Matheú contou cuidadosamente alguns dos últimos ocorridos, se preocupando com as palavras e com a presença de Violeta ali do outro lado. E a cada palavras que saía da boca do homem a sua frente, deixava Olívia mais enfurecida. Seu pai estava gradativamente perdendo a noção, definitivamente a lucidez estava se esvaindo.
Entristecida e irritado, com a falta de sanidade mental do seu pai, ergueu-se da cama, apertando com força o curativo no braço esquerdo, feito pelo moreno minutos antes. Olívia queria sentir a dor, queria senti-se viva, pois no seu peito agora queimava um sentimento esquisito em relação ao pai.– Por hora, já ouvi o bastante. – Olívia andou dois passos, ficando de costas para o rapaz que a acompanhava com o olhar – Abra o vidro. – Ordenou.
– Você sabe que não posso. –Prontamente o moreno falou. – Não é seguro, considerando o ocorrido...– Fez uma pausa imediata, impedindo a si mesmo de dizer algo que tirasse a outra do seu estado de tranquilidade. – Seu pai me mataria!
– Meu pai não está em posição de ordenar nada, Matheú!– Olhou seriamente para ele por cima do ombro direito. – Se quiserem a minha ajuda, terá que ser do meu jeito.
– Eu sei, mas e se...
– Não sou prisioneira dele. – O tom era agressivo e impaciente. – Também não sou mais criança. Ele não pode e não vai me controlar. – Apertou com mais força o seu braço, por ter recordado-se da última vez em que avistou o pai. – Confio mais nela do que no Dr.Michael, que se me recordo bem, atreveu-se a atacar a própria filha pelas costas, além de me manteve inconsciente por 2 ou 3 meses. Com a ajuda do meu "namorado".
O moreno nada disse, estava encurralado com os argumentos dela, apenas retirou do bolso o pequeno controle, e o jogou na direção dela. Não havia justificativa para detalhar o sentimento que invadiu o interior do coração de Olívia em relação a eles naquele momento. Ela alcançou o controle no ar, utilizado a mão direita, mesmo não sendo destra. Pressionou imediatamente o único botão no controle, sem que se desse tempo algum para pensar. Não queria tempo para trazer à tona, lembranças de que já havia visto um mar de sangue, causado por Violeta. Não queria e não iria tardar parte da liberdade dela, por causa de um acontecimento em que Violeta estava totalmente inconsciente das suas próprias ações.
– Você não é mais uma prisioneira. – Disse baixinho, olhando diretamente nas profundidades azuis, novamente havia sentido a intensidade que emanava daquele olhar. O vidro lentamente se abria, acompanhado de um leve barulho eletrônico. – Eu lamento por tudo isso... – Desviou o olhar para os lábios dela, logo depois deixou que caísse para as próprias mãos que brincava com o controle. – Quero que confie em mim, prometo que não vou prende-la aqui ou em qualquer outro lugar, a única coisa que pretendo é te preparar para viver além dessas barreiras.
Violeta ouviu ela falar, sua mente está capitando cada palava dita, cada detalhe e cada reação involuntária vindo de Olívia. Sorriu sem que percebesse, pois havia algo em Olívia que fazia ela se sentir totalmente confortável, segura e especial. Violeta conhecia as definições corretas, mas não sabia classificar corretamente os seus próprios sentimentos, pensando nisso andou pequenos passos em direção a outra, ela estava agora disposta a ceder tudo que conseguia de confiança para Olívia.
Era estranha aquela sensação, o frio na barriga, a insegurança e até um pouco de medo, faziam efeito em seu corpo e mente, mas assim que alcançou a divisão, foi recebida por uma mão estendida em sua direção. Ficou parada tentando entender o gesto da outra.
– Põe a sua mão sobre a minha. – A voz já não esbanjava nenhuma sombra da raiva, somente a delicadeza de quem está tentando ganhar confiança. – Venha!
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Vida Roubada
Science FictionSobreviva ao 1º capítulo e garanto que vão gostar da história. 🤗❣️ Sinopse: Ela é um ser humano com DNA modificado, uma cobaia humana. Resultado de uma experiência criada pelo Dr. Michael Weekend, com a finalidade de salvar a vida da sua filha...