Um

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Ando sem me importar o destino com tanto que fosse distante, havia um grupo que estava tentando me matar apenas porque eu roubei um pouco mais que 15 dólares e para piorar a minha situação minha barriga começava a doer, só queria parar para descansar.

Sinto a chuva fina começar a escorrer pelo meu rosto e um frio irritante passar pelo meu moletom. Correr com fome e na chuva não me ajudaria em nada então entro em um beco escuro tentando despista-los, minha respiração estava acelerada, mas prendo quando eu vejo eles passando em minha frente, vou mais a fundo no beco e eles passam direto. Solto enfim a respiração e tento analisar onde estou.

Esbarro em um carro- é um puta carro- não sei se tinha uma marca exata apenas que era o carro do batman. Olho em volta tentando vê se o morcego está perto- quem seria louco de deixar o seu carro a deriva no Narrows? -, sem sinais dele procuro em volta algo para me ajudar, talvez se eu pegasse alguma peças do bat móvel eu consiga algum dinheiro, talvez até reputação, sabe eu roubei o batman, bem isso serviria de algum a coisa. Acho uma chave de roda enferrujada- vai ter que servir-, começo tirando tento ser o mais rápido possível.

No canto do olho consigo vê um vulto, sabia á quem pertencia, mas não importava, hora ou outra eu iria acabar preso ou até morto.

-Você sabe que esse é o bat móvel, não sabe? -Sua voz é grossa e dá medo até nos meus antepassados, mas eu não tenho nada a perder, minha mãe morreu quando eu tinha 10 anos e meu pai está preso, então estou sozinho, não preciso ter medo.

-Dãã, você sabe que estacionou seu carro no beco do crime, não sabe?- Debocho hostil sem nem ao menos fazer ideia no que estava fazendo, apenas não queria baixar a cabeça para o morcego de Gotham.

Poderia ter saido dali, apenas virado e corrido meu instinto gritou para fazer isso, mas resolvi lutar -eu sei, isso é burrice-, quando me dei por mim já estava tentando ataca-lo com a chave de roda, em um movimento rápido e sutil ele tira a chave da minha mão e me puxa pelo moletom, me fudi.

-Se quer bater em criança deveria se alistar no D.P.G.C, como os outros.-cuspo essas palavras, estou com medo minha voz, respiração e corpo me entregam, porém finjo que tenho controle de tudo.

-Só vou perguntar uma vez, então pense muito bem na sua resposta.-Já disse que sua voz me matava de medo?

-O que?!- tento fazer a minha voz soar mais grossa, só que ainda pareço um pirralho assustado.

-Você está com fome? - Não entendo a pergunta e o olho confuso, ele então me põe no chão me surpreendendo.

-Me segue.-Tive outra oportunidade de fugi, eu olhei para trás cogitando essa ideia, então olhei para ele, não fazia ideia do que ele queria, ou o porquê não me prendeu. E  contra qualquer instinto de sobrevivência o sigo.

Ele vai até o Bibbo, uma lanchonete local, que cheirava a gordura e suor, seus letreiros faltava algumas luzes, e a pintura que era para ser branca estava suja e desgastada- fazia 2 dias que eu não comia, minha fome estava me matando, ele parou do lado de fora e ele me deu uns 200 dólares, Caraí duzentos nunca havia segurado tanto dinheiro assim, me senti  rico.

-Compre o que quiser, mas eu quero um hambúrguer com refri.-Sua voz não me deu tanto medo, porém minha mão ainda tremia.

Cogito a possibilidade de sair correndo com o dinheiro, só nesses últimos 20 minutos ignorei três vezes o meu instinto de sobrevivência. Mas tinha um porém, Batman confiou em mim, não sei explicar o que deu em mim, só que ninguém nunca me ajudou, nunca nem tentaram, mas ele foi diferente do que disseram, do que eu pensava.

Compro quase a lanchonete toda e entrego a ele o troco. Ele me puxa para o bat móvel e estacionamos em um lugar alto e um pouco afastado em gotham, e sentamos no capô. Começo a comer, com um certo medo de falar algo e acabar estragando, típico Jason Todd.

