OLÍVIA.

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  Vim deixar um "mimo" para as meninas que gosta da história ❤️☺️. Uma pequena extensão do capítulo anterior que ficou minúsculo. Depois me conta o que acharam meninas. 😏🤗 Bjs❤️





     Bateu a porta do BMW bruscamente, tentando reduzir o mínimo que fosse da sua raiva. Estava muito zangada com o seu pai – pra variar. – A poucos minutos atrás sua sala foi praticamente invadida, justamente pela única pessoa que no momento ela não queria ver de maneira nenhuma, mas o destino estava mesmo conspirando contra ela.

***

  Ele havia perdido o senso e a razão definitivamente. Adentrou a sala dela até então sorridente, dizendo que havia pensado em um novo método e que dessa vez a cura para a sua doença seria 100%, se ele estivesse certo e ele jurou está.

Olívia não podia negar que a ideia de não sentir mais dores por todo o corpo, era bastante tentadora, mas a que custo essa cura viria? Vindo do pai que não media esforços, sabia que era um preço muito alto, as custas de alguém, bem como a sua estabilidade veio a custo do sangue de Violeta.

  – Eu posso até ter um pequeno interesse, sobre esse seu "novo" trabalho. Mas, a que custo, pai?  – Levantou-se  organizar as suas coisas  que estava postas à mesa dentro da sua bolsa. – Certas coisas não podem ser mudadas... talvez esteja na hora de você para de tentar encontar uma cura para essa porcaria de doença e começar a aceitar que... sim, eu irei morrer. Pare de tentar tanto uma cura, e deixe o fim, ser Fim, quando ele tiver que ser.

O cansaço físico era grande, a exaustão psicológica era maior ainda. Olívia não estava em condições para discutir nada,  talvez ela tivesse colocado as palavras da forma  mais incorreta possível, só que nunca existiu uma maneira totalmente correta para pedir que  um pai desistisse da própria filha. Ela poderia sim, simplesmente ter ouvido em silêncio e ter permanecido nele, mas não pôde. Não pôde pelas coisas que ainda queria para si mesma.

   Queria mais que tudo uma vida normal. Estava decidida a sair de casa, encontar um novo trabalho, pretendia voltar aos estudo, fazer uma especialização em Pediatria, pois era a área que ela sempre desejou como médica, mas nunca tentou por medo de decepcionar o pai. Estava disposta a reconstruir a vida o mais longe possível dele e de qualquer coisa que pertencesse ao nome dele. E ela iria, iria mesmo que morresse apenas na tentativa.

  – ISSO NUNCA! E VOCÊ NÃO FAZ IDEIA DO QUE ESTÁ PEDINDO, OLÍVIA. – prontamente o velho homem falou aproximando-se da filha. –Eu não cheguei até aqui, para simplesmente desistir de TUDO e vê-lá morre. Quero que trabalhe comigo nesse novo método, filha.

– Eu não posso! –Afastou-se dele. – Quando vai entender que eu não estou te pedindo uma CURA PAI? Só estou pedindo que aquela garota que está presa  lá embaixo, tenha uma vida normal... Isso é pedir muito??

– VOCÊ QUE NÃO ENTENDE, Olívia!! – Segurou lhes o braço abruptamente, fazendo com que ela o olhasse – Um feto gerado por ela, com o sangue que ela tem e todas as propriedades sanguíneas, poderá definitivamente... – Antes que aquele absurdo chegasse ao fim Olívia o interrompe.

– VOCÊS QUEREM O QUÊ? – O fio de sanidade que ela ainda tinha havia se rompido, pensar naquela possibilidade fez a cabeça ela doer de uma forma que nem a sua doença fazia. – FICOU LOUCO, PAI?? É SÓ UMA GAROTA! QUEREM UM FILHO DELA PARA EXPERIMENTOS?

– VOCÊ COM ESSA IDEIA DE ACHAR QUE ELA É SÓ UMA GAROTA COMUM. – Soltou o braço magro da filha. –  ELA É MUITO MAIS QUE ISSO OLÍVIA, ELA SALVA VIDAS E VAI CONTINUAR SALVANDO VOCÊ QUEIRA OU NÃO.


Totalmente atordoada e ainda sentindo os efeitos daquelas palavras, Olívia sentiu as lágrimas escorrendo  pela superfície do seu rosto. Ela havia perdido o controle de tudo, seu pai iria iníciar um novo projeto com a cobaia e ela perderia o acesso a sala em que Violeta estava, não teria outra chance de acordá-la.

O Dr.Michael estava parado alí do lado da filha, vendo ela  chorar, talvez ele fosse ignorante de mais para entender os sentimentos da filha. Ou simplesmente achasse melhor ignorá-los para que podesse a todo custo, cumprir uma promessa feita para a mãe dela, prometeu que lutaria para vê-la bem até o seu último suspiro.

Olívia olhou para ele, queria tentar fazê-lo desistir daquela ideia absurda sem garantia nenhuma, mas as palavras simplesmente não vinheram, o choro era muito mais forte. Com raiva de si mesma saiu batendo a porta atrás de si e deixando-o lá parado.

***

           Agora dentro do seu carro, batia a própria cabeça no volante enquanto as lágrimas insistiam em caír. Tentava fazer aquela angustia ir embora, tentava aliviar a raiva, causando dores físicas nela mesma. Só parou quando ouviu o célula tocar, mas não quis de forma nenhuma atender, nem se deu ao trabalho de olhar o visor.

          Letícia do outro lado xingava a amiga de todos os nomes possíveis, ela não atendia a droga do telefone. Estava a aproximadamente  uma hora e meia, sentada à mesa daquele restaurante japonês esperando a amiga e nada dela dar sinal.

       Olívia permaneceu parada alí, sem sabe por quantas horas, perdeu totalmente a noção do tempo. Quando finalmente pegou o celular e viu que havia inúmeras chamadas e mensagens de Letícia, voltou a realidade. Ainda quis ligar para a amiga, mas não iria conseguir falar,  apenas mandou uma curta mensagens de texto avisando que não daria para elas se encontar e que Olívia explicaria tudo em breve.









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