"Amar você é um jogo perdido."
- Duncan Laurence, Arcade.• Por Liam Dunbar:
Quem ele pensa que é pra me chamar de Li?
Theodore Raeken não possuía o direito de me chamar pelo meu apelido quando foi que ele me abandonou. Aquele rosto demonstrando preocupação, e tudo o que menos quero é isso no rosto dele. Levantei, aumentando o volume do fone e troquei de música. Sober de P!nk começou a tocar, me isentando das tolas palavras do sem noção. Era tudo o que queria, o barulho das músicas e a inexistência dele.
Continuei andando, com as mãos no bolso, desatento ao redor. Foram tantos meses tentando superar ele, superar essa paixão imbecil e sem sentido. Não superei totalmente o amor que sinto, mas não sou mais tão afetado por ele. Mesmo com o fone, ainda ouvia a voz de Theo me chamando. Ignorei, ainda andando em frente. Vou até a casa do meu melhor amigo, e talvez o espere lá. Ou vá até o Derek, meu psicólogo ou tentar ficar com a Hayden e transar até esquecer tudo isso. Eu não sei ainda o que fazer. Não estava com cabeça para as aulas ou o pessoal me perguntando como estou hoje.
A única coisa que desejo de verdade é esquecer isso, e talvez transando é minha melhor opção. Contudo, ainda tenho um carrapato no meu pé.
E esse carrapato me girou para a frente de si.
_ Estou falando com você! - Theo parecia frustado. - Quero saber o porquê estava chorando.
_ Por qual motivo, Theo? - devolvi. - Não somos amigos! Você cuide da sua vida e eu da minha! Adeus!
Voltei a andar, ou tentar porquê ele insistiu.
_ Eu ainda não terminei, Liam Dunbar! - tentou outra vez. - Precisamos conversar.
_ Depois de o que? Oito meses, Theo? É isso mesmo Theodore?! - meu TEI estava dando as caras. - Sabe quanto tempo passei para poder ouvir isso? Sabe quantas noites passei acordado, querendo que você aparecesse no meu quarto e dissesse que nada havia passado de um pesadelo enorme? VOCÊ SABIA DISSO, THEODORE?!
No impulso da TEI soquei uma árvore. Mexer naquele passado era uma questão delicada que me deixava com muita raiva. Não ódio, mas raiva. Não me importei com a dor e o sangue que escorreu dos nós dos meus dedos.
_ L-Liam... - Theo balbuciou.
_ Você disse que não queria ser mais visto com que não consegue controlar a raiva e nem ser saco de pancadas. Eu não tenho nada para conversar com você. Agora me deixe em paz!
Pela terceira vez comecei a andar, conseguindo ir embora desta vez. Estava longe da minha casa e terei que andar bastante. Peguei a minha camisa de lacrosse e amarrei no punho, para estancar o ferimento e continuei a ouvir as minhas músicas. Someone Like U ecoava pelos fones e minha raiva diminuía.
Agora eu posso finalmente pensar, sem ninguém estar perturbando o meu juízo. Mas eu não queria pensar em Theo Raeken. Queria esquecê-lo, e estou realmente pensando que uma transa me faria um bem maravilhoso. Peguei o meu telefone, ligando para o primeiro número que veio a minha mente: Hayden Romero.
O telefone tocou duas, três vezes. Nada de ela atender. Tentei outra vez, e de novo na caixa postal. Desisti, afinal estou fora da escola e ela não. Deve está em aula. Procurei mais um nos meus contatos e encontro Bryan, um colega da minha classe de Língua Inglesa. Liguei para ele, ouvindo os toques que o celular dava... No fim, ele atendeu mas estava ocupado. Conseguia ouvir os gemidos e o arfar da sua respiração. Já estava transando e estou atrapalhando.
_ Oi, Li... Ah, puta que pariu! Que delícia de apertado! - ouvi ele geme, e sem dizer nada e corado, desliguei. Que vergonha ter atrapalhado a foda de alguém. Continuei a andar, desistindo cada vez mais de ficar com algum garoto ou garota. Minha única opção era ver Tharntype e sofrer com Secret Love Song parte II e What is Love?. Basicamente nesse segmento.