-Qual é o seu nome?-Ele começou a falar.

-Jason... Jason Todd -Digo devorando o hambúrguer.

-Quantos anos tem?-Sua voz soava calma, ele me encarava.

-treze.-sigo comendo enquanto olhava  para a cidade.

-Vai com calma Jason, vai acabar comendo o próprio dedo. - seu tom era dócil, meu Deus batman foi legal depois de eu roubar seu carro, dou um sorriso tímido e falo:

-Desculpa.-Dou uma mordida- isso é o mais próximo de uma refeição caseira desde...-outra mordida-Desde que eu tinha uma casa.-passamos mais uns minutos calados.

-Engraçado eu já estive aqui uma vez, procurando pela mansão Wayne, tentando sacar o lugar mas me perdi.- falo olhando o horizonte.

- Por que você acha legal roubar as coisas das pessoas?- eu não achava, também não achava legal burgueses safados terem mais do que pessoas humildes, então se não pode mudar o mundo roube-o.

- Cê tá me zuando? Olha só o tamanho daquele lugar. -falo vendo a mansão wayne de longe.- Maldito "playboy bilionário" que se acha rei do mundo.-Bufo.

-As vezes só é preciso dar uma chance as pessoas, Jason, normalmente elas tende a surpreender.

-Pode até ser, mas Bruce Wayne parece ser tediante demais, tipo "eu tenho tudo que eu quero e vou doar um pouco de dinheiro para todos me amar" e blá blá blá..-Digo zombando, vejo batman dar um sorrisinho daqueles de um canto da boca.

-Se diz...-É tudo o que ele fala, depois do 4 hambúrguer me deito no capô do carro olhando as estrelas, batman está sentado olhando o horizonte.

-Olha bats até que você foi legal... tipo valeu pelo lanche.- Digo vendo as estrelas, alguém havia me ajudado, um rato de rua, e eu não tinha nada para retribuir, então apenas agradeço a ele.

-Tem onde ficar?-Eu não tinha um lugar, ontem dormir em uma caixa de papelão, Mas não é o tipo de coisa que se fale.

-No Narrows um apartamento perto do beco do crime, número 326.- não era exatamente mentira, o apartamento chegou a pertencer aos meus pais, mas acima de tudo não queria que ele sentisse pena de um fudido.

-Vamos eu te levo lá... e os seus pais?

-Minha mãe está em casa, e meu pai foi preso.-Já havia 2 anos que ela havia morrido, e 9 meses que ele estava preso.

-Por que está mentindo, Jason?-Como caralhos ele saberia?

-Por que acha que estou mentindo?- tento manter a pose, mas minha mente grita "porque ele é o batman" e é claro que ele saberia.

- Seus ombros rígidos, respiração acelerada, desvia o olhar quando mente ou está envergonhado, e é claro porque disse que não comia direito desde que tinha uma casa. Então por que mente?-Ele estava me analisando?

-Não queria que sentisse pena... você foi hmm.. legal, mas agora eu tenho que seguir a minha vida ne?-Ainda não havia saído de cima do seu carro, e ele voltou a me encarar.

-Bem.. Jason vou te dar uma oportunidade, porém tem que obedecer à risca. -me sento e o encaro, o que ele quis dizer com oportunidade? Será que talvez ele fosse me dar um lar? Esquece isso Jason, ele pagou um lanche não vai te adotar.

Ele se levanta e vai até o carro, apenas sigo sentando no banco no passageiro, os dois ainda calados.

-Agente A, vou levar um convidado para a caverna.-ele apenas diz isso e arranca pneu até uma parte isolada.

Entramos em uma cachoeira e logo eu vi, PORRA EU TÔ NA BATCAVERNA!

Como havia avisado fiz pequenas alteração no capítulo mas nada que realmente mudasse a história, já nos próximos capítulos as mudanças serão realmente drásticas.

Espero que gostem da historia votem, e deixem aqui nos comentários o que vocês acham e o que querem ver na história.

A Dupla Nem Tão Dinâmica.Onde histórias criam vida. Descubra agora