Seis

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Segunda-feira, 2pm

Julie Molina

"O amor pode ser uma perda, ou uma lição."

Vida. É uma palavra impactante, com toda certeza. Todos que não estão mortos, estão vivos, e todos que não estão vivos, estão mortos. Mas existe um grande paradoxo nisso tudo, pois, quem está vivo, também pode estar morto por dentro. Lembram do vazio? É disso que eu estou falando, quando nos sentimos vazios, não nos sentimos vivos.

Mas ao contrário da morte que tanto conhecemos, podemos reviver o que está morto dentro de nós, nossa alma. O escuro pode ser iluminado, o quebrado pode ser consertado, o vazio pode ser preenchido. E quando preenchemos o vazio, revivemos a nossa alma, e aí o nosso coração realmente bate.

Eu já falei quem pode preencher esse vazio, as pessoas que amamos. Pois quando estamos com essas pessoas, estamos vivos, iluminados, felizes, preenchidos. Nossa mente sempre irá nos lembrar dessa pessoa, pois precisamos ser preenchidos, mesmo através de lembranças curtas.

- Bem vinda de volta, Julie! - a mulher sorria

- Obrigada. - a cacheada se sentiu envergonhada.

- Vejo que está triste, aconteceu alguma coisa? - Julie se mexeu incomodada 

- Eu...é…

- Vamos devagar então, como foi sua semana? - colocou os óculos de grau - De 0 a 10.

- 5, eu acho. - a cacheada sentia o nervosismo tomar conta de si.

- Quer me contar o que houve? - silêncio

Os pensamentos da cacheada estavam a mil, e aquilo a assustava, tudo aquilo passava com tanta velocidade e ela não conseguia se concentrar. Suas mãos estavam suando, seu coração batia forte, seu corpo tremia, sua boca estava seca e mal conseguia reagir ao que ouvia…

- Vamos falar então do Luke, ok?

Seu corpo travou, mas pelo menos, ela reagiu a algo. Ela levantou o olhar e engoliu seco, não tem como fugir disso para sempre.

- Me conte mais um pouco sobre ele. - a mulher a sua frente continuou

- O que exatamente?

- Me conte sobre o primeiro encontro de vocês. - ela analisava a Julie com cuidado

Isso realmente era um incômodo.

- Eu não sei por onde começar… - ela ficou mais nervosa

- Relaxe, querida. Fale o que quiser falar, enfrente isso. - ela sorriu acolhedora

Julie…

Enfrente isso…

- Nós saímos depois da aula e… - ela travou

- Foi bom? - a cacheada sorriu lembrando 

- Sim, foi muito bom.

- Hey, Julie. Vamos? - o garoto apareceu sorrindo

- Para onde vamos? - arqueou uma sobrancelha 

- Surpresa. - a cacheada cruzou os braços - Relaxa, não vou sequestrar você.

- Como eu vou saber? Eu mal te conheço, não sei se você é um psicopata. - houve um silêncio 

Eles riram.

- Qual é, Julie. Confia em mim, não sou um psicopata. - ele fez biquinho

Era fofo…

Pedaços | JUKEOnde histórias criam vida. Descubra agora