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Elizabeth

Por algum motivo, que eu não fazia ideia, eu acabei aqui. No último livro que eu havia lido antes de morrer. A Corte de rosas e espinhos.

Tudo foi muito rápido. Eu não consigo mais lembrar de tudo da minha vida fora daqui. Eu lembro que eu estava muito doente, e eu estava internada no hospital. Eu costumava passar meu tempo lendo. Foi quando conheci essa história.

Lembro de ter ficado animada para saber o que aconteceria no próximo livro. Mas meu corpo teve um colapso e eu acabei morrendo.

Depois disso, eu me senti sendo levada. Era como se eu estivesse na água, e a correnteza ia me levando a onde quisesse. Pensei que talvez aquilo fosse a morte. Por isso foi assustador quando acordei como um bebê recém nascido no mundo do último livro que eu li.

Aqui, eu era Elizabeth. Filha do Grão senhor da primavera. Eu era a princesa da corte primaveril. Eu tinha dois irmãos mais velhos. E descobri que Tamlin não havia nascido ainda.

Ainda em um corpo de recém nascido, não podia fazer nada. Mas minha mente ainda era mais velha do que meu corpo.

Então eu cresci aqui. Meu pai era rigoroso, mas nunca levantou a mão para mim. Ele foi um pai rígido, sempre destacando meu dever. Minha mãe era amável. Vivia dizendo alegremente como foi abençoada por ter uma menina. Ela sempre estava comigo. Meus irmãos eram mais sérios, sempre tentando impressionar o pai. Mas eles não me odiavam, até brincavam comigo as vezes.

Então, quando eu fui crescendo e eles perceberam que eu era mais inteligente do que uma criança normal, - O que aconteceu por eu já saber ler e aprender era fácil por causa da minha verdadeira idade. - meu pai resolveu que deveríamos explorar isso.

Acho que foi com 4 anos, meu pai contratou tutores para me ensinarem. E como eu disse, aprender não era difícil. Mas mamãe se preocupava muito, com medo que isso me prejudicasse. Mas ela não ousou ir contra as palavras do meu pai.

Ele ficou orgulhoso com o progresso, e pouco a pouco eu tinha mais tarefas. Política, história, caligrafia, etiqueta, cálculos, e algumas áreas de arte.

Acho que meus irmãos até sentiram pena de mim. Foi quando fiz 12 que papai surpreendeu a todos. Dcidiu que eu teria aulas de luta. Não corpo a corpo ainda. Mas na habilidade e agilidade, juntamente com aprender a usar espadas, adagas, flechas, umas outras armas também.

Foi uma surpresa quando ele me perguntou o que eu achava também, já que ele geralmente só fazia como queria. Mamãe queria que eu negasse. Mas eu lembrei que na história que eu conhecia, Amarantha iria reinar sobre pryntian. Eu deveria saber me defender e a lutar. Ser apenas uma princesa que cuida da mansão não iria funcionar. Meu pai se mostrou orgulhoso com minha decisão.

Eu nunca questionei por que ele queria isso, quando ele sempre deixou claro que a fêmeas como eu e mamãe, não devemos lutar ou tocar em armas.

Mas eu lembro de ter escutado ele falando com um dos nobres sobre isso. "Ela é minha filha. Tenho que ter outra razão para que ela saiba se defender quando necessário?"

Parece que aquele macho tinha criado afeto real por mim. Minha mãe ficou furiosa pelas lutas, mas ainda ficou do meu lado cuidando de mim. Quando fiz 15, as lutas de corpo a corpo começaram. Mas eram apenas meus irmãos. E eles sempre foram no meu tempo.

Nunca esqueci também, de um dia, quando eu me questionei sobre quando Tamlin iria chegar. Eu comecei a questionar outros pontos da história ainda na minha cabeça. Eu não lembrava de nenhuma menção a meus pais ou meus irmãos. Eles nunca apareceram. Naquela noite, eu não dormi.

Eu só sabia o que acontecia no primeiro livro. Então torci para que Elizabeth, eu, que nunca foi parte da história original,  descobrisse o que aconteceria com os pais e meus irmãos.

Um tempo depois de aceitar aquele mundo como meu verdadeiro lar, eu tive um despertar de poderes. Mamãe e papai ficaram radiantes. Como uma filha da primavera, as flores nasciam e morriam ao meu comando. A natureza obedecia. Mas eu ainda não sabia controlar. Mas o papai disse que só precisava de prática. Era um poder antigo afinal. Um dom que acreditavam estar perdido.

Quando fiz 16, Tamlin estava a caminho. Minha mãe estava animada. Meu pai já não se importava com outro herdeiro. Meus pais eram parceiros e eu sempre soube disso. Mas só soube com a gravidez de Tamlin, que eles não se amavam realmente.

Minha mãe me ensinou sobre parceiros. Encontrar sua metade era raro, e incrível. Mas isso não era tudo. O amor vai além. Eu sempre acreditei nela.

Tamlin nasceu. Meu irmão era um pestinha que eu amava de toda forma. Não importa o quanto doesse as puxadas de cabelo. Como mamãe passava mais tempo cuidando de Tamlin, eu foquei em trabalhar nas minhas habilidades.

Papai me auxiliava, sempre se mostrando animado com o progresso. Eu controlava raízes, mas não era tão forte, meus irmãos se soltavam facilmente roda vez. "Pratica", papai sempre dizia.

Foi quando fiz 18 anos, que Hyber não aceitou a libertação dos humanos e a guerra começou. Ainda havia muito para chegar o momento em que aquele livro começava. Mas isso era real para mim, essa vida, e essa guerra.

Não é só mais um livro, esse mundo, é o meu.

A New Restart - RhysandOnde histórias criam vida. Descubra agora