Gabi que essa hora já tinha devorado o italiano todo de tanto nervoso e curiosa que estava, olhou pra minha cara, abriu seus imensos olhos castanhos escuros iguais ao meu, e fez cara de "surpresa''.
- Não acredito! Ela disse em um tom mais alto.
- Cala a boca, amiga! Para de gritar, tá louca? Disse isso, dando um tapinha no braço dela.
- Me desculpa, migo. Ela se contraiu e voltou a me olhar normal com a voz mais relaxada e baixa. - É que, ai cara, sei lá. Você viu ele esses dias e já tá assim. Parece que você gamou no garoto logo de cara. Olha só, até sonhando com ele você está, Gustavo. Tô ficando preocupada.
- Ih mãe, que lição de moral é essa?! Calma, amiga. Foi só um sonho, nada demais, euein. E mais uma coisa, o que tem de mal sonhar com um garoto lindo, te agarrando e beijando? Falei levando meu hamburguer a boca e dando uma mordida com cara de deboche.
Gabi olhou pra minha cara e deu uma risadinha mais debochada ainda, pegou meu guaravita e tomou.
- Então tá, se você acha que não tem nada demais nisso, eu que não falarei mais nada.
- Tá bom, agora me devolve o meu guaravita se não você bebe tudo e eu fico aqui na sede.
- toma.
- Obrigado. Dei um sorriso pra ela.
- Precisamos subir, falta 2 minutos pra acabar o intervalo. Vamos?
- Vamos sim, Gu, só deixa eu jogar isso aqui no lixo. Disse Gabi pegando o copo de guaravita dela e o guardanapo do italiano dela.
- Pera! Joga o meu também, por favor.
Cá estamos dentro de sala. Dentro da sala só tinha eu, a Gabi e alguns nerds. O resto da turma estava na zoeira pela escola.
- Gabi, e os seus peguetes?
- Migo, você sabe muito bem que eu não tô mais tão afim de pegar meninos, desde o meu envolvimento com Natália, sei lá, parece que os homens perderam totalmente a graça pra mim. Tudo bem que fico de vez em quando com alguns, mas não é a mesma coisa sabe? Então, hoje em dia prefiro mil vezes pegar meninas do que meninos. Mas enfim.
Quando eu ia responder ela o sinal do fim do intervalo tocou e enfim os alunos subiram pra sala.
Susurrei no ouvido de Gabi
- Ué, cadê o Lorenzo?
- Não sei, migo. Também me fiz a mesma pergunta..
Quando do nada, ele entrou. Foi o último aluno a entrar na turma. Ele estava com boca meio inchada e cortada. O cabelo arrepiado estava meio bagunçado e a blusa estava meio suja. Na mesma hora eu e a Gabi pensamos que ele tinha arranjado briga na hora do intervalo.
A aula prosseguiu normalmente. E durante todo o tempo que ele estava lá, no canto dele, eu o ficava encarando.
Meu Deus, até machucado ele é lindo. Como pode essas coisas?!
Teve momentos que ele me encarava com uma cara muito puto como se quisesse me bater e eu na mesma hora virava o rosto fingindo que não estava encarando ele. Como eu sou idiota, se ele estava me olhando daquele jeito, era óbvio que ele sabia que eu estava olhando pra ele.
Eu só não entendia o ódio no olhar dele.
A aula terminou. Os alunos arrumaram seus materiais e saíram. Lorenzo tinha sido um dos primeiros que tinham ido embora.
- Migo, vou ir embora na frente porque tenho que ir resolver um negócio com meu pai. Amanhã nos veremos.
Nisso ela veio até a mim e me abraçou.
- Tudo bem, amiga. Amanhã nos vemos.
E assim a Gabi se foi e eu fiquei arrumando meu material, dentro da sala ainda.
Guardei meu material e coloquei na minha bolsa de lado e fui em direção a saída da sala. Quando fui passar pela porta, alguém colocou o pé na minha frente e eu caí de cara no chão, totalmente brutal.
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Encantado.
RomanceGustavo é um garoto de 18 anos, cheio de decepções e frustrações; Gustavo não quer de jeito nenhum se "encantar'' por alguém. Até que um novo garoto, diferente de todos aqueles que presenciou, entra na escola. Fazia muito o tipo dele, aquele tipo pe...