Capítulo 12. Acordo

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Totalmente onusto, por um desejo que não o pertencia, dominado por um sentimento excêntrico e um tanto genuíno, que somente Olívia despertava sobre ele, fez com que Matheú tivesse coragem suficiente, para afrontar o sogro à sua frente, de uma maneira irracional e desprovida de estabilidade.

- Sei o que está pretendendo Sr. Michael- Direcionou o olhar para a ruiva. - Ofereço meu tempo com os experimentos na fertilização, e... - Voltou-se para o velho estreitando os olhos, na intenção de parecer mais seguro de si. - E lhes ofereço o meu DNA.

O velho afastou-se de Violeta, analisou meticulosamente o jovem e sorriu irônico. A petulância do garoto o deixava totalmente desarmado. Permaneceu calado, apenas permitiu qua as palavras pronunciadas segundo antes, ressoasse por todo seu cérebro, analisando os prós e os contras da proposta.


- E tudo que eu estou pedindo em troca, é para que me deixe tirá-las desse prédio. - Avançou um passo, reduzindo o espaço entre eles. - Claramente não estou tentando passar por cima de nenhuma das suas decisões, estou aqui para ajudá-lo e sei que sua filha não iria gostar de ser mantida aqui dentro, como uma prisioneira, ou algo do tipo. Além do mais, a cobaia precisará de espaço e está isolada séria o ideal.

O velho desfez a cara de "figura autoritária", por alguma razão, imaginou que o jovem seria de grande ajuda, pelo menos em relação a Olívia. Descontente acabou contrariando suas próprias ordens, teve que abdicar dos próprios planos e aceitar o acordo. No fundo, ele sabia que a decisão era a mais sábia, exatamente porque o jovem, era a ponte para fazer com que Olívia o perdoasse.

- Ok! - Exclamou ríspido. - Pode escolher o lugar, que enviarei todos os equipamentos necessários e os meus seguranças. - Cruzou os braços abaixo do peito. - Posso não está presente, mas quero ser mantido informado de tudo e qualquer acontecimento com ambas e para isso, enviarei uma equipe médica da minha confiança.

O sorriso apareceu discreto, do lado direito dos lábios do homem mais jovem, havia conquistado um marco. Ele sabia que não seria assim tão fácil tirará-las totalmente do domínio do Dr.Michael.

- Sim Senhor, como desejar!

- Antes que remova ela dessa sala... - caminhou em direção à porta.- Colete todo o material necessário para o procedimento...- abriu a porta abrutamente. - Ela poderá deixar as paredes desse laboratório, assim que eu tiver o que preciso.



*** Três meses depois. ***

A bela casa, poderia ser uma das inúmeras propriedades que a família de Olívia possuía, no entanto, Matheú optou favoravelmente por procurar algo que deixasse a médica confortável, mesmo que ela não soubesse do próprio paradeiro, afinal uma hora ela iria acordar.
A propriedade pertencia a única amiga dela, vasculhando o celular de Olívia havia encontrado conversas e inúmeras ligações, não foi difícil arrancar informações de Letícia, mais fácil ainda foi convencê-la a ajudar. A propriedade era um tanto longe da cidades grande, cercado por uma vasta área verde, com lagos próximos. O ambiente perfeito para permitir que Violeta descobrisse aos poucos o sentido da vida, sem machucar ninguém.

***

Lentamente os azuis foram abrindo, um tanto incomodada com os fios ruivos que caiam sobre a sua face pálida. Levantou-se apressadamente, tomada por um sentimento incomum, dado pela desordem sobre a sua mente, teve um sonho um tanto desconfortável. Assim que a medicação deixou o seu corpo Flashes de memórias passavam pelo sua mente, pessoas aleatório, acontecimento aos quais ela não sabia destinguir e no meio do caos de lembranças, havia um rosto que dava acesso a algum conforto.

O tecido hospitalar, que cobria seu corpo, prendeu sua atenção por um curto momento. Ouviu a voz de alguém e curiosamente levantou-se, andando até que ficasse próximo ao moreno do outro lado da parede de vidro.

- Bom Dia, Princesa!- Ele disse sorridente, depositando no compartimento que dava acesso ao lado interno, um prato contendo pão, uma maçã, um copo com leite e uma fatia de queijo branco. - Espero que esteja faminta!

Delicadamente ele sentou-se em frente a ela, apanhou do seu lado uma outra bandeja contendo as mesmas coisas que a dela. Esperou que ela fizesse o mesmo. Assim que os azuis ficaram na altura dos seus, ele então apanhou a maçã e mordeu. Ela mantinha os olhos sobre cada movimento, como ele já havia previsto.

- Vai, coma! - Apontou para o prato dela. - Dizem que essa coisinha aqui, foi a responsável pela condenação de uma humanidade inteira. - Ele sorriu ainda mastigando o pedaço que havia morrido. - O sabor deveria ser um tanto mais que prazeroso, já que custou tão caro.

Violeta finalmente alcançou a fruta, analisou sua circunferência, sua cor, sua textura, então finalmente levou a boca.

- Muito bem! Agora faça o mesmo com os demais. - Ele entendia que precisava ensinar pequenas coisas para ela, mas não imaginou que ela apesar de não ter experiência nenhuma, conseguia assimilar as coisas rapidamente. - Hoje teremos um dias educativo.

Ele sabia que aquilo deveria ser feito por outra pessoa, que no momento estava desacordada alí do lado deles.

O toque delicado sobre seus lábios e o primeiro gosto que sua boca sentou, foi suave, causando sensações extremamente agradáveis, as quais ela considerou as melhores (mal sabendo ela que havia muitas outras incomparável). Ele vendo que ela estava se saindo bem, levantou-se, apertou um botão no controle que tirou do jaleco, fazendo com que descesse um painel gigante do teto.

- Pensei em começar por fazer você dizer algo. - Andou de um lado a outro e parou perto da cama onde Olívia estava. - Já que ela desejou tanto isso.

Violeta analisava atenciosamente as palavras simples, proferidas da boca dele. O jeito que elas eram ditas e as pequenas expressões no rosto dele, fizeram com que ela entendesse, tornado tudo mais familiar para ela. Mais familiar ainda, foi a visão do rosto da médica, tocou o vidro a sua frente, queria chegar mais perto, queria vê-la da maneira que sua mente estava reprisando momentos antes.



Ainda olhando para Olívia, presa em seu sono profundo, Matheú se culpou. Por mais que quisesse tirará-la daquela situação, de forma nenhuma ele poderia, tinha um acordo para honrar com o pai dela.
Tudo que havia feito, foi pensando no que Olívia queria, tirará-las daquele prédio, levá-las para um ambiente livre da presença autoritária do Dr. Michael era tudo que Olívia desejou, mas ele sabia que havia sido pouco. Teria que fazer mais por elas, no entanto não tinha autoridade para agir por contra própria.

- Espero que esse material sirva. - Disse se referindo a algo que começou tocar no telão. - Vou deixá-la totalmente à vontade, para que aprenda algo, para que haja uma comunicação.

A porta bateu atrás de si, três meses haviam se passado com o peso de três anos inteiros. O cansaço físico e psico estavam acabando com ele, mas ele sabia que tinha uma missão, apesar de boa parte está ganha, faltava muito pra convencer o velho homem de que Olívia estaria melhor acordada do que presa nós próprios sonhos, considerando o histórico acadêmico e a excelência profissional que ela tinha.

🤔🤗❣️ Alguém vai comentar o que achou??? Eu acho que agora as coisas vão começar a ficar boas .

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