IDEM

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[...]

Sasuke estava inegavelmente irritado. A viagem tinha ido de mal na pior em todos os sentidos. Primeiro ele perdera para Ino e Naruto, e agora tinha que fazer tudo o que eles pediam sem questionar. Só de lembrar disso rangia os dentes. Depois havia Sakura e toda a parafernália sentimental que ela levava para cima e para baixo. Ele gostava da namorada, claro que gostava, mas não tinha imaginado como seria cansativo gostar de Sakura, como ela exigia dele. E, ainda por cima, a queda na galeria. Sasuke nem pensara direito no que estava fazendo, e imaginar que sua irresponsabilidade poderia ter sido a causa de um ferimento grave na sua namorada e no seu irmão o deixava com os nervos a flor da pele.

Mas, para falar a verdade, ele estava um pouco assustado. Ter perdido Sakura de vista por um tempo e considerando que ela poderia ter se machucado o atingiu como ele nunca havia sentido. O garoto não parava muito para pensar sobre seus sentimentos amorosos – argh! – em relação a garota, porém dessa vez foi instintivo, seu corpo agiu antes que sua mente pudesse pensar. Isso o pôs a pensar. De repente a discussão mais cedo com ela parecia tão idiota, sem sentido. Talvez Sakura estivesse certa.

Suspirou e xingou quando se atrapalhou com a barraca de Naruto. Mais uma das milhares de tarefas dadas a ele. O loiro havia desmontado parte dela sem querer e agora cabia ao Uchiha resolver aquilo. Naruto iria pagar por isso. Estaria ouvindo ameaças de Sasuke agora se não estivesse tão entretido com Shisui ouvindo histórias mirabolantes de Deidara.

E, em relação ao amigo de Izumi, qual era a dele? Sasuke já havia se encontrado com Deidara algumas vezes e ele era completamente outra pessoa longe de Itachi. Chegava a ser até decente. Suspirou. Era um mistério, mas não um que valesse a pena uma longa ponderação por parte de Sasuke.

O Uchiha estava quase terminando – por sorte a tarefa não era tão difícil e, como sua mãe havia dito, ele fazia com excelência tudo o que fosse proposto – quando um par de botas rosas parou na sua frente. Sasuke levantou os olhos, foi o rosto de Ino que ele encontrou. Fechou a expressão e voltou ao trabalho.

— Argh, — ouviu ela reclamando. — Até ficar perto de você me irrita.

— Idem. — Ele retrucou.

— Mas há males que vem para o bem. Escuta.

Sasuke a ignorou. Primeiro porque ele tinha que terminar o que começara e segundo porque não gostava de Ino. Não gostava de como ela falava e ele já assumira publicamente e para quem quisesse ouvir que ele só a aturava por causa da sua namorada. Diferentemente de Sakura, Ino tinha uma raiva antinatural. Não era respeitável como uma garota devia ser. Falava com Sasuke sem qualquer restrição, a língua solta como uma víbora, colocando-os no mesmo nível. Ele, um Uchiha, no mesmo nível que a família florista dela. Uma piada insultante.

— Eu disse para escutar! — ela repetiu, irritada. — Não tenho tempo para perder com você. É sobre a Sakura.

Sasuke não quis parecer obvio, mas parou o que estava fazendo e levantou os olhos. O nome de Sakura nunca o havia feito reagir tão rápido e novamente ele se surpreendeu consigo. A queda dela na galeria havia mudado algo nele. O garoto só não sabia dizer o que ainda.

— O que você quer? — ele rosnou.

Ino suspirou e fez uma careta.

— Eu poderia fazer um discurso quilométrico sobre como você é uma porra de um namorado de merda. — A loira disse e isso fez com que ele se levantasse. Com quem ela achava que estava falando? — Mas vou me restringir a poucas palavras por motivos de você não valer a saliva que eu vou gastar.

— Sua...

— Você já foi pedir desculpas para ela? — a garota ergueu a sobrancelha direita. — Primeiro você faz aquela cena na frente de todo mundo...

Pássaros FeridosOnde histórias criam vida. Descubra agora