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Capítulo 17 | A Cura Para Os Meus Demônios.

"E essa liberdade que eu encontrei vale um milhão de você agora. E eu estou colocando todos os meus problemas no passado. Eu só preciso do meu coração para me guiar"

                      – The Cure, Little Mix.

• Por Stiles Stiliski:

  Vitória!

  Foi o que tivemos sobre o time do sei lá Flames. Sinceramente não me importo com o nome da equipe adversária, fomos nós que ganhamos. Eles que devem gravar o nome do nosso time, que os venceu.

  Um pensamento meio arrogante não é mesmo? Mas eu tenho ao menos o direito de ser assim, já que ao invés de ter sido derrubado, ter feito um ponto decisivo (este último feito por Nolan), e ter corrido o campo todo, fiquei no banco de reservas, junto de Greenberg e Theo, que torceu o tornozelo durante o jogo. Então sim, mesmo não tendo ajudado em nada além de gritos e xingamentos junto do treinador, posso ter esse pensamento egoísta. Ao menos ele!

  Bati a porta de casa, após entrar nela atrás de Derek. Quando retornamos para Beacon Hills, liguei para o meu namorado rabugento, pedindo pra vim me buscar na BHHS. Minha bebê tá na oficina.

  E uma informação importante: Derek quase nunca diz não pra mim. Só quando quero avançar o sinal que ele me para. Nessas horas me sobe a vontade de socá-lo, porém me lembro que no final que só irá se ferrar será eu.

– Eu estou esgotado, e olha que nem joguei. – Capotei sobre o meu sofá, mas senti algo diferente no ar. As almofadas estão cheirosas e limpas e não tem o habitual cheiro de asa de frango assada ou hambúrguer que meu pai sempre usurpa pelas minhas costas. Pobre tolo acha que não sei das suas escapadas. Levantei o rosto, observando com mais afinco o lugar onde moro. O sofá está limpo de quaisquer sujeiras que antes viviam ali.

  Os livros da estante, os quais sempre arrumo e meu querido pai bagunça, estão em organizados em ordem alfabética, assim como todo o cômodo que estou tem cheiro de lírios. Me levantei subitamente, tendo a sensação de que algo definitivamente está errado dentro de casa. Será que viemos para a mesma casa?

  Passei a investigar a casa enquanto ouvia meu namorado cantar lá da cozinha.  Sim, ainda tenho minha audição, obrigado.

  Senhor, tudo bem que nem todos podem ser bonitos e cantarem bem. Mas no caso do Derek é somente ser bonito, porque bom cantor...

  Ri baixinho do meu pensamento. Derek pode até ser bonito, mas quando questão é música, se torna um total desastre.

  A mesa de centro tinha até um pequeno jarro de flores. Margaridas, as minhas favoritas!

  Definitivamente fizeram lavagem cerebral no meu pai. Ele é bagunceiro de nascença e nunca arruma o que bagunça. O que o fez mudar assim? Um rabo de saias talvez? Ou com certeza?

– Derek! — Chamei, caminhando até a cozinha, o encontrando perto do fogão, cozinhando algo que pelo cheiro deve ser macarronada. – O que aconteceu com o meu pai?

– Seu pai? – Me olhou confuso. Acenei com a cabeça. – Nada que eu saiba. Porque?

– A casa está arrumada e cheirosa. – Falei, finalmente me aproximando dele, que ficou estranhamente corado. Ah Hale, tem dedo seu nisso né? – Noah Stiliski é tudo, menos limpo e organizado. Ele não arruma a própria bagunça que faz, sem que eu esteja por perto o obrigando. Tô seriamente teorizando que ele pode ser o pai do Scott. Não é possível duas pessoas distintas serem tão parecidas sem ter nada de parentesco.

  Depois de toda a minha explicação, meu namorado riu. Como se eu tivesse uma piada. Arqueei a sobrancelha.

– Seu pai não está em Beacon Hills, Stiles. – Falou, se aproximando mais ainda de mim, me enlaçando em seus braços musculosos. Derek pode ter somente vinte e cinco anos, mas possui a aparecia de um homem de trinta, muito por conta da sua barba estilo cavanhaque, lhe entregando um charme visto em poucos por toda a cidade. – Ele viajou para Nova York logo depois que vocês foram para a Califórnia. Pediu recesso e viajou para lá. Disse que só voltaria em uma semana e que até lá, me intimou a cuidar de você.