Capítulo 16. Desfazendo Barreiras

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Volteiiii 🤭... Só queria deixar claro que a música merece os 3 minutos antes da leitura. Kkk bjs para quem gosta da história. ❤ E sim, vou me desculpar pela demora 🤗

   "Não diga... Não... Simplesmente não diga!" Olívia mentalizou a medida que via o espaço entre elas se esvaindo. Violeta avançou a passos curtos em sua direção,  como uma postura distinta das quais Olívia já viu. Trazia consigo um ar de confiança, mantendo os olhos em um confronto firme e íntimo. A intensidade refletida nas belas ires azuis, o vento soprando os fios ruivos, foram o suficiente para que fizesse todas as células do corpo de Olívia  estremecer.
   
    A frente da mais jovem, Olívia ridiculamente perdia todos os seus sentidos, seu coração facilmente errava as batidas. A arritmia, trazia consigo um leve desequilíbrio a sua saúde, algo que ela reconhecia perfeitamente. Prendeu a respiração e fechou os olhos assim que sentiu uma vertigem, arrependendo-se imediatamente do feito, por ter quebrado aquele contato visual.
   

– Algo errado? -  Questionou Violeta assim que viu o corpo da mais velha curvar a sua frente, parou próximo a ela e racionalmente levou uma mão sobre o peito esquerdo da médica, sentindo o coração descompensado. - Está com frio? 

   Um leve sorriso brotou no rosto da médica, toda aquela inocência era mesmo admirável. O toque suave sobre o peito, fez com que a respiração que já era inconstante, ficar totalmente fora do padrão. Olívia não sabia bem se aquilo que estava sentido era o efeito que Violeta lhes causava ou se era por não ter ingerido nada durante o dia inteiro. Quis abri os olhos ao ouvir a voz branda da outra tão próxima de de si, voz que naquele instante lhe parecia um tanto preocupada, desejou olhar para ela, mas manteve-se imóvel, como se evitasse a qualquer custo sua própria queda, à beira de um precipício, onde  qualquer movimento – por mínimo que fosse – pudesse  provocar a sua queda.

– Posso ouvir o seu coração palpitar a uma velocidade um tanto desnecessária para alguém que está totalmente imóvel.  – Aproximou-se um pouco mais. – A frequência cardíaca de uma pessoa varia ao longo de um mesmo dia, a quantidade normal de batimentos é de 50 a 90 batimentos por minuto. De acordo com ...

  — Tudo Bem... Eu... — Olívia teve que interromper, simplesmente porque ouvir havia se tornada algo difícil naquele momento, já que a respiração da mais jovem, batia diretamente contra sua face. – É... apenas um  pouco de frio... talvez!

    Foi o máximo que conseguiu dizer, antes de ser surpreendida por braços delicados, envolto ao seu pescoço. Se já era possível que Violeta pudesse ouvisse o frenético pulsar sob o frágil peito, agora certamente ela não precisaria de nenhum esforço para que o ouvisse com clareza, uma vez que a própria dona dele se sentia envergonhada por está ouvindo cada "Tum Tum" que ele dava.
     Olívia estava esforçando-se para reduzir a velocidade que a mais jovem embalava sobre o seu coração, estava travando uma batalha dentro de si mesma, tentando fazer aquilo tudo não parecer uma ficção criada pelo seu psicológico debilitado, mas, confortável nos braços quentes que Violeta possuía, ela facilmente se rendia a vastidão daquelas sensações instigantes. Ainda que não soubesse a origem dos seus sentimentos, Olívia se sentia extasiada, talvez aquilo tudo fosse somente culpa, ou talvez fosse só um detalhe para dar um sentido a sua vida que era bem vazia.

Mais uma vez decidida a ignorar seus sentimentos, tentou fazê-la se afastar, mas não foi forte suficientemente já que seu corpo não possuía condições de obedecer seus comandos. Contrariando sua decisão havia um frio no estômago, uma inquietação abaixo do peito, um formigar na pele, causado pela proximidade dos corpos. Havia também um leve desconforto abaixo da cintura. Contradizendo tudo, havia um monte de reações involuntárias do seu frágil corpo, que pouco a pouco, deixava Olívia totalmente submersa por dúvidas. 
  

  Por mais que Olívia soubesse exatamente onde isso a levaria e lá no fundo ela desejasse embarcar fundamente naqueles sentimentos, temia porque toda aquela confusão fazia parte de tudo que Violeta não precisava e isso era frequentemente fixado a sua memória. Na cabeça  de Olívia, Violeta não precisava ter alguém ao seu lado olhando para seus olhos tentando alcançar sua alma. Ela não precisava de uma pessoa querendo despir seu corpo. Ela só precisava de apoio, de compaixão. E Olívia se sentia culpada o tempo inteiro, por querer mais, muito mais. Ela sentia a culpa arder, ardia ainda mais por saber que nem mesmo o seu corpo, foi forte suficiente para ignora o desejo que ela estava sentido pela ruiva...

A respiração de Violeta agora atingia diretamente a pele exposta do  pescoço de Olívia, o que a fez estremece de imediato. O perfume do shampoo, um tanto doce, vindo dos fios ruivos e a temperatura incomum do seu corpo, eram a combinação perfeita para desfazer todas as barreiras que outrora Olívia havia estabelecido entre elas.

De olhos ainda fechados, sentindo o calor vindo da pele da mais jovem, Olívia acabou por ceder a qualquer que fosse aquele contato, depositando as suas mãos cuidadosamente sobre a sua cintura extremamente fina. Segurando ao máximo, todo descontrole dentro de si, para não deixar transparecer qualquer evidência da sua fraqueza, mas não conseguir manter a postura firme por muito tempo, seus olhos falharam e a escuridão pouco a pouco, desfrutava  dos seus olhos e da sua consciência. O toque delicado sobre a pele do pescoço, pouco a pouco se tornava dormente até que ela perdesse totalmente a consciência.

Violeta segurou Olívia sem esforço nenhum, o corpo magro da mais velha, não parecia pesar nem 45kg, Violeta a suspendeu sobre seus braços e  adentrou a casa com passos firmes, andando em linha reta até onde o moreno falava ao telefone, mas ao avita-las, imediatamente abandonou o aparelho sem ao menos se despedir de quem quer que fosse.

— Não sei... o que exatamente aconteceu... — Tentou se explicar aparentemente perdida. — Ela só... adormeceu?!

  — Ela teve um desmaio, é bem comum na condição dela, não se preocupe! — Ele tomou Olívia em seus braços com ar de preocupação. — Ela só precisa descansar.

   Tais palavras eram mais um desejo do que a afirmação que tentou dar, apressadamente ele subiu o pequeno lance de escadas com Olívia nos braços, acompanhado por Violeta logo atrás. Adentraram o primeiro quarto, o mesmo que estava sendo ocupado por elas horas antes. Cuidadosamente colocou Olívia sobre a cama e por uma fração de segundos se questionou, sabia bem o que deveria fazer e faria, mesmo sabendo que a moça ali desacordada desaprovaria tal atitude.
Afastou-se de Olívia, andou alguns passos, evitando as questões que corriam pela sua consciência, considerando as várias vezes que Olívia desaprovou tal atitude, mas entre ganhar a irá e a vida da mulher amada, ele simplesmente conectou todos os tubos, e em poucos segundos se perdeu em pensamento e possibilidades ao observar o sangue preenchendo o tubo transparente conectado a médica.

***

 

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