Capítulo 15 - Choradeira Pós Término

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Pov E.J.

Cheguei em casa e fui falar com o meu pai, assim como Ricky sugeriu. Se eu realmente quero ser uma pessoa melhor, não posso aceitar essa proposta. Encontrei o homem no escritório, olhando alguns papéis.

- Pai - falei chamando sua atenção - Precisamos conversar. Eu não vou para a Duke.

- Hã? Por quê? - perguntou.

- Olha, não me leve a mal, mas eu tô tentando mudar. Eu tô tentando ser uma pessoa melhor. E... não posso aceitar essa vaga. Me desculpa.

Abaixei a cabeça, esperando que ele brigasse comigo, mas... ele veio até mim e me abraçou. Fiquei um tanto quanto surpreso e o abracei de volta.

- Eu tenho muito orgulho de você filho! Eu entendo. Irei avisar ao colégio sobre sua decisão.

- Obrigado pai - separamos um abraço.

- Foi até bom você ter vindo mais cedo para casa hoje.

- Por quê?

- Se esqueceu E.J.? Sua mãe e eu vamos viajar a negócios.

- Verdade! Mas cadê minha mãe?

- Já está no aeroporto. Agora preciso ir. Tchau filho! - me abraçou novamente.

- Tchau pai, se cuida. Manda um beijo para a minha mãe.

- Pode deixar.

Logo que ele saiu, o silêncio se fez presente na casa. Ficar sozinho tinha seu lado bom, mas ficar tempo demais só, é horrível. Meus pais viviam viajando à negócios, e desde meus 14 anos, passo esse tempo em casa, sem ninguém comigo. Eu até poderia ligar para o Ricky, e pedir que ele dormisse comigo, pelo menos uma noite, mas acho melhor não incomodar... Fui até meu quarto, peguei uma muda de roupas limpas e fui tomar banho.

Quebra no Tempo...

Saí do banheiro e desci as escadas. No relógio marcavam 7 da noite, e eu ainda não estava com fome, mas eu deveria comer algo. Entretanto, quando fui preparar algo para comer, ouvi a campainha tocar. Quem deveria ser?

- Ricky? - falei ao abrir a porta - O que tá fazendo aqui?

- E-eu posso entrar? - perguntou com a voz embargada.

- Claro.

Dei espaço para que o garoto entrasse e o levei até a sala de estar. Olhei em seus olhos, que estavam vermelhos. Ele estava chorando? Isso explicaria o motivo de eu ter achado sua voz estranha. Me sentei de frente para ele e perguntei:

- Aconteceu alguma coisa? - ele assentiu com a cabeça - O quê?

- A Nini terminou comigo - disse o garoto voltando a chorar.

Me levantei, caminhei até o sofá que o cacheado estava e me sentei ao seu lado. Eu sabia a dor que ele estava sentindo. Eu já tinha passado por isso no semestre passado, e sei como dói. Abracei ele e deixei que deitasse a cabeça no meu ombro.

- Vai ficar tudo bem, Rick! Eu prometo - falei tentando acalmá-lo.

- Como você sabe?

- Eu já passei por isso antes. Uma hora essa dor passa e você se acostuma.

- E.J., posso passar a noite aqui? - perguntou olhando nos meus olhos.

- Claro! Meus pais foram viajar a negócios, e estou sozinho em casa. Vai ser bom ter a sua companhia.

- Obrigado - falou enxugando as lágrimas - Então você não conseguiu falar com o seu pai?

- Na verdade eu consegui sim. Antes que ele saísse.

Depois Daquela Conversa - CaswenOnde histórias criam vida. Descubra agora