Pedaços | JUKE

Sete

três dias antes…

Luke Patterson

"Eu me odeio por te machucar tanto."

Segredos, quem não gosta de trocar confidências com os amigos? Eu gosto. Mas vamos falar a verdade, segredos podem ser destruidores. São tão traiçoeiros ao ponto de fortalecer e ao mesmo tempo estragar qualquer relação.

O amor verdadeiro é um segredo, poucos sabem, poucos entendem. A humanidade propagou um amor tão falso que pode ser encontrado em qualquer esquina.

O amor falso é tão pequeno, tão fraco, tão idiota. E quando nos deparamos com o amor verdadeiro, não entendemos como esse sentimento, considerado tão medíocre, pode superar barreiras. Quando sentimos o amor puro, não entendemos como sempre somos atraídos de volta para aquela pessoa.

Os segredos destroem, o amor também. Quando medimos a intensidade desse sentimento, podemos ver como ele pode machucar e ao mesmo tempo, te fazer feliz.

Toda história tem um vilão, todo vilão tem um segredo e às vezes esse segredo, é o amor. A história que está lendo, tem um vilão, mas qual seria o segredo desse vilão? E o mais importante, quem seria esse vilão? Ele é tão óbvio assim?

Luke saiu da casa da cacheada limpando as próprias lágrimas que surgiam. Caminhava o mais rápido possível, ele precisava voltar ao seu quarto. Ele precisava digerir aquilo tudo.

Não podia ter a beijado! Se culpava a cada passo que dava. Se sentia a pior pessoa do mundo. Mas ele sentiu que merecia aquele tapa, sabia que ela poderia se sentir bem depois de fazer isso. Ela precisava, e se ela precisava, ele a deixaria fazer o que quisesse.

Ele viu a destruição que causou, ele viu a escuridão no olhar da garota que ama, viu as lágrimas descerem pelo rosto dela, ele viu as olheiras. E tudo isso fazia ele se sentir cada vez pior.

Parou em frente a sua casa, suspirou e entrou. Se dirigiu para o próprio quarto e se jogou em sua cama. Tentou relaxar, mas as falas dela ecoavam em sua mente.

"Você não sabe o quanto eu quero perdoar você!"

Virou para um lado.

"Não quero juramentos seus!"

Virou para o outro lado.

"Eu te amo, de verdade."

Mas sua mente insistia em culpá-lo, e ele achava que ela tinha razão.

Mas ele tinha? 

Seu coração se apertava todas as vezes que lembrava dela, seus olhos transbordavam todas as vezes que a via. Afinal, ele também tem sangrado, a muito tempo.

Só ela fazia isso parar.

Eles entraram um pouco cansados e totalmente encharcados. Riam sem parar, estavam felizes. Até o garoto soltar um espirro.

E mais um.

-Luke! - chamou sua atenção - Está bem?

Ele sorriu de lado, amava quando ela se preocupava com ele.

- Tudo bem cachinhos! Eu só… - outro espirro

- Eu sabia que um de nós ficaria doente. - ela riu fraco - É melhor você tomar um banho quente, estava frio lá fora.

- Por favor, não. - fez um biquinho

- Eu que peço por favor, Sunset. 

Ela se aproximou do garoto, que estava deitado, e pôs o dorso de sua mão na testa dele.