Saí da floresta, sentindo os dedos dos pés doerem e a minha mão latejar um pouco. Precisava de um remédio. Não cogitava mais ir atrás de Derek. Ele é um bom psiquiatra, o conheci quando meu TEI aumentou e fiquei mais agressivo. Ele me aconselhou a encontrar meios de esquecer Theo. No inícios das consultas, o assunto sempre rodava entorno deste nome, o que me deixava frustado. Ele tinha 25 anos e namorava em segredo o meu amigo Stiles Stiliski, e ninguém além de mim sabia sobre esse relacionamento. Nem meu irmão Scott sabia. Eles sabiam que Stiles namorava, mas não quem. Eles estavam esperando o meu amigo fazer 18 anos para assumirem o namoro. Enfim, mesmo Derek sendo ótimo no que faz, não irei até conversar sobre hoje.
Ouvi uma buzina ao meu lado, que rapidamente atraiu a minha atenção. Era o Raeken.
_ Liam... - começou. - Vamos, entre que eu te levo!
_ Prefiro a morte do que a tua ajuda! - exclamei, pondo mais força nos meus passos. - Tchau, Theodore! Vou me divertir na minha poça de raiva sozinho!
_ Liam Eugene Dunbar McCall, não vou deixar você ir até a sua casa andando! - Theo parou a caminhonete e saiu se colocando na minha frente. - Vamos, irei te levar.
_ Por qual motivo, Theo? - devia ser a milionésima vez que perguntava isso. - Porquê depois de meses sem sequer me olhar na cara, você vem querendo ser gentil? Você não tem nenhuma responsabilidade comigo. Vai embora!
_ Eu... Eu sei que errei tá?! Eu sei que foi a maior burrice do mundo te afastar de mim, te fazer me odiar. Mas acredite em mim, era o melhor. Por isso tive que fazer aquilo. Você não sabe pelo o que eu passei até decidir aquilo, não sabe a minha motivação. Eu me arrependo de ter dito aquilo pra você, me arrependi logo quando falei. Reconheço que...
_ Shiiii... Cala a boca! Não quero ouvir nada vindo de você. Nada disso fará o meu sofrimento ser apagado, nem as noites em claro, e muito menos o ódio que sinto do amor. Tudo isso por culpa sua!
_ Então ao menos me deixe te levar pra casa. Sei que odeia ficar com os pés doendo e fica o com o dobro de irritação. - tentou me convencer. Encarei bem os seus olhos verdes. Mesmo que odeio admitir, ele está certo. Fico irritado com dores no pé, mas quem não?
A questão é que ainda mais irritado, xingando tudo e todos. Não sou familiarizado com dores, mesmo com as do lactose. Minha dúvida em aceitar aquilo vinha da minha surpresa por ele ainda lembrar de coisas relacionadas à mim. No fim, apenas entrei na caminhonete, tendo a impressão de ouvir um "Yes" vindo de Theo. Dei um sorriso mínimo, que logo desfiz.
Aquilo não era bom. Aceitaria apenas uma carona até a minha casa em pró da saúde das minhas pernas e a da mental também. Eu não o perdoei. Ponto final!
Theo entrou e dirigiu pelo caminho que sempre usava pra ir até a minha casa, roubar comigo do lado, os meus jogos de Resident Evil ou simplesmente me ver. Não existia conversa entre nós, somente um longo e desconfortável silêncio perturbador, me dando a certeza de que estamos distantes um do outro. O motorista ao meu lado batucava os dedos no volante, provavelmente lembrando de alguma música. Depois de alguns segundos dentro do carro do Theo, junto dele, peguei os fones outra vez e voltei a escutar músicas. Derek disse que era a minha melhor arma contra o nervosismo ou a raiva, pois ela me acalmava. A ponderação de perdoar ele surgia e desaparecia da minha mente. Era por isso que eu não queria falar com ele, olhar para ele, e muito menos aceitar essa carona. Aquilo mostrava duas coisas sobre mim: Sou fraco...
E que queria voltar a ser amigo de Theo.
Notinhas: Olá Brasil! Olha eu aqui! Disse que em uma semana passaria outro cap. Então aqui está! Peço que divulguem muito Arcade por justamente essa ser a fic de nosso Thiam e quem concorda que Thiam é vida respira. Espero que tenham gostado do capítulo! Votem e comentem! Até a próxima semana!
○Gloves Up○
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ARCADE - Me Ame Ou Me Deixe | Thiam | Mpreg | CONCLUÍDO ✅
FanfictionO coração de Liam Dunbar sempre foi dividido entre o melhor amigo, Theo Raeken, e o medo de que esse amor nunca fosse correspondido. Uma paixão típica de quem está vivendo o primeiro amor, mas que, na vida real, é muito mais complicada e dolorosa do...