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Pov Lauren

Quando sento na ponta da cama observo minha tia terminar de montar uma barraca colorida no espaço vazio do quarto. Três dos meus priminhos pulam animadamente ao redor dela e eu tento me acostumar com a ideia de que dividiremos o quarto com eles aquela noite.
Camila volta do banheiro devidamente vestida para dormir e deixa sua bolsa em cima da cômoda.

- prontinho, o acampamento de vocês está pronto. - minha tia falava animadamente com as crianças e Camila se junta a eles, ajudando a colocar algumas almofadas dentro da barraca.

A observo ali, tão cuidadosa e prestativa. As crianças a olham com carinho. Ela faz questão de entrar em todas as brincadeiras e não posso deixar de sorrir ao olhar a cena quando ela aninha em seu colo uma das crianças balançando-a como um neném enquanto as outras duas pulam em suas costas também querendo atenção.

- ei, cuidado com o bebê da tia Camz! - adverti com medo de que eles machucassem sem querer Camila ou algo assim.

- está na hora de dormir, gentinha pequena! - Camila fala e em resposta ganha gritinhos desanimados dos pequenos ali.

- dorme com a gente aqui, Mila! - a voz fininha e infantil preenche o ambiente, Camila me olha em expectativa.

- você também prima Lauren! - então um corpinho pequeno se aproxima de mim e sinto mãozinhas ao redor da minha, me puxando.

Acabo me rendendo aquele pedido fofo e me levanto indo em direção a Camila, sentando ao seu lado. Brincamos mais algum tempo com as crianças até que nos apertamos todos dentro da pequena barraca quando elas já estavam cansadas e sonolentas.
Camila em uma ponta e eu em outra e as crianças amontoadas sobre nós.

- eu não sinto mais minhas pernas, Camz. - sussurro bem baixinho para ela.

- eu não sinto mais meu braço, mas não tem como sair daqui sem acordar eles. - sua voz é igualmente baixa.

Estico um pouco meu braço livre e minha mão alcança seus cabelos onde eu faço um gostoso carinho. Posso observa-la devido a luz fraca das lanternas que ainda estão ligadas ali.

- temos que nos acostumar com isso, logo será o nosso. Da para acreditar? - ela tinha um sorriso no rosto e eu sorri também olhando boba para ela.

- ainda bem que será apenas um. Três seria demais para minha cabeça. - solto uma risadinha.

- o que você acha que vai ser, Lo? Menino ou menina? - sua pergunta faz meu coração acelerar as batidas.

- eu vou ficar extremamente feliz independente do sexo, mas confesso que sempre me imaginei mãe de menina. E você?

- para mim realmente é indiferente. Mas eu acho que talvez seja um menino.

- e se forem dois? - vejo os olhos de Camila se arregalarem.

- Laur, não brinque com isso! - consigo sentir o desespero em sua voz.

- queria poder estar mais pertinho de você. Te abraçar. Nem consegui falar com o bebê hoje. - continuo fazendo um carinho em Camila e os olhos dela se fecham vagarosamente agora indicando sua sonolência.

- será que conseguimos sair daqui sem acordar eles?

- vamos tentar? - pergunto e nos momentos seguintes entramos em uma missão quase impossível.

Camila se esgueira com todo cuidado possível e em meio a resmungos das crianças me ajuda a sair da barraca também. Vamos até a cama deitando ali e ambas nos esticamos sentindo finalmente o sangue voltar a circular em nossas pernas.