Vagando pelas ruas

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Eles passaram direto, mas por que eu empurrei Peter, e Isa. Se não, com certeza aqueles idiotas nos acertariam.

- AÍ FILHA DA PUTA, DA PROXIMA, PASSA POR CIMA! - Peter disse, e Isa deu cotoco, e eu estava só observando, percebi que o cara olhou pelo o retrovisor, com um olhar maligno, e eu lembrava daquele olhar, de algum lugar, eu senti uma sensação terrível, era como se aquilo me lembrasse algo do passado. CARALHO MANO, será que é aquele capanga do Jack? Jack é o inimigo do meu pai, meu pai não é um magnata, nem nada, ele já foi, mais ainda tem muitos que o odeiam, e querem fazer pagar o preço. E eu sou um dos principais alvos. Por um segundo o efeito do álcool, saiu de mim, e eu consegui pensar rápido, puchei o braço de Isa e Peter, e os alertei para que eles saíssem correndo, eles vinham me seguindo logo atrás, eu vi um portão de uma casa aberta, foi o primeiro lugar que entrei, e puchei os dois idiotas, olhei rapidamente pra fora, e eles já tinham ido, vi a moto se perder na esquina, olhei no relógio, já eram 4:27 da manhã. E quando me dei conta, o dono da casa estava atrás de nós, ele me parecia estar com muito medo, acho que pensou que nós três fossemos algum tipo de ninfomaníacos, que invadem garagens alheias. Isa o avistou e disse:

- de boa na lagoa? - ela estava realmente muito bêbada, e disse fazendo sinal de paz e amor com os dedos. O cara continuou intacto ali. E Peter só fazia me olhar, fiquei com medo do cara ligar pra polícia.

- Aí cara, se você mover um fio de cabelo se quer. Você morre. Finja que nunca nos viu.- eu disse tentando amedrontar o cagão, que estava de samba canção, ele não iria fazer nada mesmo, mais só para garantir. Eu apontei o portão para Isa e Pedro, que saíram na minha frente, e logo eu, em seguida. Ficamos na calçada.

- Aí Peter Pan, onde tá o seu carro? - eu perguntei, sentada na calçada, abraçando minhas pernas, e Isa estava deitada no chão, que nem uma drogada.

- tá a uns 2 metros daqui, mais ninguém aqui esta em condições de dirigir, então vamos pegar um táxi. - ele disse com a maior cara de sono.

- eu estou, e se quiser ir dormir na minha casa hoje, seja bem vindo, me passa a chave.- ele meteu a mão no bolso, e me deu a chave do carro.- vamos, Isa, levanta. -eu disse tentando levantar aquela minhoca gorda.

- no céu tem coisas brilhantes- ela disse apontando para as estrelas, e com um sorriso muito engraçado no rosto.

- Tem certeza que não deram maconha pra essa menina? - Peter disse.

- eu não sei, mais acho que sim, me ajuda aqui. - ele pegou um braço de Isa e eu o outro. E saímos andando até o carro dele.

- coloca o cinto.- eu disse já sentada no carro.

- por que? Não tem blitz por aqui.- Peter disse.

- se quiser viver, coloque.- eu disse arqueando uma sobrancelha.

- tu tom cuidadi, que ela é loucura. - Isa disse com a voz arrastada. KKK foi engraçado.

- tudo bem então, Samantinha. - ah mais ele pediu pra morrer. Eu acelerei o carro, e ele estava a 100 por hora, só não aumentei a velocidade, por que ainda queria viver, PORRA, eu ainda sou virgem, tenho que pelo o menos perder o cabaço né.

-AÍ PORRA, VAI DEVAGAR.- Peter disse, se segurando no cinto.

- você está parecendo uma menininha perdendo o cabaço.- eu sorri diabolicamente. Falei quase gritando.

- comé que você sabe, se você é cabaço?! - disse Isa, no banco de trás, ela estava bêbada de mais, MAIS EU PENSAVA QUE ESSA FILHA DA PUTA JÁ TINHA DORMIDO. Eu olhei para ela no banco de trás, a fuzilei, e freei de uma vez, e ela tacou a cabeça no banco da frente, eu sorri com malícia.
-Aí filha da puta.- ela disse passando a mão na testa.

- chegamos - eu disse, e dei um sorriso cínico, para Isa.

- como assim?!?- Peter perguntou confuso com o que Isa tinha falado.

- ela está bêbada, não sabe o que fala. -eu disse tentando disfarçar. E nós três saímos do carro. - vamos madrugar? - eu perguntei olhando eles

- vamos. - eles disseram em uníssono.
- me esperem aqui, vou pegar meu violão. - eu disse, abri a porta, enquanto eles estavam na piscina, me esperando, e fui em direção ao meu quarto, peguei o violão, e desci as escadas correndo, tropecei em um dos degraus, e cai de cara, mais não me machuquei. - Aí porra. - disse me levantando e pegando o violão. Cheguei lá fora, eles estavam descalços, com os pés dentro da piscina, e eu fiz o mesmo, tirei meus amados coturnos, e dobrei a ponta da calça, e sentei junto a eles. - e aí, qual vocês querem?

- the only exception. - Isa disse, era nossa música preferida. E eu comecei a tocar.

-sua voz é linda. - Peter disse, parecia impressionado.

- valeu.- eu disse, mais eu estava com um pouco de vergonha, não sei lidar com elogios. Olhei para Isa, e ela estava quase dormindo apoiada com os cotovelos nos joelhos, tava engraçada. - vamos subir pra dormir?
- vamos.- Peter disse. E eu empurrei a Isa dentro da piscina, ela já estava cochilando.

- SUA VAGABUNDAAAAA.- ela disse com a boca aberta, tentando ajeitar o seu cabelo para trás, Peter e eu começamos a rir, ela saiu correndo atrás de mim, e me jogou dentro da piscina também, e eu puchei Peter. Ficamos jogando água uns nos outros, e já estava amanhecendo, hora de dormir. Entramos, e tomamos banho, ainda não estávamos sobre total consciência, Isa ainda estava tomando banho. Eu estava com uma blusona preta enorme, e um short curtinho branco, e eu peguei umas roupas do meu padrasto, e emprestei para o bastardo do Peter. Peter me olhou e disse:

- você é linda. - ele falou me observando.

- valeu Peter Pan. - eu disse debochada, e me arrumando na cama, ele estava deitando na cama onde Cat dormia, que era ao lado da minha.

- eu queria que tivesse algo entre a gente, sabe?!- ele parecia envergonhado.

-eu também. - eu disse.

- sério?! Tipo o que? - ele perguntou animadinho.

- uma parede. - eu disse com cara de tédio, e zoando com a cara dele.

- KKKK vai se ferrar. - ele disse levando na brincadeira. Isa saiu do banho, e eu só virei as costas, e dormi, nem vi a hora que eles foram dormir.

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