Capítulo 41

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Como minha mãe tem andado muito ocupada viajando para visitar as lojas dela e o meu pai não tem parado muito em casa também, tenho passado os últimos dias um tanto sozinha. Mal vejo a hora de voltar para Nassau para espalhar as cinzas da Linda no mar, mas depois disso quero voltar para cá. Realmente amo a minha casa daqui.

   Meus avós estão viajando e achei que seria estranho ficar na casa de meu pai enquanto ele não está lá. Apesar de ele ser o meu pai, não nos conhecemos há tempo suficiente para eu me sentir confortável para ficar na casa dele sem ele estar por lá.

   Estou lendo "Catadores de Conchas" na beira da piscina aquecida. Está uma neblina muito forte fora de casa e imagino que o frio esteja congelante. Não há muito o que fazer além de ler.

   Resolvi ir buscar meus fones de ouvido no quarto, mas percebi que havia os deixado na casa de Sebastian.

   Coloquei um casaco de lã preto e um sobretudo de veludo verde-musgo por cima e chamei um carro pelo aplicativo, mandei uma mensagem para minha mãe avisando onde estava indo e fui para a casa do meu pai.

   Depois de tocar a campainha umas oito vezes, uma das pessoas que trabalham lá veio abrir a porta para mim. Agradeci e fui à caça do benditinho.

   - Oi, Cassie.

   Uma voz que eu não esperava que fosse tão amigável me cumprimentou.

   - Oi, Austin – Disse virando-me para olhar em sua direção.

   - O que você está fazendo aqui? Faz tempo que não aparece por aqui.

   - Esqueci meu fone de ouvido em algum lugar nesta casa. Só fui perceber isso hoje.

   Austin deu uma leve risada e se virou para sair. Tá, né.

   Assim que encontrei o fone em cima da mesa de escrivaninha do meu quarto, dirigi-me para a sala de estar, onde encontrei Austin sentado desleixadamente no sofá, mexendo no celular.

   Sentei-me junto a ele para pedir um carro para me levar para casa. Minha mãe ainda não havia visto a mensagem que tinha mandado para ela antes de vir para cá.

   Três batidas fortes na porta me tiraram o foco do celular. Austin se levantou para ir abri-la e os quatro amigos dele entraram.

   Depois de se cumprimentarem, recebi um breve aceno de cabeça de Ares e de um com pele cor de oliva e recebi um leve sorriso dos outros dois. Não sabia que eram capazes de sorrir.

   - Estamos indo jogar boliche e comer um lanche depois. Quer ir com a gente? – Ares me perguntou.

   A surpresa na minha deve ter ficado estampada, porque o de cabelo castanho com olhos castanhos deve ter percebido o meu espanto para falar:

   - A gente não morde.

   - Ela deve saber disso, Jim. – disse o de cabelos loiros.

   - Pela cara dela acho que não, Marshall.

   - Você quer ir ou não? – Ares me perguntou com uma leve impaciência explícita na voz.

   Eu iria dizer que não, mas agora que vi que o senhor ranzinza perdeu a paciência eu vou.

   - Sim, vou – E tive o prazer de ver a surpresa estampada no rosto dos cinco. Como eu não havia pedido carona ainda, poderia ir com eles.

   - Então vamos, seus lerdos – disse o de olhos cor de amêndoas.

   - Cala a boca, Damian.

   Acabamos indo em dois carros: um Galaxie do Ares e uma Dodge RAM 1500 TRX do Jim. Ambos carros que eu sonho em ter.

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