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Pov Gabriela
Acordamos ao som do alarme do meu celular. Hoje começariam os treinos com bola e que durariam a manhã inteira e parte da tarde. Sheilla resmungou não querendo acordar e enterrou seu rosto em meu pescoço ainda mais. Comecei um carinho em suas costas nuas e braço. Por mim ficaríamos na cama o dia todo.
A conversa que tivemos ontem foi de extrema importância para definir como prosseguiríamos em nossa relação. Mais uma vez eu estava entregando meu coração a ela e só podia rezar para que cuidasse bem dele. Cinco minutos se passaram antes que realmente tivéssemos que nos preparar para o dia. Me desvencilhei dela com cuidado, andei até a janela e abri as cortinas deixando a luz do dia entrar. Sheilla resmungou mais uma vez e abraçou meu travesseiro manhosa.
-Não podemos ficar aqui para sempre? - Sua voz abafada e preguiçosa aqueceu meu coração. Voltei até a cama e me deitei sobre seu corpo. Beijei seu ombro e fui subindo. Cheguei em seu pescoço e deixei um beijo molhado perto da orelha lhe fazendo arrepiar na hora.
-Sabe que não podemos. O Zé vai nos matar se chegarmos atrasadas no primeiro treino.
-Eu te defendo dele.- Me puxou de encontro ao seu peito e ficamos nos olhando. Eu me sentia a mulher mais sortuda do universo. Além de ser uma jogadora incrível, Sheilla também era uma mãe e mulher excelente.
-Agora deixa de preguiça e vamos tomar banho! - Consegui escapar de suas garras antes que eu fosse puxada novamente.
-Me leva? - Fez beicinho e eu não resisti abrindo os braços que ela prontamente pulou em meu colo como um bebê coala.
Nosso banho foi cheio de carinhos e beijos, mas ficou somente nisso. Se começássemos a nos amar debaixo da água chegaríamos somente na parte da tarde para treinar e eu não queria enfrentar a fúria de nosso técnico.
Descemos juntas para o refeitório já em nosso uniforme. Combinamos de deixar somente entre a gente o que está rolando. É claro que Sheilla contaria para a Thaisa, sua melhor amiga e eu poderia contar para alguém de minha confiança. Entretanto por ela ainda ser casada seguiríamos com cautela até que os trâmites de separação estivessem certos e ela fosse livre para fazer o que bem entender.
Sentamo-nos com Gattaz, Rosa, Brait e Natália, as outras estavam espalhadas em várias mesas. Começamos a comer e confesso que estava com fome, tanto que meu prato estava quase transbordando. Havia pão, bolo, torrada, frutas e ainda mingau de aveia em uma tigela separada e um copo de suco. As outras tirando Sheilla me olharam espantadas e claro que uma boca de sacola italiana tinha que me provocar:
-Nossa Gabi, parece que veio da Turquia a pé ou foi outra coisa...- Deixou no ar o que eu sabia muito bem o que ela queria dizer. Brait como curiosa que era logo perguntou o que seria a outra coisa ao que Gattaz pegando a mesma linha de raciocínio da de olhos verdes respondeu:
-Ué Camilinha, você nunca transou tanto que depois teve que comer tudo o que tinha na despensa de tanta fome? - Quatro pares de olhos se voltaram para mim e Sheilla que estava sentada ao meu lado. As bochechas dela estavam vermelhas e as minhas não muito diferentes. Terminei de engolir um pedaço de bolo de laranja e respondi para desviar o assunto. Não confirmaria o que elas achavam que aconteceu nem sob tortura. Não ainda pelo ao menos.
-Vocês viajam de mais e você só fala merda Carol. Por isso a Rosa não te quer! - Uma Gattaz me olhou indignada e uma Rosamaria só concordou com o que eu disse. Tendo mudado de assunto com sucesso passamos o restante do café ouvindo as piores cantadas que alguém conseguiria lançar e seguimos para o treino.
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Fique comigo, G!P
RomanceSheilla Castro se orgulha muito de sua trajetória no esporte que escolheu para a vida: o vôlei! Porém essas inúmeras medalhas e títulos em grupo e individuais nunca chegariam aos pés da realização de ter se tornado mãe. Gabriela Guimarães estava no...