A História de uma Vida

Capítulo 22

   Começamos nossa busca naquela mesma tarde. Eu com o meu laptop e minha mãe com o dela. A Linda ficou deitada aos nossos pés sobre a minha cama. Pesquisamos primeiro o nome dos pais dele. Minha mãe queria saber se os pais dele ainda moravam na mesma cidade em que eles fizeram faculdade juntos. Não encontramos nada a respeito dos pais de Sebastian.

   Assim que começamos a procurar por ele, o primeiro nome que apareceu foi o dele. O perfil de todas as redes sociais e até em um site de um jornal conhecido da Inglaterra. Enquanto minha mãe entrou no perfil de uma das redes sociais que apareceu, eu entrei pelo meu computador, no site do jornal.

   - É ele, Cassie. É realmente ele. Não acredito. Depois de tantos anos eu finalmente o vejo de novo.

   - Parece que ele se deu bem na vida. Olha isso: "CEO da corretoras SLS, Sebastian Smith, entrou para a lista de os cem homens mais bem pagos do mundo, com a fortuna de 24 bilhões de dólares segundo a Forbes". É, mãe. Eu preciso o conhecer. – Falei dando risada.

   - Uau. Não sabia que ele teria se dado tão bem na vida. Ele sempre foi decidido e sempre soube o que fazer. Era tipo você. Não deixava que nada o atrapalhasse. Isso você claramente puxou dele. O que fazer agora que o encontramos? Seria estranho aparecer do nada na cassa dele e falar "oi"? porque eu nem sei onde ele mora.

   - Primeiro precisamos descobrir onde ele mora ou como entrar em contato. Depois disso, vamos ver o que acontece.

   - Onde ele morava quando vocês se conheceram?

   - Em Sheffield. Na universidade de lá. Mas esta não é a cidade natal dele.

   - Qual era?

   - Se não me engano, Doncaster. Não é uma cidade muito grande. Eu fui para lá uma vez com ele. Não me lembro muito bem a rua. Fomo visitar os pais de Sebastian. Eles sempre gostaram muito de mim, assim como eu deles. Não me lembro a rua mas era um bairro bom.

   - Poderíamos ir para lá no meu aniversário?

   - Mas ele é daqui a três semanas. Precisaríamos ter planejado uma viagem desta antes.

   - Por favor, mãe.

   - Cassie, eu não posso sair daqui a três semanas porque é a inauguração da minha nova loja. Se fôssemos viajar, eu precisaria ter adiantado ou deixado para depois. Podemos ir outra vez. Pode ser? Me desculpa, filha.

   - Tudo bem. – Por mais que eu não estivesse nada bem com o fato de não poder ir até lá e procurar por Sebastian ou os pais dele, eu entendo que minha mãe tem o trabalho dela. Ela vem esperando por essa festa de inauguração da nova loja dela há meses e eu não sei como iríamos encontrar alguém sem nem saber o endereço da pessoa.

   Na manhã seguinte, quando cheguei ao colégio, contei tudo isso para as minhas amigas. Elas ficaram bem animadas assim como eu estava mais aliviada por ter feito as pazes com a minha mãe. Não vejo a hora de encontrar meu pai verdadeiro e começar a conversar e conhecê-lo. Ele me parece ser uma pessoa muito legal e com uma história de vida fascinante.

   Ontem eu não estava conseguindo dormir muito bem por causa da minha alegria ao saber que estou um passo mais perto de conhecer Sebastian. Por isso fui pesquisar um pouco a respeito da pessoa dele na internet. Ele não nasceu em uma família bilionária. A família dele era mais abastada, assim como a da minha mãe, mas nada muito significativo. Ele começou a investir com vinte e dois anos e estava indo bem até os vinte e sete, que foi quando perdeu sua fortuna. Aos vinte e nove ele já estava se recuperando financeiramente e resolveu contratar uma pessoa para ajudá-lo a investir e, assim, ganhar mais dinheiro. A ideia deu tão certo que aos trinta e dois ele já havia mais de vinte funcionários trabalhando para si. Hoje em dia ele tem uma empresa de investimentos. Todo o lucro que recebe é dali.

   Na verdade, para descobrir toda essa história, eu fiquei pesquisando sobre ele algumas horas. Não dormi nada bem. Quatro horas no máximo. Suspeito que a minha mãe também tenha ficado um pouco animada depois do que descobrimos ontem porque hoje manhã, nós duas parecíamos dois zumbis tentando se comunicar. É até engraçado de pensar nisto apesar do meu sono, que está me deixando exausta.

   Estou quase no fim da última aula e nem vejo a hora do sinal bater para voltar para casa e formular um plano para encontrar Sebastian. Já disse para minhas amigas que eu não ficaria com elas depois que as aulas terminassem porque tinha uma consulta marcada, só que eu não tenho nada marcado para depois daqui. Só minha curiosidade está me matando mesmo e eu não posso esperar mais. Preciso encontrar o meu pai.