NÃO ME ODEIE

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— Eu não... consigo... pensar. — admitiu inutilmente, a voz soando estranhamente infantil.

Itachi riu, um riso leve de desistência. Parecia achar a fala de Sakura inacreditável. Ele deslizou a mão direita de volta para o corpo dela e a garota perguntou-se como era possível ainda sentir o frio na barriga, depois de tudo. Itachi não parecia ter pressa e Sakura estava aprendendo a acompanhar o ritmo dele, uma languidez sensual seguida de uma intensidade experiente. As pontas do dedo dele deslizaram pelo abdômen dela, seguindo um caminho antes percorrido pela boca, mas então desviaram-se para sua cintura, as digitais pressionando a pele arrepiada da lateral da garota subindo novamente até alcançar o seio esquerdo. Ele parou, mas não parecia uma pausa de hesitação, era mais como um ato de... admiração. Sakura voltou sua atenção para o rosto dele e novamente a escuridão foi um obstáculo, mas sentiu um longo suspiro bater na sua boca e, logo depois, um murmúrio.

"Uma vez e nunca mais". As palavras dela, ditas por ele, dolorosas e assertivas como uma flecha envenenada. A garota engoliu a seco e a saliva desceu arranhando sua garganta. Ela sentia-se sufocando, as palavras dele consumindo sua carne, duelando contra seu desejo. Uma vez e nada mais. Era como ganhar na loteria e ter um par de horas apenas para aproveitar. Sakura não sabia se se ressentia pelo tempo curto ou se focava em aproveitar o momento. Mas Itachi parecia saber o que fazer. Era sempre assim, não?

Não demorou muito para ela sentir o próximo toque, a língua úmida dele encontrando seu caminho no seio esquerdo da garota. Ela arfou e arqueou as costelas, seu corpo sempre buscando por mais formas de senti-lo, sentir seu poder sobre ela, seu domínio sobre o prazer de Sakura. Cada toque parecia mais íntimo que o anterior, mais quente. A boca dele a devorava com um carinho em apreciação, com a devoção de um perfeccionista.

Ela sentia que Itachi estava aproveitando e apreciando a oportunidade tão única, tão desejada, mas priorizando as sensações e o momento dela, para que ela sentisse o prazer, mas também a segurança daquela escolha naquela mesma intensidade. Afinal, era a primeira vez dela. E ele estava lá, queria conhecer cada centímetro do corpo dela, numa contemplação adoradora, que seu corpo era um templo que o Uchiha agora venerava. Era essa a verdade que seus sentidos tocados contavam a sua mente confusa. Nas veias dela corria ânsia, perfurava seus músculos, envolvia seus ossos. E cabeça de Sakura girou quando ele distribuiu mordidas, o hálito quente de Itachi criando arrepios na pele dela, então a mão direita dele desceu serpenteando pelo seu corpo e apertou seu traseiro.

— I-Itachi. — ela disse, as palavras saindo num resmungo penoso, uma reclamação da demora dele. Sakura não precisou falar duas vezes. Como se estivesse lá para seguir as ordens que ela impusesse, ele subiu os lábios para encontrar os delas. Dessa vez o beijo tirou o fôlego da garota assim que seus lábios se encontraram. Não foi gentil, foi um encontro descarrilhado de línguas, dentes e lábios controlados comente por desejo e eletricidade quente; foi um beijo voraz, tão intenso que ela levou as mãos para a nuca dele e puxou seu cabelo. Sentia que devia fazer isso. Sentir, aliás, era tudo o que ela conseguia fazer. Pensar não era uma opção válida, seus pensamentos se embaralhavam mais ainda cada vez que suas línguas se encontravam, que as pernas deles se enroscavam e que Sakura sentia o volume dele pressionar contra seu abdômen. — I-Itachi — a urgência na voz dela deixou o ar mais pesado, o quarto mais escuro e a necessidade dos corpos se encaixarem, mais evidente. — Eu quero...

— Eu sei. — ele não a deixou terminar, a voz estável, mas não fria. Como se ele estivesse tentando recuperar o controle. Sakura desejou poder ver seus olhos. O Uchiha desceu a boca para o queixo dela e seus dentes deslizaram na pele da garota, raspando o osso. As unhas de Sakura voltaram a arranhar as costas dele, uma solicitação silenciosa do passo seguinte, tão próximo que era quase palpável, Sakura quase podia senti-lo já dentro dela, a ansiedade tocando as paredes das suas entranhas. — Sakura. — ele chamou, a cabeça baixa, suas mãos pararam de se mover, mas não se afastaram dela. — Eu...

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