Cinco

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Três dias depois...

Julie Molina 

Só o amor preenche o vazio...

O amor é considerado o sentimento mais forte que qualquer ser humano pode sentir, e é verdade. O amor é tão forte, que ele origina outros sentimentos fortes, que podem destruir o coração de qualquer um. Mas não se assustem, o que pode ser destruído, também pode ser reconstruído, tudo tem conserto, pois nada é inquebrável.

Corações destruídos nem sempre são como corações partidos. Mas, um coração partido é uma destruição completa. 

O amor te cega por tempos, um coração destruído abre os próprios olhos para o que realmente aconteceu. Falando assim, parece que eu odeio o amor, certo? Errado. Para que eu possa amar, eu preciso saber dos riscos, assim como alguém que ao aprender a dirigir precisa saber que pode bater o carro um dia.

A vida não é um arco-íris, não cheia de cores o tempo todo. Às vezes, a vida é cinzenta e nós mesmos precisamos pintar o que é importante, é assim que funciona. 

O amor é a única coisa, se é que eu posso chamar assim, que preenche o vazio. O amor por algo ou alguém pode fazer daquele vazio, o lugar mais completo que pode existir. Mas, às vezes odiamos quem amamos, pois o ódio e o amor estão extremamente ligados. O amor pode originar o ódio, e o ódio pode originar o amor.

Ok, vocês não estão aqui para ler sobre o que é o amor. Mas eu achei necessário que soubessem, tudo nessa história tem um significado profundo.

Três dias, foi o tempo que a cacheada ficou trancada em seu quarto, e não adiantava o quanto seu pai implorasse para que ela saísse, ela não conseguia reagir a aquilo. Era completamente estranho, foram três dias sem dormir ou comer direito, três dias sem ver a luz do sol, três dias sem sorrir. Afinal, quem a nossa cacheada tá se tornando?

Mas, hoje é diferente, hoje ela viu o sol, ela destrancou a porta do quarto, ela comeu, isso seria uma melhora? Seu irmão passou o dia todo junto dela e a animando o máximo que podia. Ela sorriu de verdade.

E eu fico feliz.

- Julie, você vai ficar bem? - ela paralisou

Ele sabia?

- Eu estou bem, maninho - sorriu nervosa - Qual o sentido dessa pergunta?

- Você não está bem, eu te conheço, Jules. - ele mantinha o olhar fixo no filme.

- Carlos eu…

- Eu estou aqui, sabia? - ele finalmente a olhou - Eu quero te fazer sorrir de verdade.

- Você me fez sorrir.

- Você gargalhava com as minhas brincadeiras. - ela engoliu seco - Você não faz mais isso.

- Eu vou ficar bem, eu prometo. - ela estendeu o dedo mindinho - Amo você, pirralho!

- Também amo você! - ele sorriu

A porta foi aberta, e a Flynn adentrou o cômodo.

- Carlos, posso falar com a Julie um instante? - o garotinho assentiu e saiu.

- Flynn, o que você…

-E o seguinte, você precisa levantar dessa cama e falar com ele. - cruzou os braços 

- Como assim falar com ele? Eu não tenho o que conversar com ele.

- Julie, você precisa resolver isso, eu não aguento mais te ver assim. - a cacheada desviou o olhar - E é por isso que eu o chamei.

Pedaços | JUKEOnde histórias criam vida. Descubra agora