CAPÍTULO 2: Começar de Novo.

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"Me desculpe, me desculpe coração, mas eu vou ter que começar de novo."
- Little Mix, Towers.

●Três dias antes (preparem o colete)

Por Theo Raeken:

Olhei o pessoal rindo e brincando de algo. Observei o sorriso de Liam, que lentamente me destruiu, que de pouco à pouco me tornava um pária em meio a tantos alunos entrando na BHHS. Ele nunca entenderia o que me levou a fazer o que fiz. Até hoje eu procuro entender o que eu cometi. Liam Dunbar surgiu na minha vida como um pequeno tsunami, vindo e mudando ela drasticamente. Por mais clichê que possa parecer, antes dele me conhecer, eu não tinha amigos, nem mesmo alguém para me proteger de comentários maldosos e preconceituosos. E tudo mudou com a chegada de Liam. Até o início do ensino médio, eu me comportava como um nerd, vestindo roupas horríveis e usando meus clássicos óculos de grau, que não me davam uma boa imagem. Quem me ver hoje em dia, não sabe como eu era no início do ensino médio. Era um total e horrível CDF, que gaguejava até o próprio nome. Enquanto eu entrei sendo um fantasma, Liam entrou já sendo popular, devido a fama que o Scott e Brett tinham na escola. Por sorte Liam puxou a beleza da família Dunbar McCall.

A maior surpresa que tive foi em saber que Liam queria ser meu amigo. Eu me vestia de forma vergonhosa e mal sabia dialogar, como ele queria ser amigo de alguém como eu?

Eu aceitei, afinal ninguém teve a coragem que ele teve de vim conversar comigo. Ao longo das semanas que fomos conversando, Liam e eu fomos melhorando o meu modo de ser, de como eu conversar com os outros e de como me vestir. Me tornei um dos populares e por isso, vivia rodeado de pessoas, mas que nenhuma delas era Liam, nenhuma delas eram o meu melhor amigo.

Nós dois criamos uma intimidade muito fácil e rápida. E logo éramos visto com frequência um estando na casa do outro. Meu pai era um engenheiro civil, que bebia demais desde a morte da minha mãe, e sempre chegava bêbado em casa. Por este motivo, Liam nunca conheceu o meu pai e eu só o trazia em casa quando ele não estava, para me poupar da vergonha. As vezes que ele dormia lá eram raras, somente quando meu pai estava viajando. O total contrário acontecia na casa de Liam. Dormia lá quase todos os finais e era tratado como alguém da família.

Liam Dunbar me ajudou de tantas formas. Eu o amo por isso, mas o que houve duas semanas antes de rompermos a amizade, aquilo me assombra, me deixa aflito, mais do que perder os risos e piadas sem graça de Liam. Aquela pessoa me deixa assustado por ter se mostrado tão confortável e amável quando na verdade era o ser mais vil que já vi. Viver perto de Liam me levaria a ver essa pessoa, e todos os sentimentos de repulsa, raiva e ódio tomariam conta de mim em dobro, e me deixaria sufocado ao ponto de não conseguir respirar.

Por isso, minha única opção era fazer aquilo. Minha mente estava tão ferrada e as ameaças que ouvi direcionadas à mim, e a única pessoa da qual eu queria proteger desse meu lado sombrio, era Liam. Ele não tinha que me ver tão quebrado, ele não podia me ver assim. Por isso, o tratei de forma vergonhosa.

Balancei a cabeça, afastando aquelas recordações que só me trariam mais sofrimento. Tenho que seguir o que Peter, meu psicólogo disse: Não pense em nada que possa te deixar pra baixo. Não pense na merda que fez com o Liam, lembre só dos momentos bons.

Entrei dentro da escola, tentando pensar somente em coisas boas e nos momentos bons que tive com Liam. Peguei meus livros e fechei a porta do meu armário, já andando na direção da aula de Economia, quando Gabe Argent apareceu ao meu lado. Ajeitei meu óculos de grau.

_ Theozinho - disse pondo o braço no meu ombro. - Você está fofo de óculos sabia? Não te via com um desses há eras. O que houve com as lentes de contato?

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