Capítulo 11. Erros para corrigir erros

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      O velho totalmente absorto andava a passos largos por entre aqueles corredores, extremamente iluminados. Ele sabia exatamente o que devia ser feito, para onde ir e com quem falar.
Sua mente arbitrária e absolutamente egoísta, já havia requestrado o "plano perfeito" e eficiente, para impedir que Olívia agisse sob efeito dos seus impulsos.
    Havia tanto orgulho nela, proveniente de uma afeição descomunal por aquela garota, algo que o Dr.Michael  considerou totalmente insano e despretensioso até mesmo para sua própria filha.
     De forma nenhuma ele permitiria
que ela levasse a Cobaia para fora daquele edifício, justamente agora, que  ele jurava que havia conquistado a possível cura para ela. Isso custaria apenas tempo e um pouco mais de dedicação da parte dele, afinal, ele teria que recomeçar tudo do zero, e ele sabia muito bem, que lidar com bebês, era uma parte extremamente delicada.  Olívia jamais aprovaria aquela ideia absurda. Propôr um filho, para alguém que nem ao menos sabia lidar com o seu próprio corpo, era algo  que causava um sofrimento inimaginável na jovem Médica.

      ****

    Olívia estava com sua total atenção voltada para a jovem alí deitada, seu corpo totalmente paralisado, repousando  na superfície macia da maca. O rapaz de olhos claros ao seu lado, lhe ofereceu gentilmente uma cadeira de rodas, para que ela descansar tranquilamente, enquanto todo o processo fosse concluído. Mas ela não esboçou nenhuma reação, simplesmente permaneceu com os olhos presos na outra.
   
      O velho homem distante o suficientemente para que ambos não lhes ouvissem, falou em tom sussurrado, com dois dos homens da segurança, que estavam junto a eles no meio daquele cenário de morte.
  Em seguida, fez um aceno leve com a cabeça, para que os homens, automaticamente segussem com o que ele havia dito. Ele por sua vez, apanhou algo dentro de uma das gavetas, as quais conhecia perfeitamente, demorou pouco mais que meio minuto até que voltasse a ficar junto a filha, posicionando-se tranquilamente atrás dela, os dois homens logo atrás do moreno, que no momento ainda insistia em oferecer lhes a cadeira de rodas, para a bela moça a sua frente.

–Você continua insistindo com essa sua teimosia desnecessária, Olívia! – Disse o moreno já um tanto que nervoso. – Só deixe-me ajudá-la!

   Olívia virou o rosto com uma expressão dura para o rapaz, logo depois sentiu a vertigem atingindo sua postura, facilmente cambaleou apoiando-se no suporte com o sangue.

  – Para onde pretende levá-la, Olívia? – Questionou o velho homem aproveitando-se da situação, com um tom levemente gentil e zombeteiro.–Como pretende levá-la daqui, se nem ao menos consegui se manter de pé por mais que dez minutos?

   Olívia voltou sua atenção para a outra, que ainda permanecia ali paralisada. Deslumbrada por aqueles azuis, sentiu aquela imensidão de paz, que emanava daqueles olhos. Extasiada por aquele olhar ingênuo, pode sentir um conforto  incomum e involuntário vindo dela. Por um segundo, somente por um segundo, ela pôde esquecer-se do mundo, pôde esquecer-se daquelas pessoas e de todo o caos ali existente. Uma reação que para ela, já havia se tornado algo tão familiar e genuíno, somente por está ali e adimirá-la.
 
   – Não é.... – Foi tudo que ela conseguiu pronunciar, na sutil tentativa de explica-se, antes de sentir algo perfura o seu pescoço.

  Como que em sincronismo, os dois caras seguraram o moreno um de cada lado, ao mesmo tempo em que o velho homem introduziu a agulha na filha, que automaticamente proferiu um grito de dor. Os azuis voltaram a ficar vermelhos, com o grito de dor que  Olívia proferiu, aquela reação involuntária havia sido  mais expressiva do que ele poderia imaginar. Mais a ruiva estava sob o efeito paralisante do medicamento, que Olívia minutos antes, havia ministrado na bolsa de sangue ligado a a ela.  Então, permanecer alí era tudo que Violeta poderia fazer, pelo menos naquela instante.
       Matheú estava sendo carregado brutalmente para fora da sala, gritando. Inutilmente gritando, na tentativa de impedir o que quer que fosse que o pai de Olívia estivesse fazendo.

