. Meu rosto ainda estava quente de vergonha. Não acredito. Só faltava essa. Jogar piadinhas pra mim, dentro de sala de aula. Que coisa infantil.
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Encantado.
RomanceGustavo é um garoto de 18 anos, cheio de decepções e frustrações; Gustavo não quer de jeito nenhum se "encantar'' por alguém. Até que um novo garoto, diferente de todos aqueles que presenciou, entra na escola. Fazia muito o tipo dele, aquele tipo pe...