Pov Sheilla
Dizer que foi fácil decidir parar de jogar caso minha convocação para as olimpíadas de Tokyo não acontecer eu estaria mentindo. Desde muito nova quando comecei a jogar o esporte que amo, minha vida sempre girou em torno dele e das conquistas que vieram por ser uma das melhores de todos os tempos modéstia parte.
Inúmeras medalhas e premiações individuais me faziam querer continuar a jogar para sempre. Contudo sabia que um dia a aposentadoria das quadras viria e nunca gastei muito tempo pensando nisso até que tive que pensar. Depois que as tutucas nasceram eu enfim percebi que a minha maior conquista era elas. Lena e Lilly são o meu motivo de viver e nunca me arrependeria de ter que parar para acompanhar o crescimento das minhas meninas. Quem diria que Sheilla Castro um dia se tornaria mãe. As vendo brincar no tapete da sala e vestidas como os personagens do filme Frozen eu sentia meu coração quentinho.
Brandon estava fora durante o dia a trabalho e eu achava melhor assim. Nosso casamento estava indo de mal a pior nos últimos tempos principalmente por causa de uma certa pessoa. O homem por quem me apaixonei deixou de existir com o tempo. Sua insegurança quanto a meus relacionamentos passados foram desgastando nosso casamento mesmo depois que nossas meninas nasceram. Pensei que isso daria uma sobrevida a essa família, mas me enganei. Todas as nossas brigas giravam em torno da dona do meu coração como Brandon gostava de lembrar todas as vezes possíveis.
Pensar em Gabriela ainda fazia um arrepio gostoso correr por todo o meu corpo e meus batimentos aumentarem de uma forma inexplicável. Desde nosso último encontro a quase três anos atrás não nos falamos mais, nem por mensagem. Eu sabia que ela estava no caminho certo pelas notícias na internet e pelo que ela postava nas redes sociais. Às vezes eu perguntava por ela para as nossas amigas em comum e no começo pareceu estranho para as outras que eu quisesse tanto saber sobre a Gabizinha. Apenas Thaisa minha melhor amiga e a Gattaz sabiam o que tinha acontecido entre nós na última vez que estivemos presente no mesmo espaço, e gostaria que permanecesse assim, seria o melhor para ambas as partes. Porém a saudade que eu sentia dela as vezes me angustiava, mas pude amenizar um pouco do que eu sentia depois que as gêmeas nasceram. Elas tomavam quase todo o meu tempo quando eu não estava treinando ou jogando pelo Minas.
Voltei a observar as tutucas que agora desenhavam em folhas de sulfite branca qualquer coisa que lhes vinham à mente.
Era incrível como as duas, mesmos tendo sido geradas ao mesmo tempo eram tão diferentes em aparência e personalidade.
Enquanto Lena adora abraços e beijos o tempo todo, Lilly já era mais independente e menos carinhosa. Lena gostava de comidas mais pesadas enquanto Lilly passava mal se comia em exagero.
Mas a única coisa que ambas tinham em comum eram os olhos de um castanho profundo com uma leve pitada de malícia que sei que não herdaram de mim. Logo meus devaneios foram interrompidos por Lena que veio correndo mostrar sua obra de arte:
-Olha mamãe, Lena a Lilly a mamãe o papai.
Olhei bem para o desenho e um sorriso bobo brotou em meus lábios. Mesmo com dois anos recém completados poderia se ver nitidamente que a tentativa de desenhar pessoas estava no caminho certo. Havia quatro bolinhas com riscos envolta delas que seriam os braços e pernas no centro do papel indicando nossa família. Para mim e Lilly que somos morenas um lápis de escrever foi usado para o desenho e para ela mesma e Brandon um amarelo fazia menção a cabelos loiros no topo das outras duas bolinhas.
Não aguentei tanta fofura e logo se seguiu um ataque de beijos, abraços e muitas gargalhadas da minha tutuca. Lilly que só olhava logo se juntou a nós num claro caso de ciúmes infantil.
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Fique comigo, G!P
RomanceSheilla Castro se orgulha muito de sua trajetória no esporte que escolheu para a vida: o vôlei! Porém essas inúmeras medalhas e títulos em grupo e individuais nunca chegariam aos pés da realização de ter se tornado mãe. Gabriela Guimarães estava no...