   – Eu sinto muito minha filha... – Viu lágrimas rolar dos olhos da pequena, que nada pôde falar. – Não posso permitir que você faça isso! Justamente agora que descobrimos uma cura definitiva. 

   Os olhos de Olívia se abriam o máximo que ela conseguiu, era sua expressão de susto, com um misto de medo e negaça.

  – Eu só preciso tentar isso, filha. – Correu o dedo sobre a lágrima que deslizou sobre a bochecha esquerda dela. – Será somente mais essa tentativa e eu te prometo que deixo ela viver como você quer.

   Metade da frase, não pode ser ouvida por ela, já que caiu no sono antes que ele tivesse terminado.
 
  – Tirem elas daqui! – Ordenou ríspido. –  Podem levá-las para o último andar. Mantenha a cobaia presa na sala de tratamento intensivo. A minha filha leve-a para um dos quartos na ala 5, vou mantê-la em coma induzido até que...
  Perdeu-se nas próprias palavras, ao observar as ires vermelhas, um misto de raiva e medo exalava delas, aquilo era novo para ele, as características que ela demostrava eram imprevisíveis e excepcionais.

    ****

   Cerca de 3 horas depois o Dr. Michael adentrou a nova sala em que estava a cobaia, deparando-se com o moreno ao lado dela segurando um punhado de fichas com anotações sobre a cobaia.

– O que está fazendo aqui, garoto? – A voz com desdém. – Como consegui passar pela minha segurança?

  – Me desculpa Senhor. – o moreno não deixou intimida-se pelo velho homem. – Eu vim administar um sedativos mais forte, para que não corremos o risco de que ela escape mas uma vez.

  O Velho apenas aproximou-se para conferir o que ele havia dito, ainda em silêncio. Observou as pálpebras da ruiva que tranquilamente aparentava está dormindo, dessa vez bem vestida e coberta. Estaria ele errando em dar um voto de confiança para aquele moleque a sua frente? Ele se questionou andando ao redor da cama.

– Eu gosto muitíssimo da sua filha Senhor. – O tom perdeu um pouco da firmeza de antes. – Estou aqui para ajudá-lo no que quer que faça em relação as duas.

 
– Porque eu confiaria em você? – O velho riu ironicamente.

  – Não há um porquê!  – Estou apenas propondo o meu valor como médico e namorado da sua filha.

    O Velho pareceu pensativo, não havia certeza que ele estivesse sendo sincero nas suas palavras.

   – O que você sugere rapaz? –  Ríspido e desconfiado ele encarava o jovem a sua frente. – O que tem em mente?

   – Em relação a Olívia, eu não tenho sugestões a fazer, senhor! – Foi sincero, considerando que Olívia havia se descuidado em relação a sua saúde. – Mas em relação a ela... – Apontou para a cobaia. – Tudo que sua filha quer é que ela faça parte dessa sociedade, se eu não estou enganado... Então sugiro que você faça o que ela deseja. Dê a ela conhecimento, ensine-a  como as coisas são, como elas funciona, ensine-a a falar, a nossa língua e outras que for possível. Apresente a ela o conhecimento sobre tudo que for necessário e importante... E com isso, poderá manter ela sob controle por indução. Faça ela gostar de está aqui, faça ela agir sob suas ordem, e eu não vejo motivos pra sua filha desejar vê-la em outro lugar.

  O velho tinha que admitir, a ideia dele não era de todo o ruim, muito pelo contário era excelente. No entanto executa-la, seria uma questão totalmente dificultosa. Considerando que o grande impasse, era como controla-lá.

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   Capítulo muito curto, mas é só para não acharem que morri ou que desistir da história.  Kkk ❤️

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