ROSADA

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Sakura desceu as escadas apressada aquela manhã, sentindo cheiro de panqueca. Seu estômago a guiou até a cozinha, encontrou seu pai no fogão, Kizashi assobiava uma música de abertura de alguma série famosa no momento, mas parou quando viu a filha.

— Impressão minha ou o seu cabelo está mais rosa ainda? — esse era o seu bom dia.

A garota se inclinou e beijou a bochecha do pai antes de buscar o leite na geladeira e se sentar.

— Sim, eu reforcei a cor hoje. — ela respondeu e afastou veementemente da mente os pensamentos que tivera pela manhã. — O senhor gostou?

Ele assentiu.

— É bonito, combina com você. — ele respondeu dispondo uma panqueca de frango na frente dela. Os olhos verdes da garota brilharam. As comidas do seu pai eram as melhores. — Isso é... — ele pigarreou e se virou para o fogão, obviamente fingindo mexer em alguma coisa. — para o garoto Uchiha?

Por um momento ela gelou, enquanto levava o garfo até a boca. Seu coração começou a bater descompassado até ela perceber que era a Sasuke que ele se referia. Idiota, idiota.

— Uma garota não pode pintar o cabelo porque ela quer?

Outra pessoa surgiu na conversa e salvou Sakura de correr o risco de responder o pai com a voz vacilante.

— Bom dia, meu amor. — Mebuki se aproximou e beijou a testa da filha. — Você está pronta? Organizou sua mochila? Estendeu sua toalha? Arrumou sua cama?

— Sim, sim, sim e sim. — Sakura respondeu e voltou a comer.

— E você? — Mebuki virou-se para o marido.

— Eu o que? — Kizashi entregou a esposa outra panqueca recém-saída do forno. —Eu não sou uma criança, vai me perguntar se eu organizei minha mochila? — ele zombou e piscou um olho para Sakura, que reprimiu um riso.

Mas Mebuki cerrou os olhos.

— Você estendeu sua toalha?

O silêncio prolongado de Kizashi respondeu por ele. O homem deu um sorriso amarelo para Mebuki e retirou seu avental.

— Querida esposa. — começou.

— Querido marido. — ela retrucou com os braços cruzados.

— Eu acabei de lembrar que esqueci de tomar um remédio.

— Certo.

— Que está lá em cima. — Kizashi continuou com a voz mansa enquanto se afastava. — No banheiro.

— Eu pego para você. — ela provocou e fez menção de se levantar, mas rapidamente foi impedida por ele.

— Não se preocupe, não se preocupe. — Kizashi a fez sentar-se na cadeira novamente. — Faça companhia a Sakura. — e virou-se para subir as escadas como se sua vida dependesse disso.

Mebuki rolou os olhos.

— Aposto que até Sasuke é mais maduro que seu pai. — sua mãe disse.

Sakura terminou seu café da manhã e franziu o cenho.

— Mãe, posso te perguntar uma coisa?

Mebuki arqueou a sobrancelha direita.

— Já estamos tendo essa conversa? Meu deus, Sakura, quantos anos você tem? Eu pensei que Sasuke fosse melhor que isso. — Mebuki bateu com a palma da mão na mesa, obtendo uma expressão perigosa. — Ele me enganou direitinho!

Sakura encarou a mãe por quase um minuto inteiro. Piscou e pulou da cadeira quando entendeu sobre o que a outra estava falando. Ficou vermelha dos pés à cabeça.

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