Pássaros Feridos

REJEITADA

[...]

A cabeça de Sakura estava doendo. E seus olhos também, como se ela tivesse olhado para o sol por tempo demais. Desde sua discussão com Sasuke a garota se matinha afastada dos Uchihas. Ele nem veio atrás de mim, pensava, Naruto veio e ele não. Seu amigo havia conversado com ela um momento atrás.

— Ele é um idiota. — O loiro disse e coçou a cabeça. — Mas se arrependeu no instante que você saiu. — Jurou. Ele sempre fora assim. Sempre quis que a amigas se animasse. Na maioria das vezes ele havia conseguido. Mas agora parecia algo difícil de se consertar por quem quer que seja.

Sakura balançou a cabeça negativamente. Não sabia se acreditava naquilo, apesar de querer isso com todas as suas forças.

— Então onde ele está? — perguntou frustrada.

Naruto coçou a nuca e havia um pedido de desculpas nos seus olhos azuis.

— Sasuke também é muito orgulhoso. — Resmungou.

A garota se aproximou do amigo e o abraçou.

– Obrigada, Naruto. — disse a ele. — Mas você devia voltar. Não quero que ele pense que eu estou tirando os amigos dele também. — Se soltou do loiro.

— Eu sou amigo de vocês dois, Sakura, — Naruto o corrigiu. — Mas vou voltar. — Ele sabia que essa era a melhor decisão. Por enquanto. Sakura tinha Ino e seria muito egoísmo seu não pensar que Sasuke também não queria um amigo para desabafar. O loiro bagunçou o cabelo da garota antes de seguir para o acampamento.

Sakura suspirou e virou-se. Ino mantinha-se estranhamente calada encostada em uma árvore. A garota temia mais o silencio da loira que suas palavras ácidas.

— Bem, — Ino pigarreou. — Foi uma cena e tanto.

Sakura gemeu.

— Ele nunca vai me perdoar. — Choramingou.

Ino ergueu a sobrancelha direita.

— Você está louca, Sakura? Ele que tem que ser perdoado. — Bufou e cruzou os braços. — Um mimado do cacete. Ele acha que ainda estamos no jardim de infância?

— Ino, — a garota sentou-se numa pedra ao lado da amiga. — Eu gosto dele.

A loira estremeceu.

— Sim, eu sei. Preocupante. Eu entendia antes por que a gente gostava dele. Sasuke era bom em tudo, e meio misterioso. — Assentiu para si mesma. — Mas agora? Ele te trata como um cachorrinho que o segue por todo o canto e ele não sabe como se livrar.

Sakura olhou horrorizada para a amiga, mas Ino não parecia arrependida das suas palavras. A loira olhava para Sakura como se aquele fosse um mal necessário.

— Ino! — censurou a outra. — E-ele não é sempre assim.

— Ele não deveria ser assim nunca. — Rebateu movendo as mãos no ar com indignação. — Quando você vai perceber que ele é um idiota que não te valoriza, testuda?

Sakura levantou-se de supetão. Não queria brigar de novo, mas tampouco queria ficar ouvindo alguém julgar seu relacionamento. Ino não conhecia o Sasuke dedicado. Só tinha visto as partes que ele queria que ela visse. Uma ave piou ao longe.

— Você não sabe de nada. — Sakura retrucou defendendo seu namorado.

Ino a olhou de cima a baixo e, ainda que parecesse querer dizer mais alguma coisa, apenas suspirou.

— Tem razão. — Deu de ombros. — Não sei.

E a conversa não andou depois disso. Mas Ino tampouco deixou a amiga. Ficou com ela até que estivesse escuro e Shisui fosse buscá-las de volta. Ele não teceu comentários, porém informou que ele e Izumi haviam feito um churrasco para a janta e que se elas fossem espertas elas comeriam o dele.