Eu sempre soube.

171 14 3
                                    

Eu acordei um pouco cedo, pra quem havia ido dormir quase 7:00 horas da manhã, já era 12:00. Olhei para o lado, e Isa e Peter estavam dormindo feito dois ursos. Ruffles subiu na minha cama, e lambeu meu rosto.

- Oi garotão. - eu disse passando a mão na sua cabeça, e Ruffles se deitou junto comigo na cama. Eu fiquei "pensando pensativa". Brincadeira. Eu tava relembrando da noite de ontem, e lembrei do dia que tentaram me sequestrar, eu tinha 8 anos e..

Flash Back on

Eu estava saindo da escola, e avistei dois caras parado em frente a lanchonete, eles estavam me encarando, e eu me sentei num banco, em frente a escola. Estava esperando o meu irmão sair do castigo, por que ele é um idiota que não quer nada com a vida, e quer saber de jogar aviãozinho no ventilador. Os homens de preto com cara de mau, me chamaram, fazendo gestos com os dedos, e vieram andando em minha direção, um deles disse :
- seu pai mandou a gente vir buscar você, garotinha. - ele me olhou de uma forma, que me fez tremer de medo.

- eu estou esperando o meu irmão, e não vou com você, não te conheço. - eu disse tentando ser curta e grossa. Mamãe me disse que eu não tenho que dar atenção a estranhos.

- você vai querendo ou não.- o outro cara de bunda disse, puchando meu braço, com um pano esquisito na mão, ele parecia querer colocar isso para tapar minha boca, mais eu fiquei me debatendo, e não deixei. Não tinha ninguém por perto, a lanchonete estava fechada, e a maioria dos alunos tinham ido embora. Eu dei um chute no saco dele, e disse :

- seu bosta!- dei língua e sai correndo em direção ao portão da escola. Enquanto um deles estava de cócoras, com a mão no saco. E o outro estava vindo atrás de mim. Eu consegui entrar na diretoria, e contei tudo para ela. E os homens haviam ido embora.

Flash back of.

Eu sabia que lembrava daquele olhar, eu lembro que fiquei com muito medo mesmo. E eu só me tornei esta menina revoltada hoje, por tudo que aconteceu no meu passado, tudo culpa daquele maldito velho. Eu não entendo o porque de ele me proteger. Eu queria muito entender.

- Alguém aí está acordado? - ouvi a voz da minha mãe, com a porta um pouco aberta.

- Oi, mãe. - eu disse saindo de meus pensamentos.

- e aí, se divertiu ontem?- minha mãe como sempre, querendo saber das minhas aventuras, para relembrar as dela.

- sim, quase fui atropelada pelo o cara que tentou me sequestrar anos atrás, cai de cima de uma mesa, enquanto dançava em um bar, descobri que Isa tem dentes, e entrei numa garagem alheia, e ameacei um pobre cidadão inocente.- eu disse com cara de tédio, enquanto ela estava sentada na minha cama, ao meu lado.

- é pelo o visto se divertiu muito mesmo, mais.. Como assim quase foi atropelada pelo o capanga do Jack?- minha mãe perguntou com uma expressão de preocupação.

- eu reconheci, por aquele olhar, mãe. O que eu já havia sonhado alguma vezes, lembra? - eu olhei para ela.

- sim, eu me lembro. - ela disse abaixando a cabeça.

- mãe, por que o Jeremy me protege tanto? - disse falando de meu pai.

- ah, filha. - ela disse fazendo carinho em Ruffles, e eu a encarei. - eu não posso te dizer.

- eu tenho esse direito, você sabe.- falei me sentando na cama.

- eu não sei se é verdade, mais parece que a fortuna toda dele, está em seu nome, e você ainda é de menor, e não tem filhos, não tem herdeiros. E se você morrer, essa fortuna não vai ficar para ninguém.- minha mãe explicou, e eu fiquei boquiaberta.

- mais, por que não posso deixar essa fortuna pra alguém? - perguntei um pouco confusa.

- você não sabia dessa papelada, e eu tenho certeza de que ele não iria querer te dizer sobre ela, com medo de você tomar posse da fortuna, então a papelada toda, iria ficar sem a assinatura de ninguém, e sem assinatura, sem dono. Isso foi o que eu entendi. E o que Marlon me disse.- Marlon era um amigo próximo da minha mãe, que era capanga do meu
pai.

- eu já deveria saber, filho de uma puta. - eu disse ajeitando os meus cabelos.

- esquece essa história, vai filha, vamos almoçar, você não se alimentou ainda hoje.- minha mãe disse tentando mudar de assunto, eu sabia que esse velho não tem sentimentos, e que nunca ele se sentiria culpado por ter nos deixado, ele não tem coração.

- Tá, me espera um pouco, que eu já vou descer. - respondi

- tá bem.- ela disse se levantando da cama, e indo em direção a porta. Isa e Peter ainda estavam dormindo, eu levantei e fui até a cama de Peter, peguei os travesseiros, e taquei na cabeça de Peter.

- acorda, praga.- disse tacando o travesseiro em sua cabeça, e ele despertou.

- sai cacete, me deixa dormir. - ele disse mau humorado.

- own, a mocinha aí acorda de mau humor é? Bom saber. - eu disse arqueando uma sobrancelha. E comecei a pular em cima das costas dele, e a gritar. Ele se levantou muito puto.

-VAI TOMAR NO CU, SAMANTHA. - ele disse pegando uma toalha e indo para o banheiro.

- vê se não entope o vaso. - eu disse tirando onda.

- Cala boca sua porca.- ele rebateu do banheiro, com a porta fechada.

- ah é, então vem me dizer que você é um E.T agora? - odeio pessoas que não assumem ser humanas, se eu arroto alto perto de um garoto, eles ficam com cara de apavorado, AH, VAI. QUAL É. Sou humana.

- me deixa.- ele falou quase gritando. Agora era a vez de eu ir infernizar a Isa.

-ACORDA SUA ANTA!!- falei gritando no pé do seu ouvido.

- SAMANTHA, O QUE TEM SAMANTHA? - ela levantou a cabeça de uma vez, parecia assustada, e eu gargalhei da situação.

- sua idiota - eu disse com a mão na barriga.

- ah vei, vai se foder.- Isa disse colocando o travesseiro na cabeça.

- ah mais não vai dormir de novo não. - eu puchei os seus pés de uma vez, a fazendo cair da cama, Ruffles começou a lamber o rosto dela. - a gente tem uma festa para ir hoje de novo, mais dessa vez, é uma festa de verdade.

- onde? - Isa perguntou levantando a cabeça, e acariciando Ruffles.

- não sei, Peter que nos chamou.- eu respondi me sentando na cama.

- cadê ele? - Isa perguntou, parecendo procurar ele.

- cagando.- eu disse com cara de tédio.

- O TEU CU. - disse Peter do banheiro.

-não, o seu mesmo. - eu respondi. E Peter saiu do banheiro, enrolado em uma toalha rosa, meu pai, que físico, socorro, alguém me segura. O meu forninho caiu, junto com a minha pressão baixa, a alta, e a do meio também, gente do céu. Ele me deu o dedo do meio.

- nossa em Peter, que saúde. - Isa disse em tom de brincadeira. Peter só sorriu.

- se arrumem, e desçam pra almoçar. - eu disse, e desci para a cozinha.

No limitsOnde histórias criam vida. Descubra agora