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Elizabeth

Nos dois estávamos parados desde o momento que ele entrou. Cada um esperando o próximo movimento a ser feito. Segui o olhar do meu pai que pousou em minha mão, onde eu ainda segurava a carta.

- Acho que não educamos você bem o bastante, já que está bisbilhotando onde não deveria. - Meu coração estava acelerado. Uma parte minha queria correr e fingir que não vi nada.

Mas tinha aquela parte minha, que gritava de raiva, por ter descoberto só agora, o tipo de ideal que aquele homem apoiava.

- Parece que apenas desta forma posso saber o que acontece, não é? - eu arrumei a pose e escondi meu medo. Olhei para carta e levantei a mão que a segurava, enquanto sorria. - Devo admitir, que me pegou de surpresa. Eu sempre soube sobre sua ganancia em poder, mas isso, - eu ri. - é desprezível.

Sua expressão era de pura raiva quando se aproximou.

- Olhe como fala comigo menina. Não sou apenas seu pai, mas também o grão senhor desta corte.

- Não merece o título que tem. - O silêncio reinou na sala. Comigo mesma chocada com a facilidade que as palavras saíram da minha boca. - Você segue leis estúpidas e suas crenças, as mesmas que fizeram você ajudar Hyber, são desprezíveis. - ele me olhou sem expressão, mas logo deixou uma gargalhada preencher a sala.

- Realmente, revigorante. Escute bem Elizabeth, vou lhe dar uma chance para retirar o que disse e fingir que isso não aconteceu. Que você não se atreveu a me desafiar. - ele me encarou.

Eu senti minhas mãos tremerem. Olhei para porta aberta, desejando desesperadamente correr daqui.

- Não tenho intenção alguma de retirar cada verdade que disse. - ele me olhou acenando com a cabeça e sorriu.

- Pois bem, - ele fechou a porta e a trancou. - que seja.

Meu corpo tremeu ao ouvir o clique da porta. Eu engoli seco.

- Qual o motivo? - eu o questionei. Ele sorriu enquanto me encarava.

- Ainda acha que pode me questionar?

- Eu tenho direito a saber o por que de ter apoiado Hyber, e ainda mentir sobre isso.

- O que lhe faz pensar que tem esse direito?

- Sou princesa desta corte, sua filha. - ele riu.

- E falhou completamente em fazer seu papel. - eu o olhei incrédula.

- Falhei? - senti minha voz engasgar. - Eu estudei sem parar desde jovem, nunca parando nem mesmo quando já não era necessário, por suas ordens! Treinei e me esforcei e cumpri todas as tarefas dadas a mim! ONDE EU FALHEI? EU SEDI A PORRA DA MINHA VIDA PARA OUVIR VOCÊ ME DIZER QUE NÃO FOI O SUFICIENTE?! - Eu senti minha bochecha arder pelo tapa. Ele havia me batido. Eu o olhei e ele estava girando o pulso.

- Que escandalosa. Parece que sua mãe realmente esqueceu de lhe ensinar. - ele sorriu. - Aí está um dos seus defeitos. Você só deveria ser uma pequena e idiota princesa Elizabeth, que sempre cede as minhas ordens não importando quais. Mas aí, você nasceu com um dom raro, e claro, eu não iria perder a chance de ter isso em mãos. - ele suspirou. - Mas você foi crescendo e começou a querer participar da guerra, eu tinha que manter você ocupada.

A New Restart - RhysandOnde histórias criam vida. Descubra agora