Lençóis

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Hey meu povo, blz? 

Ja deixa o voto ;) 

chama o bombeiro e let's go \o/

Pov Sheilla

Depois da mensagem ridícula que havia mandado para ela como retaliação eu estava morrendo de vergonha do que fiz e acabei me afastando um pouco por conta disso. Muitas vezes a maneira que eu encontrava de enfrentar meus problemas era me escondendo deles, o que não resolvia, mas amenizava um pouco da angústia que estava presente, entretanto voltava mais forte depois ao saber que não adiantou muita coisa.

Ficamos sem nos falar por dois dias e usei esse tempo para refletir sobre tudo o que aconteceu. Desde que nos conhecemos Gabriela me chamou a atenção pela sua simplicidade e alegria espontânea. Sua idade nunca me incomodou realmente, aliás eu nunca parei para pensar realmente o que essa diferença entre nós poderia significar. Tratando-a como criança eu diminuía a mulher maravilhosa que ela sempre foi. E no final das contas eu não precisei pensar muito para saber que ela era muito mais que um rostinho bonito em um corpo de matar.

Ela era perfeita quando acordava com o cabelo todo bagunçado, era perfeita quando brincava com nossas meninas até cansar e depois dormia exausta no sofá, era perfeita quando ninava nossas filhas quando estavam doentes e manhosas e quando acordava de madrugada sem reclamar porque seu amor por Lena e Lilly é maior do que tudo e era perfeita quando cuidava de mim como se eu fosse a coisa mais preciosa desse mundo.

Depois de ler e reler a mensagem dela me pedindo perdão e dizendo que se odiava por me magoar eu tive a certeza de que estaria junto com ela até o final dessa olimpíada e num rompante arrumei minhas coisas já que meu contrato para comentar os jogos tinha acabado e voltei para casa para que assim eu e as tutucas fossemos ao Japão dar todo o nosso apoio e amor para aquela que cuidava tão bem de nós três.

Me despedi de Thaisa no meio do caminho com ela me chamando de louca e dizendo que daria tudo certo e que lhe avisasse quando chegasse em casa. Não parei para quase nada durante a viagem, apenas para ir ao banheiro rapidamente e comprar algo para comer. Depois de quase sete horas na direção estacionei na vaga do meu apartamento. Peguei minhas malas e subi querendo mais que tudo descansar para ver se conseguia adiantar o voo um dia antes do previsto. Queria estar torcendo por Gabriela quando fossem enfrentar as russas.

Como era quase meia-noite aqui no Brasil e no Japão pouco mais de meio-dia decidi enviar uma mensagem para Braitzinha explicando a surpresa que eu faria para Gabi e se ela poderia ficar com as meninas quando eu chegasse na vila olímpica. Ela concordou imediatamente e pedi segredo das outras meninas, principalmente de Gattaz e Rosamaria que eram duas bocas de sacolas incorrigíveis.

Tomei um longo banho e me deitei depois de colocar somente uma calcinha e uma camisa da Gabriela que ficou enorme em mim e eu adorava e continha o perfume dela no tecido.  Abracei o travesseiro que ela usava e logo peguei no sono pensando que em vinte e quatro horas estaríamos todas juntas e eu falaria olhando para ela que éramos um par perfeito.

Acordei depois de uma boa noite de sono e liguei antes de tudo para o aeroporto e depois de insistir um pouco e dizendo que eu faria uma aparição surpresa nas olimpíadas do Japão (o que não era toda mentira) consegui um voo direto após o almoço, o que eu deveria me arrumar quase em tempo recorde para que tudo saísse conforme o planejado.

Arrumei minha bolsa de viagem e separei roupas essenciais para uma semana e meus documentos e das gêmeas necessários para que saíssemos do país. Peguei uma mala pouca coisa menor e fui em direção ao quartinho das duas que logo seria para três se tivéssemos outra menina. Eu sorria boba ao imaginar uma versão da Gabriela correndo pela casa com aqueles olhinhos redondinhos e cachinho nos cabelos. Teríamos que repetir aquela foto dela tentando comer um pão, que eu achava a coisa mais fofa do mundo.

Fique comigo, G!POnde histórias criam vida. Descubra agora